Na noite desta sexta-feira (5), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil permanecerá neutro diante da escalada de conflitos entre Estados Unidos e Venezuela. A declaração foi concedida em entrevista ao SBT e ocorre em meio a novos movimentos militares norte-americanos no Caribe e à crescente troca de acusações entre os governos de Donald Trump e Nicolás Maduro.
Posicionamento brasileiro enfatiza neutralidade
Questionado sobre a possibilidade de o Brasil apoiar um dos lados, Lula foi direto: “O Brasil vai ficar do lado da paz”. Segundo o presidente, o país não possui contenciosos internacionais e não pretende assumir envolvimento em disputas externas. Ele reiterou que “a guerra não leva a nada, a não ser à matança e ao empobrecimento”.
A postura adotada mantém a tradição diplomática brasileira de não-intervenção, reforçada por Lula ao lembrar que “se há divergência entre duas nações, não existe solução mais barata do que sentar à mesa e conversar”. O Itamaraty também informou que mantém canais abertos com Washington e Caracas, sem previsão de alteração na linha de política externa.
Escalada entre Washington e Caracas
Nos últimos dias, a tensão aumentou com a decisão dos Estados Unidos de enviar caças F-35 a Porto Rico, justificando a medida como parte de operações contra o narcotráfico no Caribe. Paralelamente, o presidente norte-americano Donald Trump elevou para US$ 50 milhões a recompensa por informações que levem à captura ou condenação de Nicolás Maduro, acusado pela Casa Branca de chefiar uma rede internacional de drogas.
Em resposta, Maduro condenou as ações norte-americanas e classificou o reforço militar como provocação. Trump advertiu que aeronaves venezuelanas consideradas ameaça seriam abatidas. O impasse alimenta preocupações sobre possíveis incidentes aéreos na região.
Repercussão interna e manifestações
No Brasil, grupos de esquerda convocaram ato em São Paulo em defesa do governo venezuelano. Até o fechamento desta edição, não havia registro de manifestações contrárias. O Palácio do Planalto, porém, reiterou que não apoiará mobilizações que incentivem confrontos.
Diplomacia e custos de um conflito
Ao defender o diálogo, Lula indicou que o Brasil pretende atuar como potencial mediador, caso ambas as partes aceitem. “Conversa sai mais barato e evita mortes”, reforçou. A menção ao custo humano e econômico reflete receio de impactos regionais, sobretudo em fluxos migratórios e comércio.
Especialistas em defesa apontam que a presença de F-35 próximos à costa venezuelana amplia a capacidade de projeção de força dos Estados Unidos, enquanto Caracas carece de meios aéreos equivalentes. Qualquer incidente poderia desencadear retaliações rápidas, elevando a instabilidade na América do Sul.


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Imagem: André Borges
Itamaraty acompanha cenário
Fontes do Ministério das Relações Exteriores confirmam contatos regulares com diplomatas norte-americanos e venezuelanos. A chancelaria monitora possíveis reflexos sobre brasileiros residentes nos dois países, mas não vê necessidade imediata de planos de evacuação.
Além disso, o Itamaraty considera indispensável manter rotas comerciais livres de restrições. Venezuela continua sendo fornecedor de petróleo pesado para mercados específicos, enquanto os Estados Unidos figuram como maior parceiro individual do Brasil.
Próximos passos
Nenhum encontro bilateral entre Trump e Maduro está agendado. Contudo, interlocutores sugerem eventuais conversas indiretas por meio de organismos regionais. A Organização dos Estados Americanos (OEA) e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) surgem como possíveis fóruns para avançar propostas de distensão.
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Em resumo, Lula reafirmou a neutralidade histórica do Brasil e defendeu o diálogo como única saída viável entre Estados Unidos e Venezuela. Fique atento às atualizações e acompanhe nossos próximos artigos para entender os desdobramentos desse cenário.
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