Uma breve parada no banheiro do Aeroporto de Brasília originou um diálogo que sintetiza reclamações recorrentes sobre o cenário político nacional. Um funcionário da limpeza, identificado no crachá como Elias, abordou o passageiro Alexandre Garcia e apontou aquilo que, em sua visão, mantém o país refém de lideranças populistas: a falta de conhecimento do eleitor.
Eleitor desinformado facilita avanço de populistas
Segundo relatou Elias, “eles conseguem enganar o povo, que não percebe que está sendo usado”. O trabalhador argumentou que boa parte dos brasileiros não enxerga a própria condição de mandante na democracia, desconhece impostos embutidos em cada compra e, por isso, raramente cobra resultados de quem elege. Para ele, o desinteresse por temas políticos abre espaço para demagogos, falsos salvadores da pátria e famílias que transformam mandatos em proteção contra a Justiça.
O funcionário citou ainda a prática de recorrer a cargos eletivos para blindagem judicial. Políticos investigados, afirmou, usam mandatos legislativos para obter foro privilegiado, escapando do julgamento em primeira instância. Essa dinâmica, na avaliação do interlocutor, compromete a qualidade da representação popular e alimenta a percepção de impunidade.
Educação deficiente e entretenimento como distração
Elias ligou a desinformação a um sistema de ensino que não incentiva a curiosidade nem o pensamento crítico. Ele criticou “escolas que evitam estimular o conhecimento”, apontando que, sem base educacional sólida, muitos cidadãos se deixam atrair por promessas imediatistas.
Além da sala de aula, a televisão e o rádio foram citados como veículos que poderiam fomentar maior consciência cívica, mas priorizam entretenimento. Para o trabalhador, o futebol é utilizado como distração permanente — paixão legítima, porém insuficiente para assegurar futuro melhor aos torcedores e a seus descendentes.
Exemplos de discursos contraditórios
No diálogo, surgiram casos atribuídos ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como demonstração de que a retórica política nem sempre se sustenta em fatos. O funcionário recordou episódios em que Lula, segundo ele, apresentou dados inflados sobre crianças em situação de rua para impressionar plateias internacionais. Também mencionou versões diferentes do acidente que custou um dedo ao ex-metalúrgico: decepamento em torno mecânico para uma audiência televisiva e suposta captura de caranguejo em conversa com pescadores.
Para Elias, essas divergências ilustram como narrativas emotivas consolidam popularidade mesmo depois de escândalos como o Mensalão. Ele questionou a reeleição de Lula em 2006, a eleição e a reeleição de Dilma Rousseff em 2010 e 2014, apesar do desequilíbrio fiscal que levou ao impeachment da petista.
Dependência de benefícios sociais e compra de votos
O trabalhador também relacionou programas de transferência de renda a uma suposta perda de dignidade do beneficiário. Citou o Bolsa Família como exemplo de auxílio que, em vez de estimular autonomia, criaria dependência do Estado, tornando mais fácil a adesão do eleitor a candidaturas identificadas com distribuição de benefícios. Para reforçar o argumento, lembrou o verso de “Vozes da Seca”, de Luiz Gonzaga e Zé Dantas, onde a esmola pode “matar de vergonha ou viciar o cidadão”.


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Imagem: Shutterstock
Antídotos sugeridos para a crise de representação
A conversa no aeroporto resultou em apontamentos que, na visão de Elias, ajudariam a reduzir a manipulação do eleitor:
- Ensino que valorize fatos, lógica e responsabilidade cívica.
- Mídia aberta a debates que priorizem informação, não apenas entretenimento.
- Esclarecimento sobre a função de cada cargo público e sobre a natureza de impostos.
- Cobrança efetiva de produtividade dos servidores, reforçando o conceito de serviço ao cidadão.
Para o funcionário, “a verdade liberta; a ignorância escraviza”. Ele concluiu que somente um eleitor consciente impedirá que “espertalhões” transformem a política em refúgio contra processos judiciais ou em plataforma de enriquecimento pessoal.
A conversa inesperada reforça um diagnóstico frequente em análises conservadoras: sem educação de qualidade e sem participação ativa, o eleitor permanece vulnerável a discursos emotivos e promessas fáceis, perpetuando ciclos de estagnação econômica e social.
Se você quer acompanhar outras discussões sobre responsabilidade cívica e o papel do eleitor, visite também nossa seção de política em Geral de Notícias.
Em resumo, o diálogo entre passageiro e funcionário realça a importância do conhecimento para romper a dependência de narrativas populistas. Informe-se, questione e participe — seu voto é a ferramenta mais eficaz para exigir probidade e competência no poder público.
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