O segundo dia do retiro masculino cristão Legendários reuniu 170 participantes, chamados de “senderistas”, para uma sequência de atividades físicas intensas e reflexões sobre paternidade e família em uma região montanhosa não identificada. A programação combinou exercícios de inspiração militar, caminhadas em trilha íngreme e palestras curtas, culminando em momentos de forte comoção coletiva.
Desafios físicos logo ao amanhecer
A rotina começou antes do amanhecer com ordens de desarmar barracas e preparar mochilas. Na sequência, grupos denominados “famílias” competiram em circuitos que incluíram passar por baixo das pernas de colegas, formar uma “centopeia” humana e rolar sobre corpos alinhados no chão. Um dos exercícios mais comentados foi o da “abuelita”, no qual todos se deitaram de costas imitando um cachorro que implora carinho. Durante a dinâmica, um participante deixou o local, alegando excesso de fanatismo.
Após as provas, os grupos retomaram a caminhada. Em pontos estratégicos, palestrantes revezavam lições sobre masculinidade, responsabilidade familiar e fé cristã. Diante de uma casa abandonada, um dos líderes comparou o imóvel em ruínas a lares fragilizados, defendendo que “para Deus, a família sempre tem salvação”. Vários homens choraram nesse momento.
Subida ao pico e a “milha extra”
Na base de uma montanha íngreme, os organizadores instruíram os senderistas a seguir em silêncio ou cantando hinos. O trajeto, demarcado por fitas coloridas e trechos com cordas, exigiu atenção constante. No topo, um corredor formado por mais de 20 legendários recebeu os grupos entoando o grito “AHU”, sigla de Amor, Honra e Unidade.
Logo depois, os participantes realizaram um exercício de confiança vendados, guiados apenas pelo toque das mãos, até alcançar um ponto com vista panorâmica. A atividade introduziu o conceito da “milha extra” — superar limites físicos e mentais em prol de um propósito maior. A seguir, o grupo encarou a jornada mais longa do dia, carregando mochilas pesadas por horas até o segundo acampamento. A chegada ocorreu já à noite, com sinais de exaustão: ombros doloridos, costas tensionadas e pés inchados.
Madrugada de cânticos e reflexão sobre paternidade
Poucas horas depois, novos comandos despertaram os senderistas para uma fogueira no ponto mais alto do descampado. Um legendário conduziu cânticos ao violão antes de abordar o tema central da madrugada: a relação entre pais e filhos. O palestrante relatou a própria experiência de adolescência marcada pela ausência paterna, exemplificando momentos em que precisou aprender tarefas simples, como dar nós em gravatas, sem orientação do pai. A mensagem destacou como traumas familiares podem influenciar a vida adulta e a percepção de Deus.


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Imagem: g1.globo.com
O silêncio deu lugar a choro intenso. Muitos se ajoelharam, abraçaram colegas e receberam orações dos líderes, que até então mantinham o rosto coberto. Para alguns presentes, foi o instante mais emocional do retiro. Depois da cerimônia, os senderistas voltaram às barracas aguardando o início do terceiro dia.
Estrutura e objetivos do evento
Criado pelo guatemalteco Chepe Putzu, o Legendários adota o lema “Amor, Honra e Unidade” e prevê quatro dias de provas, trilhas e ensinamentos bíblicos voltados à redefinição do papel do homem na família. Os organizadores defendem que o cansaço físico e o ambiente de disciplina facilitam a introspecção e o “quebrantamento” — termo usado para descrever a entrega emocional diante de Deus.
Embora registros audiovisuais sejam proibidos, participantes autorizados a compartilhar relatos indicam que as próximas etapas incluem novos desafios e reflexões. Até o fim do segundo dia, o número de senderistas caiu de 170 para 169, após a desistência do participante que questionou o caráter religioso das práticas.
O retiro segue até o quarto dia, quando os homens que concluírem todo o percurso receberão o título de “legendários”.

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