O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), utilizou o ato deste domingo (7) na Avenida Paulista, em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, para dirigir críticas diretas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e reforçar a cobrança pela aprovação do projeto de anistia a investigados pelos eventos de 8 de janeiro. A manifestação reuniu milhares de pessoas e concentrou lideranças políticas alinhadas ao ex-chefe do Executivo federal.
Discurso mira “tirania” e questiona provas contra Bolsonaro
No palanque montado em frente ao Museu de Arte de São Paulo, Tarcísio afirmou que “ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como Moraes”. O governador contestou a condução das investigações contra Bolsonaro, sustentando que o processo carece de provas materiais. Segundo ele, a delação do ex-ajudante de ordens Mauro Cid teria sido obtida sob coação e não apresentaria elementos que vinculem diretamente o ex-presidente aos atos de depredação na Praça dos Três Poderes.
“Se não há ordem, texto ou áudio que ligue Bolsonaro ao 8 de janeiro, como se pode admitir uma condenação?”, questionou o governador. Ele classificou as evidências como “frágeis” e “tênues” e reiterou que não aceitará “a ditadura de um Poder sobre o outro”. Ao final da fala, garantiu que continuará a “lutar para que a arbitrariedade tenha fim” e disse acreditar que “em pouco tempo” a ordem institucional será restabelecida.
PT reage e acusa governador de “cruzar o Rubicão”
As declarações provocaram reação imediata do líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ). Em publicações nas redes sociais, o petista afirmou que Tarcísio “cruzou o Rubicão” ao dirigir um “ataque frontal” ao STF no meio do julgamento que envolve Bolsonaro e outros réus. Ao usar a expressão histórica, Farias indicou que o governador teria tomado uma decisão sem retorno, escalando o embate institucional.
Para o parlamentar, as palavras de Tarcísio poderiam configurar tentativa de intimidar o relator Alexandre de Moraes e, assim, interferir no curso do processo. Lindbergh também acusou o governador de manipular uma frase do ministro André Mendonça — “o bom juiz deve ser reconhecido pelo respeito e não pelo medo” — para desqualificar Moraes e defender a anistia. “Quem ataca ministros e defende anistia para conspiradores não luta por liberdade: legitima o crime e sabota a Justiça”, registrou o petista.
Anistia ganha centralidade na pauta
Além de contestar o Supremo, Tarcísio pressionou o Congresso Nacional a pautar o projeto que concede anistia a envolvidos nos atos de 8 de janeiro. Ele citou nominalmente o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), relator da proposta, e pediu celeridade: “Precisamos votar logo e colocar fim a essa insegurança jurídica”.
A defesa da anistia foi reforçada por outros oradores no evento, que classificaram as prisões e inquéritos como “excessivos” e “desproporcionais”. Para a base política de Bolsonaro, a medida seria essencial para “pacificar o país” e corrigir o que consideram abusos de autoridade. O tema, contudo, enfrenta resistência das bancadas de esquerda e de parte do centro, que veem no perdão uma ameaça à responsabilização penal.
Contexto e próximos passos
O embate exposto na Paulista ocorre enquanto o STF se aproxima da conclusão do julgamento que pode tornar Bolsonaro inelegível ou mesmo levar a condenação criminal, dependendo dos desdobramentos das investigações sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado. A corte analisa mensagens, reuniões e a citada delação de Cid, além de relatórios da Polícia Federal.


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Imagem: Valter Campanato
Do outro lado, governadores aliados, parlamentares e apoiadores do ex-presidente voltaram a ocupar as ruas para pressionar tanto o Judiciário quanto o Legislativo. A estratégia se apoia na mobilização popular para sustentar a narrativa de que estaria em curso uma “perseguição jurídica” contra o campo conservador, tese repetida por Tarcísio no palanque paulista.
A repercussão imediata inclui pedidos de investigação contra o governador por suposta coação ao STF, formulados por parlamentares de esquerda. Já setores do direito avaliam que a fala de Tarcísio se enquadra na liberdade de expressão política, sem configurar crime de responsabilidade. O desfecho dependerá da avaliação da Procuradoria-Geral da República e, eventualmente, do próprio Supremo.
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Em síntese, o ato na Paulista colocou Tarcísio de Freitas no centro do debate institucional ao confrontar o STF e defender abertamente a anistia aos investigados de 8 de janeiro. Resta saber se a pressão popular e parlamentares aliadas conseguirão alterar o ritmo do julgamento no Supremo. Continue acompanhando nossas atualizações e participe nos comentários sobre os próximos capítulos deste embate.
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