O Supremo Tribunal Federal (STF) abre, na próxima terça-feira (9), a votação que avaliará a responsabilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete investigados em uma suposta tentativa de golpe. O decano Gilmar Mendes, que não participa diretamente do caso por integrar a Segunda Turma, declarou em Roma que o processo representa a “defesa da democracia contra investidas autoritárias”.
Ministro ressalta devido processo legal
Durante palestra na Corte di Cassazione, na Itália, Mendes destacou que o julgamento ocorre “com todas as garantias processuais” previstas no Estado de Direito — princípio, segundo ele, ameaçado pelos próprios réus. O magistrado afirmou que a condução regular do caso reforça a confiança da sociedade nas instituições e bloqueia qualquer possibilidade futura de ruptura institucional.
O inquérito aponta a existência de um “núcleo golpista” supostamente responsável por um plano batizado de “Punhal Verde e Amarelo”, que teria como meta a tomada de poder. Apesar da gravidade das acusações, Mendes sublinhou que cada acusado terá acesso a contraditório e ampla defesa. A fala reflete a defesa firme do ministro pelo respeito às garantias constitucionais, independentemente da posição política dos envolvidos.
Sem citar nomes, o decano também comentou pressões estrangeiras recentes sobre autoridades brasileiras. Segundo Mendes, tarifas e sanções externas configuram tentativas de intimidar o Judiciário em sua atuação contra o autoritarismo. Ele considerou tais medidas “agressões inconcebíveis” à soberania nacional, mas assegurou que magistrados brasileiros têm experiência para enfrentar esse tipo de ofensiva.
Quem são os réus e como será a votação
Além de Bolsonaro, respondem ao processo Alexandre Ramagem, Almir Garnier Santos, Anderson Torres, Augusto Heleno, Mauro Cid, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto. O relator, ministro Alexandre de Moraes, apresentará o primeiro voto. Em seguida, os demais integrantes do plenário se manifestarão, obedecendo à ordem de antiguidade.
De acordo com o regimento interno do STF, a votação é nominal e aberta. Para condenação, basta maioria simples dos votos presentes. Caso surjam pedidos de vista ou destaque, o julgamento poderá ser interrompido, o que prolongaria o desfecho do caso.
Parlamentares aliados de Bolsonaro avaliam que a corte precisa demonstrar isenção diante de um processo com alto impacto político. Ao mesmo tempo, setores críticos ao ex-presidente defendem punição exemplar, entendendo que a responsabilização dos réus fortaleceria a democracia.
Peso político e institucional
A análise do STF ocorre em clima de intensa polarização. Para Mendes, entretanto, o Brasil vive momento de “resiliência institucional” demonstrado pelo funcionamento regular dos Poderes. O ministro sustenta que o Tribunal age dentro dos limites da Constituição, e que eventual condenação não resultaria de pressões externas, mas dos fatos apurados no inquérito.
Organizações da sociedade civil acompanham o caso, apontando seu potencial de consolidar precedentes contra ataques às instituições. Por outro lado, defensores dos réus argumentam que o processo precisará comprovar, de forma inequívoca, atos concretos de tentativa de golpe para evitar qualquer impressão de julgamento político.


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Imagem: Carlos Moura
Próximos passos
Se confirmada a condenação, os réus poderão recorrer por meio de embargos declaratórios e, em última instância, ao próprio STF. Dependendo da pena aplicada, poderão perder direitos políticos ou mesmo enfrentar sanções criminais adicionais. Já uma eventual absolvição seria interpretada como sinal de que as provas coletadas não sustentaram a narrativa de tentativa de ruptura institucional.
Independentemente do resultado, o processo reforça o protagonismo do Supremo em crises políticas recentes. O tribunal tem reiterado que sua atuação se baseia em preservar a ordem constitucional, tema central nas declarações de Mendes em Roma.
Para quem acompanha a movimentação em Brasília, o desfecho do julgamento definirá o alcance das acusações de golpe e balizará eventuais iniciativas legislativas como o projeto de anistia em discussão no Congresso.
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Este julgamento representa um teste decisivo para a robustez institucional do Brasil, colocando em debate as fronteiras entre liberdade política e responsabilidade constitucional. Acompanhe as próximas atualizações e participe, compartilhando sua opinião de maneira consciente.
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