São Paulo, 8 set. 2025 – O 7 de Setembro reuniu dezenas de milhares de pessoas na Avenida Paulista em defesa da anistia aos presos do 8 de Janeiro e pelo impeachment do ministro Alexandre de Moraes. No centro do ato, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), elevou o tom contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e assumiu protagonismo na pauta que mobiliza a direita nacional.
Discurso reforça pressão por anistia ampla
No palanque montado em frente ao MASP, Tarcísio classificou como “tirania” as decisões de Moraes e exigiu votação imediata do projeto de anistia na Câmara. O governador afirmou que “ninguém aguenta mais a ditadura de um poder sobre o outro” e pediu ao presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), que coloque a proposta em pauta sem alterações. Ao lado de Michelle Bolsonaro e do pastor Silas Malafaia, o ex-ministro da Infraestrutura também contestou as provas apresentadas contra Jair Bolsonaro (PL) no julgamento por suposta trama golpista, chamando de “mentirosa” a delação de Mauro Cid.
O posicionamento marca uma virada estratégica. Até então visto como figura moderada, Tarcísio agora se alinha de forma explícita ao eleitorado bolsonarista e amplia a pressão institucional às vésperas do veredicto da Primeira Turma do STF, previsto para 12 de setembro. Analistas observam que, ao adotar discurso mais firme, o governador consolida liderança sobre a coalizão direita–centro-direita que se articula para 2026.
Reações imediatas do STF e do governo Lula
A fala provocou resposta relâmpago da cúpula do Judiciário. O ministro Gilmar Mendes negou qualquer “ditadura da toga”, enquanto o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, destacou que julgamentos são públicos e transparentes. No Congresso, o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), acusou Tarcísio de “coação no curso do processo”. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que “caiu a máscara” do governador.
Mesmo assim, a ausência coletiva de ministros do STF no palanque oficial do desfile militar em Brasília chamou atenção. Embora convidados, nenhum magistrado compareceu, fato considerado incomum e interpretado como tentativa de evitar novas tensões diante da crescente mobilização popular.
Efeito político nas forças do Congresso
Dentro do Legislativo, a resistência à anistia se concentra hoje no presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que defende perdão restrito apenas aos réus do 8 de Janeiro. O senador Ciro Nogueira (PP-PI) rebateu a tese e, em tom de campanha, prometeu “tirar a esquerda do poder”. Na Câmara, o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou ter 41 assinaturas para pedir o impeachment de Moraes.
Para o cientista político Adriano Cerqueira, do Ibmec-BH, a exposição de Tarcísio fortalece o bloco conservador e evidencia o enfraquecimento do governo Lula perante um Congresso cada vez mais sensível à pressão das ruas. A avaliação é compartilhada por Leonardo Barreto, da consultoria Think Policy, que vê o Centrão usando a pauta da anistia para negociar espaços no Executivo e testar limites do STF.
Sinais internacionais e bandeiras dos EUA
A manifestação em São Paulo ganhou destaque na mídia estrangeira pela profusão de símbolos norte-americanos. Uma bandeira gigante dos Estados Unidos foi estendida sobre a avenida, gesto que o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) classificou como “agradecimento” ao presidente Donald Trump. Nas redes, o parlamentar publicou mensagem em inglês reforçando o vínculo com a Casa Branca e criticando Moraes.
Jason Miller, ex-estrategista de Trump, chamou o STF de “cabeça de cobra” e elogiou a multidão brasileira. O governo Lula reagiu com a ministra Gleisi Hoffmann, que exaltou a bandeira nacional e acusou a oposição de subordinação a interesses externos. Apesar do incômodo no Planalto, a repercussão internacional mantém a pauta da anistia na cena global, ampliando o desgaste da Suprema Corte.


Camiseta Camisa Bolsonaro Presidente 2026 Pátria Brasil 6 X 10,00 S/JUROS


Imagem: Sílvio RibasBrasília
Direita unida, mas anistia ainda enfrenta barreiras
Enquanto parlamentares conservadores sustentam o coro por perdão “amplo, geral e irrestrito”, Alcolumbre e setores do STF trabalham para limitar o alcance da medida. O presidente do Senado avalia texto enxuto que exclui Jair Bolsonaro e militares de alta patente, tese rejeitada pelo PL e por lideranças evangélicas. O Palácio do Planalto, por sua vez, sinaliza veto parcial se o perdão incluir o ex-chefe do Executivo.
O diretor do Ranking dos Políticos, Juan Carlos Arruda, resume o impasse: “A direita quer perdão total, o Centrão busca meio-termo e o STF observa pronto para agir”. O desfecho, segundo ele, redefinirá o equilíbrio entre os Poderes antes da corrida presidencial de 2026.
A tensão institucional evidencia que a semana será decisiva. Caso o STF confirme condenação de Bolsonaro, a pressão por anistia tende a crescer, e Tarcísio já aparece como porta-voz desse movimento. Seu desafio agora será manter a interlocução com o centro político sem recuar do discurso que o projetou como herdeiro natural do capital eleitoral bolsonarista.
Para aprofundar o tema e acompanhar os próximos desdobramentos em Brasília, acesse nossa cobertura em Política.
Em síntese, o 7 de Setembro consolidou Tarcísio de Freitas como liderança central na defesa da anistia, acirrou o atrito com o STF e colocou o Congresso sob nova pressão popular. Continue acompanhando nossas atualizações e compartilhe este conteúdo para manter o debate vivo.
Para informações oficiais e atualizadas sobre política brasileira, consulte também:

IMPERDÍVEL! Jair Bolsonaro: O fenômeno ignorado: Eles não entenderam nada



