RIO DE JANEIRO – A Petrobras anunciou um novo pacote de patrocínio de R$ 100 milhões para projetos de audiovisual até 2027. O compromisso foi divulgado em 2 de outubro, durante cerimônia na Cinemateca do Museu de Arte Moderna (MAM), e marca a continuidade de uma política de incentivos que já soma mais de 600 produções financiadas pela estatal.
Destino da verba inclui filmes, séries, salas e festivais
Segundo a companhia, os recursos contemplarão quatro frentes principais: produção de filmes e séries, distribuição, manutenção de salas de exibição e apoio a festivais tradicionais. Entre os eventos confirmados estão o Festival de Gramado (RS), a Mostra de Tiradentes (MG), o Bonito Cine Sur (MS) e a Mostra de Gostoso (RN).
A divulgação ocorreu em um evento que celebrou os 30 anos da chamada “retomada” do cinema brasileiro, iniciada com Carlota Joaquina, Princesa do Brasil (1995). Na ocasião, a Petrobras organizou o debate “Petrobras e Cinema Brasileiro: 30 anos de história”, mediado pela cineasta Marina Person e que reuniu o ator Rodrigo Santoro, o produtor Flávio R. Tambellini, a distribuidora Silvia Cruz e o gerente de patrocínios culturais da empresa, Milton Bittencourt.
Santoro, convidado de honra, relembrou a trajetória de seu pai como funcionário da companhia e defendeu os mecanismos de fomento: “Há muito preconceito em relação à Lei Rouanet e ao patrocínio cultural. Sem esse apoio, muitos filmes não existiriam”, declarou.
Histórico de patrocínios e críticas recorrentes
A Petrobras reforçou que, nas últimas três décadas, investiu em títulos como Cidade de Deus, O Quatrilho, Carandiru, Bacurau e o recente O Agente Secreto, de Kleber Mendonça Filho, escolhido para representar o Brasil no Oscar 2026. “Nosso compromisso é fortalecer o cinema brasileiro, garantindo que ele continue a contar as histórias do país”, afirmou Bittencourt.
Em dezembro de 2024, outro edital da companhia selecionou 140 iniciativas culturais que receberão mais de R$ 250 milhões até 2027. A lista inclui longas, curtas, documentários, podcasts, games, peças de teatro, exposições e shows. O processo, porém, enfrentou questionamentos nas redes sociais pelo atraso de quatro meses no cronograma, além de críticas à concentração de projetos em capitais e ao apoio a produtores já consolidados, como bienais do livro e grandes festivais.
Entre os contemplados citados pela estatal figuram um documentário sobre a comunidade quilombola Barra de Aroeira, um musical inspirado em Sonho de uma Noite de Verão com fauna e folclore brasileiros, e um podcast infantil sobre brincadeiras tradicionais. A lista completa foi publicada no site da empresa, mas sem detalhamento dos orçamentos individuais.
Financiamento estatal segue sob escrutínio
O novo aporte de R$ 100 milhões soma-se à carteira de patrocínios culturais de uma empresa controlada majoritariamente pela União, cujos resultados dependem da exploração de petróleo e do consumo interno de combustíveis. Embora a legislação permita o uso de incentivos fiscais e fundos próprios para cultura, o volume de recursos desperta debates recorrentes sobre prioridade de gastos e transparência.
No setor audiovisual, representantes da indústria comemoram a manutenção dos investimentos. Já críticos do modelo cobram informações mais detalhadas sobre critérios de seleção, contrapartidas e métricas de retorno econômico. Durante o anúncio, a Petrobras não divulgou percentual reservado a produções regionais nem metas de descentralização.


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Imagem: Victor Jucá
Enquanto o presidente da empresa não participou da solenidade, o departamento de patrocínios destacou que cada projeto será vinculado a “eixos temáticos” e “dimensões transversais” estabelecidos internamente. Esses parâmetros não foram especificados no comunicado público.
Próximos passos e impacto no mercado
Com a confirmação do patrocínio, produtores nacionais devem submeter propostas nos próximos meses, seguindo edital já disponível. A empresa prometeu divulgar resultados parciais anualmente até 2027. No mercado, a expectativa é de ampliação da oferta de títulos para salas e plataformas de streaming, embora analistas observem que grandes produtoras continuam com vantagem de acesso a editais de maior porte.
O investimento também cobre modernização de salas independentes, segmento que enfrenta queda de público desde a pandemia. Para festivais, a verba garante novas edições e atrai coproduções internacionais, estratégia comum para ampliar visibilidade e disputar prêmios.
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Em síntese, a Petrobras mantém a aposta no audiovisual com R$ 100 milhões até 2027, reafirmando a tradição de patrocínio estatal e reabrindo o debate sobre critérios, transparência e prioridade no uso de verba pública. Continue acompanhando nossas atualizações e deixe sua opinião nos comentários.
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