O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, detalhou nesta segunda-feira (6) os avanços da força-tarefa que apura a recente onda de intoxicações por metanol em bebidas vendidas no Estado. De acordo com o balanço mais recente do Ministério da Saúde, já são 225 casos suspeitos em todo o país, dos quais 16 confirmados — 14 em São Paulo e 2 no Paraná. O governo paulista contabiliza duas mortes confirmadas e 13 óbitos ainda sob investigação.
Lavagem de garrafas e mistura com etanol lideram suspeitas
Segundo Derrite, dois caminhos concentram as atenções dos investigadores:
1. Lavagem de vasilhames com metanol — Fabricantes clandestinos estariam utilizando a substância tóxica para higienizar garrafas reutilizadas em destilarias improvisadas. O resíduo remanescente ficaria retido no recipiente e seria ingerido pelo consumidor.
2. Mistura de metanol com etanol — Em outra frente, a força-tarefa apura a diluição do metanol em bebidas falsificadas com o objetivo de aumentar o volume final e reduzir custos. Produtos vendidos como gim, vodca ou uísque estariam recebendo o composto impróprio para consumo humano.
“Essas duas possibilidades são as mais prováveis no momento. Ainda faltam laudos conclusivos, mas os indícios apontam para o uso do metanol tanto na higienização de garrafas quanto na mistura deliberada com etanol”, afirmou o secretário durante coletiva no Palácio dos Bandeirantes.
Operações fecham destilarias ilegais e prendem 41 suspeitos
O trabalho integrado das secretarias estaduais de Segurança Pública, Saúde, Fazenda e do Procon-SP resultou em mais de mil garrafas apreendidas desde agosto. Destilarias clandestinas foram interditadas em Americana, Sumaré, São Bernardo do Campo e Osasco. Até agora, 41 pessoas foram presas por participação em esquemas de falsificação, mas nenhum dos detidos é ligado a facções criminosas, de acordo com Derrite.
“Não há qualquer evidência de envolvimento do crime organizado. Os grupos identificados operam sem estrutura hierárquica própria de facção”, declarou. A posição reforça o entendimento do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que já havia descartado relação com o Primeiro Comando da Capital (PCC), apesar de setores do governo federal e da Polícia Federal ainda manterem essa linha de apuração em aberto.
Pacote antimetanol fortalece fiscalização e rastreio
Para conter a circulação de bebidas adulteradas, o governo estadual lançou o chamado pacote antimetanol, um conjunto de medidas que envolve:
• Rastreio digital de notas fiscais para mapear a circulação de álcool industrial;
• Suspensão preventiva de inscrições estaduais suspeitas;
• Reforço nas ações de fiscalização em fronteiras químicas e rodovias.


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Imagem: Internet
As iniciativas visam a bloquear o acesso irregular ao metanol e dificultar a atuação de fábricas ilegais que utilizam a substância na produção de destilados falsos.
Alerta ao consumidor e orientação às empresas
O Centro de Vigilância Sanitária de São Paulo recomenda que o consumidor verifique a procedência de rótulos e a integridade das embalagens antes da compra. Empresas que utilizam garrafas recicladas devem adotar produtos certificados para limpeza e cumprir as normas sanitárias vigentes. O metanol, por sua toxicidade elevada, não tem uso autorizado em processos que envolvam alimentos ou bebidas.
Cronologia da crise
A série de intoxicações ganhou notoriedade em agosto, quando os primeiros casos graves deram entrada em hospitais da Grande São Paulo. Em setembro, a Polícia Federal ligou indiretamente o PCC a um esquema de importação irregular de metanol para uso em combustível, o que motivou novas diligências estaduais. O pico de notificações ocorreu em outubro, levando à criação da força-tarefa. Uma semana depois, o governo estadual apresentou as primeiras prisões e anunciou o pacote de medidas preventivas.
Números atualizados
• 225 casos suspeitos de intoxicação por metanol no Brasil;
• 16 confirmações laboratoriais (14 em SP, 2 no PR);
• 2 mortes confirmadas em São Paulo;
• 13 óbitos sob investigação em cinco estados;
• 41 presos em operações paulistas;
• Mais de 1.000 garrafas apreendidas e 10 estabelecimentos interditados.
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Em síntese, a força-tarefa paulista centraliza a investigação em duas rotas principais de contaminação — lavagem de vasilhames e mistura de metanol com etanol — e descarta, até o momento, o envolvimento de facção criminosa. Consumidores devem redobrar a atenção à procedência das bebidas e denunciar irregularidades. Mantenha-se informado sobre desdobramentos deste caso e outras notícias relevantes: assine nossas alertas e receba atualizações em tempo real.
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