O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, respondeu nesta segunda-feira, 8 de setembro de 2025, às críticas feitas pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), durante o ato de 7 de Setembro na avenida Paulista. Na manifestação, o chefe do Executivo paulista acusou o ministro Alexandre de Moraes de agir como “ditador” e “tirano” no processo que investiga o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Tarcísio questiona legitimidade do processo
Diante de milhares de apoiadores na capital paulista, Tarcísio declarou que o inquérito conduzido por Moraes se baseia em “delação mentirosa, obtida sob coação”, referindo-se ao acordo de colaboração do tenente-coronel Mauro Cid. O governador afirmou não haver “ordem, texto ou áudio” que vincule Bolsonaro à organização dos atos de 8 de janeiro de 2023, considerados pelo STF como tentativa de abalar instituições do Estado.
Segundo Tarcísio, a Corte corre o risco de condenar o ex-presidente “sem nenhuma prova”, o que configuraria, em suas palavras, “tirania de um Poder sobre outro”. O governador acrescentou que “ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como Moraes” e prometeu “lutar para que a arbitrariedade tenha fim”.
Os discursos de 7 de Setembro reforçaram o apoio a Bolsonaro e concentraram críticas ao Supremo, especialmente ao relator dos inquéritos que envolvem o ex-mandatário. Tarcísio, apontado por pesquisas como favorito à reeleição em 2026, utilizou o palanque para reforçar o alinhamento com o eleitorado conservador e defender maior equilíbrio entre os Poderes.
Barroso defende publicidade e transparência
Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, Barroso evitou comentar o mérito do processo, cujo desfecho pode ocorrer ainda nesta semana, mas rebateu a comparação feita pelo governador entre o STF e regimes de exceção. O ministro sublinhou que “processo penal é prova, não disputa política ou ideológica” e disse aguardar a conclusão do julgamento para se pronunciar “em nome do Supremo”.
Barroso recordou ter “vivido e combatido a ditadura” e argumentou que, nesse período, “não havia devido processo legal público e transparente”. Para o presidente da Corte, o cenário atual “se dá à luz do dia”, com acompanhamento da imprensa e da sociedade. “Na vida, não adianta querer quebrar o espelho por não gostar da imagem”, afirmou o magistrado.
Apesar de não citar Tarcísio nominalmente, Barroso se referiu às acusações de ditadura dentro do Judiciário como “equívocos sobre a realidade”. Ele ressaltou que o STF trabalha em colegiado e que todas as decisões no inquérito contra Bolsonaro têm sido deliberadas por maioria dos ministros.
Julgamento se aproxima do desfecho
O processo contra o ex-presidente aguarda a análise final do plenário. Nos autos, a Procuradoria-Geral da República aponta que Bolsonaro e aliados teriam discutido a possibilidade de invalidar o resultado eleitoral de 2022 e convocar novas eleições. A principal prova apresentada pela acusação é a delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do Palácio do Planalto.
A defesa do ex-chefe do Executivo nega qualquer iniciativa golpista e questiona a legalidade das provas obtidas. Advogados de Bolsonaro sustentam que a colaboração premiada foi firmada sob “pressão psicológica” e sem autorização de instâncias superiores das Forças Armadas. O relator Alexandre de Moraes rejeitou pedidos de nulidade, e o caso segue pronto para julgamento.


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Imagem: reprodução
No mesmo dia em que Barroso falou à imprensa, Bolsonaro solicitou autorização do STF para realizar um procedimento médico antes da conclusão do processo. A defesa alega que o ex-presidente enfrenta complicações intestinais decorrentes do atentado sofrido em 2018.
Clima político permanece tenso
A troca de declarações evidencia o ambiente de tensão entre parte do espectro político e o Poder Judiciário. Enquanto governadores e parlamentares alinhados a Bolsonaro pedem limites à atuação de Moraes, o STF reforça a legitimidade de inquéritos sobre os eventos de 8 de janeiro. A Corte argumenta que as investigações buscam proteger a democracia e a separação de Poderes.
Analistas independentes avaliam que o desfecho do julgamento pode impactar diretamente a estratégia eleitoral de 2026. Se condenado, Bolsonaro ficaria inelegível e abriria espaço para novos nomes no campo conservador. Se absolvido, o ex-presidente manteria capital político para disputar cargos ou influenciar candidaturas.
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Em síntese, as críticas de Tarcísio de Freitas intensificam a pressão sobre o STF às vésperas do veredito envolvendo Jair Bolsonaro, enquanto Luís Roberto Barroso reafirma o compromisso da Corte com o devido processo legal. Fique atento aos próximos desdobramentos e compartilhe esta notícia com quem acompanha a política nacional.
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