O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro avançou 0,4% no segundo trimestre de 2025, ritmo inferior ao 1,3% registrado entre janeiro e março. O dado confirma a desaceleração prevista pelos analistas e reforça a percepção de que, apesar do enfraquecimento da atividade, o mercado financeiro mantém otimismo com uma eventual mudança de orientação econômica a partir de 2027, caso o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, assuma a Presidência.
Consumo sustenta o crescimento, enquanto investimento recua
Pela ótica da demanda, o consumo das famílias foi o único componente com contribuição positiva expressiva, crescendo 0,5% no trimestre. Já os gastos do governo caíram 0,6%, e a formação bruta de capital fixo, que mede os investimentos produtivos, encolheu 2,2%. Esse recuo preocupa porque investimento é variável-chave para sustentar taxas de expansão mais robustas no longo prazo.
Duas razões ajudam a explicar a retração dos investimentos empresariais:
- Custo de capital mais alto – O Banco Central elevou a Selic ao longo de 2024 para conter a inflação, o que encareceu o crédito bancário e a emissão de debêntures. Com financiamento mais caro, diversos projetos deixaram de ser viáveis.
- Piora das expectativas – Empresários avaliam que o retorno potencial dos novos investimentos não compensa o risco em um cenário de incerteza fiscal e eleitoral.
Gasto público elevado pressiona inflação e juros
O aumento persistente das despesas federais e a manutenção de subsídios empurram a demanda acima da capacidade produtiva, alimentando a inflação. Em resposta à escalada dos preços, o Banco Central não tem alternativa além de subir a taxa básica de juros. Dessa forma, o encarecimento do crédito decorre, em última instância, da política fiscal expansionista do governo federal.
Além da pressão inflacionária, a ausência de um plano crível de ajuste de gastos aprofunda o risco fiscal. A combinação de desequilíbrio orçamentário, incertezas jurídicas e disputa eleitoral tornou o ambiente menos propício a novos aportes de capital. Como resultado, a atividade perde tração justamente quando a economia mundial oferece poucas oportunidades de crescimento acelerado.
Ibovespa reage a pesquisas eleitorais
Enquanto a economia real mostra sinais de exaustão, o mercado de ações apresenta comportamento aparentemente contraditório. O Ibovespa avança sempre que Tarcísio se fortalece nas intenções de voto ou quando a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva recua. Para os investidores, uma eventual vitória do governador paulista em 2026 significaria adoção de política fiscal mais austera, ambiente regulatório previsível e estímulo à iniciativa privada a partir de 2027.
Com esse diagnóstico, operadores preferem olhar para o médio prazo. A leitura é que o momento presente é desfavorável, mas a possibilidade de mudança de comando alimenta expectativas de recuperação. O movimento explica a alta da bolsa mesmo em um trimestre de crescimento tímido, inflação ainda elevada e queda dos investimentos.
Expectativas para 2026 e 2027
Até o fim de 2025, o desempenho da economia continuará subordinado a duas variáveis principais: nível de juros e confiança empresarial. Sem sinalização de corte de despesas federais, o espaço para redução consistente da Selic permanece limitado. Já a confiança tende a oscilar de acordo com o noticiário político e eleitoral.


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Imagem: Douglas Gomes
Caso o quadro fiscal permaneça frouxo, analistas projetam que o PIB de 2026 pode ficar abaixo de 1%. Em contrapartida, se o pleito presidencial resultar em transição para um governo comprometido com equilíbrio das contas, a expectativa de retomada para 2027 se fortalecerá, destravando parte dos investimentos represados.
Apesar das incertezas, agentes de mercado vêm revisando projeções de lucro para setores dependentes de consumo interno e infraestrutura, dois ramos que podem se beneficiar rapidamente de ambiente de juros mais baixos e confiança renovada. O comportamento do Ibovespa sugere que muitos gestores já posicionam portfólios para um cenário de virada.
Em síntese, o segundo trimestre confirma fraqueza no curto prazo, mas também revela que o capital financeiro antecipa um possível ciclo de racionalidade fiscal a partir de 2027. O desempenho das ações mostra que a aposta dominante é de que uma nova gestão, alinhada a princípios de responsabilidade, consiga destravar o potencial de crescimento do país.
Para quem deseja acompanhar as movimentações de bastidores que podem definir o rumo fiscal do país, vale conferir a cobertura completa em Política.
Neste artigo, você viu como a desaceleração do PIB e a expectativa de mudança de governo moldam o humor dos investidores. Continue informado sobre os próximos indicadores e decisões que podem alterar esse cenário.
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