O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou neste domingo (7) do tradicional desfile cívico-militar do Dia da Independência, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Sob o mote “Brasil Soberano”, o governo priorizou mensagens de patriotismo e defesa da autonomia nacional, enquanto a completa ausência de ministros do Supremo Tribunal Federal chamou a atenção no palanque das autoridades.
STF fora do palanque e presença maciça de ministros
Em contraste com 2024, quando seis dos onze integrantes do Supremo acompanharam a solenidade, nenhum magistrado compareceu ao evento deste ano. No local reservado às autoridades acompanharam Lula o vice-presidente Geraldo Alckmin, o presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), e diversos ministros de Estado. Estiveram presentes, entre outros, Ricardo Lewandowski (Justiça), José Múcio (Defesa), Rui Costa (Casa Civil), Marina Silva (Meio Ambiente) e Mauro Vieira (Relações Exteriores).
Também marcaram presença os titulares filiados a União Brasil e Progressistas, partidos que orientaram seus quadros a devolver cargos ao Executivo: André Fufuca (Esportes), Waldez Góes (Desenvolvimento Regional) e Celso Sabino (Turismo). Já o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), não compareceu.
A Secretaria de Comunicação da Presidência estimou em 45 mil o número de espectadores nas arquibancadas montadas na Esplanada. Durante o desfile, parte do público entoou o coro “sem anistia”, aludindo ao debate sobre a concessão de perdão a envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.
Mote “Brasil Soberano” pauta mensagens oficiais
O tema do desfile foi desenvolvido pela Secretaria de Comunicação (Secom) e dialoga com o novo slogan do governo, “Do lado do povo brasileiro”. Antes do início das apresentações, auxiliares distribuíram bonés com a inscrição Brasil Soberano, enquanto alto-falantes reproduziam canção gravada para a data pela ministra da Cultura, Margareth Menezes.
Nas últimas semanas, faixas com o lema substituíram os cartazes anteriores, que destacavam ações do Executivo sob o selo “Brasil Dando a Volta por Cima”. Para o Planalto, a ênfase na soberania reforça bandeiras patrióticas e responde a críticas externas, após tensões diplomáticas e comerciais envolvendo os Estados Unidos.
A programação deste 7 de Setembro foi estruturada em três eixos: “Brasil dos Brasileiros”, “Brasil do Futuro” e divulgação da COP30, conferência climática da ONU marcada para novembro, em Belém.
Pronunciamento de véspera e debate sobre anistia
Na noite de sábado (6), em cadeia nacional de rádio e TV, Lula defendeu a soberania do país e atacou adversários que, segundo ele, “estimularam ataques ao Brasil”. Sem citar nomes, o presidente classificou tais figuras como “traidores da pátria” e afirmou que “a história não os perdoará”.
A declaração antecede a provável condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro no inquérito que apura tentativa de golpe. Bolsonaro cumpre prisão domiciliar enquanto aguarda definição de data para julgamento. Paralelamente, tramita no Congresso projeto que concede anistia a militares e civis envolvidos nos eventos de 8 de janeiro — medida que pode beneficiá-lo.


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Imagem: Internet
Embora o governo trabalhe para barrar a proposta, o ministro da Defesa, José Múcio, adotou tom conciliador na sexta-feira (5). Após reunião com Lula e comandantes das Forças Armadas, Múcio declarou que a deliberação sobre anistia cabe aos parlamentares e defendeu união para “construir o país”.
A mobilização pró-Bolsonaro manteve-se neste domingo, com manifestações em várias capitais, inclusive Brasília. Na capital federal, atos ocorreram paralelamente ao desfile oficial, sem incidentes registrados até o início da tarde.
O desfile de 2023 havia sido realizado sob o lema “Democracia e Independência – É o Brasil no rumo certo”. À época, o foco era ressaltar respeito aos Poderes e combater extremismos, em meio a embate entre o empresário Elon Musk e o ministro Alexandre de Moraes, que cobrava adequação da rede X (ex-Twitter) à legislação brasileira.
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Em síntese, o 7 de Setembro de 2025 evidenciou o esforço do governo em vincular-se ao discurso da soberania nacional, ao mesmo tempo em que a ausência do Supremo e as manifestações do público refletiram o ambiente político polarizado. Continue acompanhando nossos conteúdos e fique atualizado sobre os próximos desdobramentos.
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