Brasília, 05 de outubro de 2025 – A proposta de conceder anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023 perdeu apoio popular e político, segundo avaliação do líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (PT-RJ). Declarando que o “projeto está definitivamente enterrado”, o parlamentar citou pesquisa do instituto PoderData que indica rejeição de 64% à iniciativa, frente a 27% de aprovação.
Levantamento reforça resistência da opinião pública
O estudo do PoderData, divulgado na sexta-feira (4), apurou que dois terços dos entrevistados se opõem à anistia. Para Lindbergh Farias, o resultado confirma uma “mudança de conjuntura” e oferece munição ao governo para retirar a pauta de vez da agenda legislativa. Em vídeo publicado nas redes sociais, o deputado informou que encaminhará os dados aos líderes partidários para “encerrar o assunto”.
De acordo com o petista, a queda no apoio reflete isolamento crescente da direita no Congresso. Ele atribuiu o cenário às manifestações de rua organizadas por movimentos favoráveis ao governo, que pressionaram parlamentares nas últimas semanas.
Oposição tenta plano alternativo para rever penas
Com avanço cada vez mais difícil da anistia, parlamentares de oposição elaboram o PL da Dosimetria, proposta que revê critérios de cálculo das penas impostas pelo Supremo Tribunal Federal aos réus de 8 de janeiro. O texto, contudo, não contempla inicialmente o ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por suposta tentativa de golpe após as eleições de 2022.
A estratégia da oposição é apresentar destaques durante a votação, para estender os possíveis benefícios ao ex-chefe do Executivo. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) considerou a manobra inviável. Em vídeo divulgado nas redes sociais, ele advertiu que não há votos suficientes para aprovar emendas que abram caminho a uma anistia ampla. “Estão mordendo a isca dos opositores da anistia”, afirmou.
Relator recua e aguarda “baixar a poeira”
Relator da proposta alternativa, o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP) reconheceu, em reunião com sindicalistas, que o clima dentro da Câmara é de cautela após a mobilização popular que levou o Senado a arquivar, dias atrás, a PEC da Imunidade. O parlamentar informou que vai “ouvir todos os partidos” antes de finalizar o relatório.
Na tentativa de construir consenso, Paulinho buscou o apoio da bancada do PL, sigla com maior resistência à dosimetria. Até o momento, o partido não sinalizou mudança de posição e segue defendendo anistia ampla e irrestrita, ponto considerado essencial por parte do eleitorado conservador.
Pressão popular influencia calendário legislativo
O recuo no apoio à anistia acontece em meio a uma série de protestos. Integrantes de centrais sindicais e movimentos de esquerda realizaram atos contrários à medida e favoráveis às pautas econômicas do governo, como a reforma tributária. No outro extremo, grupos ligados à direita pedem revisão das sentenças e classificam as penas como desproporcionais.
Para Lindbergh Farias, a correlação de forças hoje inviabiliza qualquer iniciativa que alivie as condenações. Ele sustenta que “a extrema direita está isolada” e que a pesquisa reforça a tendência de reprovação. Deputados alinhados ao ex-presidente, porém, argumentam que o resultado reflete campanha massiva da mídia contra o projeto e não representa a totalidade do eleitorado, especialmente no Centro-Oeste e no Sul.


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Imagem: Bruno Spada
Próximos passos no Congresso
Ainda não há data marcada para leitura do relatório sobre o PL da Dosimetria. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sinalizou que só pautará a matéria quando houver convergência mínima entre os partidos. Caso o texto avance, a votação dos destaques deverá revelar o real tamanho da bancada favorável à revisão das penas.
Enquanto isso, a articulação governista procura capitalizar o desgaste da oposição. Dirigentes petistas avaliam que a repercussão da pesquisa favorece a pauta econômica do Planalto, pois reduz a margem de manobra de deputados que pretendiam condicionar votações de interesse do Executivo à aprovação da anistia.
Em resumo, a pressão popular, o pronunciamento de Lindbergh Farias e a falta de consenso interno empurram a anistia para a gaveta. O tema, no entanto, permanece no radar da oposição, que aposta no PL da Dosimetria como alternativa para suavizar as penalidades impostas pelo STF.
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