Fora do Brasil desde 2023 e alvo de pedido de extradição, Eduardo Tagliaferro rompeu o silêncio para descrever o que chama de “engenharia de dominação” instalada no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em entrevista concedida em 30 de setembro de 2025, o ex-chefe de gabinete de Alexandre de Moraes detalhou práticas de vigilância interna, perseguição a parlamentares conservadores e um suposto plano de poder coordenado dentro da Corte.
Ambiente de vigilância e “mutirão de perseguição”
Segundo Tagliaferro, a equipe que atuava no gabinete de Moraes mantinha um sistema informal de delatores. Servidores repassavam informações sensíveis de órgãos públicos, empresas e instituições para agradar superiores. O ex-assessor classificou o esquema como um “mutirão de perseguição à direita”, especialmente após os atos de 8 de Janeiro de 2023.
Ele afirmou que o sistema produzia “julgamento prévio” dos investigados, definindo tratamento diverso conforme a posição ideológica. O resultado prático, de acordo com o ex-servidor, seria a priorização de relatórios contra parlamentares como Carla Zambelli, Bia Kicis e Daniel Silveira, além do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Tagliaferro relatou que o clima no Supremo ficou insustentável para parte dos assessores. “Houve demissões de juízes auxiliares e técnicos que consideravam o procedimento fora de qualquer limite institucional”, declarou.
Sucessão, poder e ativismo judicial
O ex-chefe de gabinete alegou que a eleição de Edson Fachin para a presidência do STF e de Alexandre de Moraes para a vice-presidência já estava prevista “há anos”. Segundo ele, a movimentação faz parte de um planejamento político que busca centralizar decisões sensíveis na esfera do Judiciário.
Para Tagliaferro, o fenômeno descrito como “ativismo judicial” seria, na realidade, um projeto institucionalizado para moldar o cenário político. “Eles vão continuar com o plano de poder, com o plano de governo deles”, resumiu.
Ele também comentou a repercussão gerada por um editorial de jornal que apontava um “retorno aos trilhos” do STF após a condenação de Bolsonaro. “O simples fato de um tribunal voltar aos trilhos depois de condenar um inimigo político demonstra anormalidade”, criticou.
Avaliação sobre Moraes e aplicação da Lei Magnitsky
Em relação ao seu ex-chefe, Tagliaferro foi categórico: “Moraes é mau. A Lei Magnitsky é pouco perto do que ele representa”. A referência é à legislação norte-americana que sanciona agentes públicos acusados de violações de direitos humanos. Na visão do ex-assessor, a postura do ministro transcenderia o autoritarismo e teria componentes de “perseguição” e “vingança”.


Camiseta Camisa Bolsonaro Presidente 2026 Pátria Brasil 6 X 10,00 S/JUROS


Imagem: Alejandro Zambrana
Eleições de 2026 sob “estrutura de controle judicial”
Questionado sobre o futuro eleitoral, Tagliaferro disse não acreditar em disputa equilibrada em 2026. “As eleições não serão limpas”, declarou, citando censura, decisões monocráticas e desmonetização de perfis como mecanismos para restringir candidaturas conservadoras. Ele afirmou que há planos em curso para inviabilizar juridicamente nomes que ameacem o “sistema estabelecido”.
Extradição e riscos pessoais
Residindo na Itália, o ex-assessor relatou que ainda não recebeu notificação oficial de extradição. Mesmo assim, foi abordado por policiais em Roma sem qualquer ordem de prisão. “Se houvesse pedido real, ali teria sido o momento”, avaliou. Apesar de considerar-se protegido por tratados europeus, diz manter “alerta total”.
Tagliaferro enfatizou que as denúncias já estão nas “mãos certas” e que sua prisão não interromperia a divulgação de documentos. “Isso não é mais sobre mim; é sobre o que está acontecendo com o Brasil”, concluiu.
Para continuar acompanhando a cobertura sobre o cenário político e o papel das instituições, visite a seção dedicada em nosso portal: Política.
Em síntese, as acusações de Eduardo Tagliaferro reforçam o debate sobre limites do Judiciário e a transparência dos processos que envolvem figuras públicas. Acompanhe nossos próximos conteúdos e fique informado sobre os desdobramentos desse caso.
Para informações oficiais e atualizadas sobre política brasileira, consulte também:

IMPERDÍVEL! Jair Bolsonaro: O fenômeno ignorado: Eles não entenderam nada



