O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), voltou a apontar o ex-presidente Jair Bolsonaro como responsável por “instigar milhares de pessoas” contra a Corte durante o feriado de 7 de Setembro de 2021. A declaração ocorreu nesta terça-feira, 9, durante sessão que analisa denúncia de tentativa de golpe de Estado.
Ministro retoma discurso sobre o 7 de Setembro de 2021
Ao relembrar o pronunciamento de Bolsonaro naquela data, Moraes afirmou que o então chefe do Executivo “insuflou” a população contra o STF e contra um ministro específico, sem mencionar nomes naquele momento. Segundo ele, o discurso presidencial elevou “exponencialmente” as ameaças dirigidas aos magistrados e a seus familiares.
Entre as falas destacadas, Moraes citou a frase dirigida por Bolsonaro ao então presidente do Supremo, Luiz Fux: “Ou chefe desse Poder enquadra o seu ou esse Poder pode sofrer aquilo que não queremos”. Para o ministro, trata-se de “clara e grave ameaça” ao livre exercício do Judiciário e evidencia o crime de abolição do Estado democrático de direito.
O magistrado lembrou ainda a afirmação de Bolsonaro de que só deixaria o Palácio do Planalto “preso ou morto”, avaliando que a declaração mostra a intenção de permanecer no cargo por meios ilegais. Segundo Moraes, desde 2021 já havia “atos executórios” voltados a desacreditar a democracia e impedir a alternância de poder.
Críticas recentes alimentam novo embate político
As observações do ministro acontecem poucos dias após o 7 de Setembro de 2025. Na data, um ato de apoiadores do ex-presidente foi realizado na Avenida Paulista, em São Paulo, com bandeiras dos Estados Unidos em destaque. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) participou e chamou Moraes de “tirano” em discurso público.
Sem citar diretamente o evento, Moraes declarou durante a sessão que “frases semelhantes foram ditas para tentar nova interferência, agora internacional, na independência deste Poder Judiciário”. O magistrado não especificou quais seriam as supostas tentativas de influência externa, mas reforçou que qualquer incitação contra a Corte precisa ser contida para preservar “a independência e a harmonia entre os Poderes”.
Risco à segurança institucional
De acordo com Moraes, o comportamento do então presidente da República gerou reforço imediato da segurança dos ministros e de suas famílias. Ele classificou o episódio de 2021 como “crime confesso em viva voz” e destacou que “só nas ditaduras juízes fazem o que o ditador determina”. O ministro frisou que, no regime democrático, “não há espaço para ameaças” ao Judiciário por parte do Executivo.
Para sustentar seu posicionamento, Moraes afirmou que “qualquer estudante de primeiro ano de direito” reconheceria a configuração de grave ameaça. Ele reiterou que o objetivo das ações seria “extinguir a independência do Poder Judiciário” e enfatizou que o STF não permitirá ataques à sua atuação institucional.
Bolsonaro e aliados rebatem acusações
Até o momento, Jair Bolsonaro não comentou publicamente as declarações feitas na sessão desta terça-feira. Em ocasiões anteriores, o ex-presidente negou ter intenção golpista e alegou exercer o direito à liberdade de expressão ao criticar decisões do Supremo. Auxiliares próximos afirmam que as falas de 2021 ocorreram “no calor do momento” e que não houve planejamento para impedir a troca de governo em 2023.


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Imagem: Internet
Parlamentares da oposição também questionam a interpretação de Moraes, argumentando que manifestações de rua fazem parte do debate democrático. Eles insistem que as contínuas investigações contra Bolsonaro refletem perseguição política e extrapolam os limites constitucionais.
Próximos passos no STF
O processo que investiga a suposta tentativa de golpe prossegue sob relatoria de Moraes. A análise envolve depoimentos de ex-ministros, militares da ativa e da reserva, além de registros de comunicação interna do governo à época. O Tribunal ainda não definiu data para votação de possível abertura de ação penal contra Bolsonaro e demais investigados.
Mesmo sem cronograma oficial, Moraes tem reiterado que a Corte “não tolerará” ameaça alguma ao Estado Democrático de Direito. A expectativa é de que o caso permaneça no centro do debate político, sobretudo com a aproximação do ano eleitoral de 2026.
Casos como esse reforçam a tensão entre Judiciário e Executivo, tema que você pode acompanhar em nossa seção específica de Política.
Em resumo, Moraes voltou a sustentar que Bolsonaro liderou atos que buscavam fragilizar a independência do STF. O processo segue em tramitação, e novos depoimentos devem aprofundar as investigações. Continue acompanhando nossas atualizações para ficar por dentro dos desdobramentos.
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