Lisboa, 12 set. 2025 – O vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), arcebispo Dom Paulo Jackson, declarou que a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por suposta tentativa de golpe de Estado representa o tipo de julgamento que não ocorreu nos Estados Unidos após a invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021.
Comparação com o episódio do Capitólio
Dirigindo-se a jornalistas no encerramento do XVI Encontro de Bispos dos Países Lusófonos, em Lisboa, o religioso afirmou que “praticamente a mesma coisa aconteceu nos Estados Unidos e não houve julgamento algum”. A referência remete ao dia em que apoiadores do então presidente Donald Trump entraram no prédio do Congresso norte-americano durante a certificação da vitória de Joe Biden. Apesar da repercussão global, Trump não enfrentou condenação judicial.
Para Dom Paulo Jackson, a decisão da Justiça brasileira de punir Bolsonaro e outras lideranças revela, de acordo com ele, instituições “reforçadas”. Nas palavras do arcebispo, “a tentativa de golpe foi frustrada, mas houve atentados contra Supremo Tribunal Federal, Executivo e Legislativo; o processo judicial fortalece a democracia”.
Pontos destacados pelo arcebispo
O vice da CNBB elencou três aspectos em sua fala:
1. Fortalecimento institucional
Segundo o bispo, o julgamento do que classificou como “núcleo central” da suposta trama militar teria dado provas de robustez ao sistema brasileiro.
2. Polarização e reconciliação
Ele reconheceu que o país vive “processo muito grande de polarizações” e afirmou que a Igreja Católica atua para “mitigar consequências sociais” desse clima. Reforçou, porém, que qualquer pacificação deve respeitar a lei e o Estado Democrático de Direito.
3. Tarifas dos EUA a produtos brasileiros
Dom Paulo criticou a tarifação imposta por Washington a partir de 6 de agosto, alegando que as sobretaxas não se justificam nem encontram explicação plausível.
Repercussão política e questionamentos
No Brasil, a condenação de Bolsonaro ainda suscita debates. Governadores apontaram “condenação antecipada” no Supremo Tribunal Federal, enquanto aliados do ex-presidente alegam motivação política. Do exterior, um conselheiro de Trump classificou o processo como “orquestrado”.
Embora o bispo tenha sustentado a tese de instituições fortalecidas, setores conservadores observam que apenas manifestantes e figuras associadas à direita sofrem processos, ao contrário do cenário norte-americano, onde a Justiça optou por não imputar culpa criminal a Trump.
Igreja defende atuação social
Dom Paulo Jackson destacou que a CNBB e dioceses realizam “trabalho gigantesco” em comunidades para atenuar efeitos da polarização. Ele mencionou a necessidade de iniciar “processo de reconciliação” com base em respeito às regras vigentes. Para o arcebispo, o caminho passa por envolvimento espiritual de fiéis e presença da Igreja em ações de diálogo.


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Imagem: reprodução
Contexto do julgamento
Jair Bolsonaro foi condenado em 2024 a oito anos de inelegibilidade pelo Tribunal Superior Eleitoral e responde a processos no STF sob acusação de chefiar conspiradores que teriam pretendido impedir posse de autoridades legitimamente eleitas. A defesa nega qualquer plano de golpe e classifica as denúncias como perseguição.
Desde o início dos inquéritos, aliados apontam falta de provas materiais que liguem o ex-mandatário a atos de vandalismo registrados em 8 de janeiro de 2023, quando prédios dos Três Poderes foram depredados. Parlamentares de oposição ressaltam que o termômetro político, e não evidências concretas, pesou na decisão do Judiciário.
Tarifas norte-americanas em debate
Em paralelo à comparação entre Brasil e EUA, o vice-presidente da CNBB condenou as novas tarifas aplicadas por Washington a produtos agrícolas brasileiros. Segundo ele, tratar-se-ia de retaliação “não razoável” ao rumo institucional adotado pelo Brasil. O Ministério das Relações Exteriores foi acionado para negociar, mas, até o momento, a Casa Branca mantém a taxação.
Próximos passos
A fala de Dom Paulo Jackson adiciona componente religioso à discussão sobre a condenação de Bolsonaro e o tratamento diferenciado conferido a Donald Trump nos EUA. Enquanto o Brasil avança em processos judiciais, nos Estados Unidos a controvérsia segue no campo político, sem sanções criminais contra o ex-presidente republicano.
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Em resumo, o vice-presidente da CNBB defendeu que o julgamento de Bolsonaro reforça as instituições brasileiras e apontou contraste com a ausência de processo semelhante nos EUA. Continue atento a nossos conteúdos e participe nos comentários com sua opinião sobre o tema.
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