Garry Kasparov, ex-campeão mundial de xadrez e reconhecido opositor de Vladimir Putin, voltou a advertir as capitais europeias sobre as intenções do Kremlin. Em entrevista ao diário espanhol El Mundo, o ativista exilado declarou que o presidente russo “está a testar” a determinação do Ocidente e pode ordenar uma incursão terrestre contra um dos países bálticos já em 2025.
Avaliação de Kasparov: guerra híbrida em curso
Segundo Kasparov, a Europa enfrenta hoje uma guerra híbrida conduzida por Moscou que combina desinformação, pressão energética e ameaças militares. Para ele, o objetivo imediato do Kremlin é medir a coesão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e identificar eventuais fissuras políticas.
O enxadrista afirma que um ataque limitado à Estônia ou à Letônia serviria como “provocação controlada” para comprovar se o artigo 5º — cláusula de defesa coletiva da OTAN — seria realmente ativado. Caso a aliança hesite, diz Kasparov, Putin confirmaria sua avaliação de que o Ocidente evita o confronto direto, fato que encorajaria novas ofensivas.
Motivações do Kremlin: restauração imperial
Para o opositor russo, a invasão da Ucrânia representa mais do que uma disputa territorial. Kasparov descreve o conflito como parte de uma agenda imperial conduzida por Putin, determinada a restaurar a chamada “Grande Rússia”. Ele sustenta que o presidente considera a existência de uma Ucrânia soberana uma afronta histórica e pessoal.
Kasparov defende que a guerra terminará somente quando a bandeira ucraniana voltar a tremular em Sebastopol, na Crimeia. Até lá, argumenta, o palco permanecerá aberto para escaladas. “Enquanto Putin estiver no poder, haverá guerra”, afirmou ao jornal espanhol.
Fraqueza incentiva agressão, diz ativista
O ex-campeão critica o que classifica como “inércia” de Bruxelas e Washington. Na avaliação dele, as hesitações ocidentais alimentam a percepção de impunidade do Kremlin. “A fraqueza provoca mais agressão”, resumiu. Como resposta, Kasparov propõe medidas robustas: envio de tropas de dissuasão à Ucrânia, criação de uma “Legião Internacional” e maior fornecimento de armamentos de longo alcance.
Segundo ele, transformar a Ucrânia em um “porco-espinho” — fortemente armado e financiado — seria a melhor defesa para o resto da Europa. O ativista insiste que destruir o poder militar russo em solo ucraniano é essencial para impedir futuras expansões.
Gaza como distração estratégica
Kasparov sustenta que o conflito entre Israel e Hamas funciona como distração conveniente para Moscou. A atenção global voltada ao Oriente Médio, explica, reduz a visibilidade da guerra na Ucrânia e facilita operações de influência russa na Europa. “O verdadeiro desfecho do equilíbrio mundial será decidido em Kiev, não em Gaza”, declarou.


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Imagem: Internet
Derrota militar como catalisador de mudança interna
Para o dissidente, a Rússia atual está “condenada” a permanecer num ciclo de autoritarismo e guerra enquanto Putin comandar o país. Ele argumenta que apenas uma derrota clara e decisiva pode romper essa dinâmica. “A guerra é o seu único legado; se não for travado, expandirá o conflito como um câncer”, afirmou.
Calendário de risco: 2025 na mira
Questionado sobre prazos, Kasparov aponta 2025 como ano-chave para possíveis movimentos contra os Bálticos. Ele acredita que o Kremlin avaliará a conjuntura eleitoral nos Estados Unidos e a capacidade de resposta europeia antes de tomar decisões. Caso perceba desunião, pode optar por uma ação relâmpago com objetivo de “testar” e, se possível, abalar a credibilidade da OTAN.
Diante desses alertas, líderes ocidentais enfrentam o desafio de calibrar ajuda militar, impor custos econômicos adicionais a Moscou e reforçar a dissuasão no flanco leste europeu. O debate sobre envio de tropas ou criação de uma força multinacional segue aberto nos corredores da União Europeia e da Aliança Atlântica.
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Em síntese, as declarações de Garry Kasparov soam como mais um sinal de que o relógio estratégico avança rapidamente. O Ocidente, segundo o opositor russo, precisa decidir se quer deter a agressão no campo ucraniano ou correr o risco de enfrentar tropas russas nas fronteiras da OTAN. Conheça os detalhes, acompanhe os próximos capítulos e mantenha-se informado — a segurança europeia pode depender das escolhas feitas já nos próximos meses.
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