Abá e Sua Banda, longa-metragem de animação brasileiro lançado em 2024, aposta em formato musical inspirado nos sucessos da Disney para dialogar com o público infantojuvenil e, ao mesmo tempo, introduz elementos de crítica social ao retratar tensões políticas num reino habitado por frutas antropomórficas.
Produção e equipe criativa
Dirigido por Humberto Avelar, o filme tem 84 minutos de duração e foi escrito por César Coelho, Daniel Fraiha, Sílvia Fraiha e Sylvio Gonçalves. O elenco de vozes reúne Filipe Bragança, Zezé Motta, Rafael Infante, Robson Nunes, Carol Valença e Mauro Ramos.
A produção chegou simultaneamente ao circuito comercial e às plataformas de streaming, estratégia que amplia o alcance de obras nacionais no segmento dominado por títulos internacionais. Antes disso, a animação integrou a programação do Festival de Cinema Sul-Americano de Bonito – Bonito CineSUR 2025, onde foi exibida ao lado de outras produções da região.
Narrativa e construção de personagens
A história acompanha Abá, um abacaxi que lidera uma banda em um reino composto por diferentes frutas. O enredo segue estrutura clássica dos musicais animados estrangeiros: introdução dos protagonistas, conflito com antagonista facilmente reconhecível, mudanças de rumo intermediárias e momento de revelação decisivo. Essa escolha aproxima o público dos arquétipos já consagrados, facilitando a identificação com heróis, vilões e coadjuvantes.
Além da jornada de Abá, o roteiro desenvolve hierarquias de poder, rituais de polinização e disputas por recursos naturais, adicionando camadas sobre preservação ambiental e desigualdade social. O governo fictício marginaliza parte da população frutífera, classificando qualquer resistência como ato subversivo. Ao inserir esse ponto de vista em obra destinada a crianças, o filme expõe temas de opressão, miséria e injustiça de maneira acessível.
Estilo visual e escolhas artísticas
Avelar combina técnicas variadas para diferenciar momentos da trama. Um flashback inicial utiliza animação 2D mais enxuta, quase quadro a quadro. No núcleo da história, personagens gerados por computador interagem com cenários que mesclam CGI e fundos desenhados à mão. As cenas musicais ampliam a elasticidade dos movimentos, criando transições fluídas entre coreografias e paisagens coloridas.
Embora alguns trechos apresentem menos detalhamento que produções de alto orçamento de Hollywood, a direção busca compensar com soluções criativas. O resultado é um universo visualmente coeso, que alterna texturas e paletas para destacar emoções ou conflitos da narrativa.


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Imagem: omelete.com.br
Integração de música e mensagem
Canções originais dirigem a progressão dramática e reforçam pontos centrais, como a importância da cooperação e o enfrentamento das injustiças. Cada número musical se liga diretamente ao estado emocional dos personagens ou à virada de roteiro, assegurando ritmo constante ao longo dos 84 minutos.
A junção de refrões cativantes com uma trama que discute desigualdade reforça o propósito declarado da equipe: entregar entretenimento alinhado ao mainstream e, simultaneamente, estimular reflexão crítica em um público que muitas vezes consome produções estrangeiras sem referências locais.
Participação em festivais e distribuição
A presença no Bonito CineSUR funcionou como vitrine para o mercado latino-americano, atraindo atenção de programadores e plataformas interessadas em diversificar catálogos. Em seguida, o lançamento comercial e digital potencializou a formação de público para animações brasileiras, passo visto por produtores como essencial para reduzir o distanciamento entre a indústria nacional e as grandes franquias internacionais.
Com narrativa familiar, visual diversificado e abordagem direta sobre questões sociais, Abá e Sua Banda demonstra como a animação brasileira pode dialogar com modelos globais mantendo identidade própria e abordando temas relevantes ao público local.

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