O governo federal levou dois anos e meio para apostar, de forma concentrada, na retórica do “nós contra eles”. Menos de uma semana depois da sinalização pública do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em favor da taxação de “super-ricos”, surgiu o primeiro episódio extremo: um professor aposentado da Universidade Federal do Rio de Janeiro publicou nas redes sociais que a filha de cinco anos do empresário Roberto Justus “deveria ser executada na guilhotina” por aparecer em foto familiar portando uma bolsa de grife. O comentário, que rapidamente viralizou, marcou a passagem da polêmica do plano econômico para o terreno da violência direta.
Ameaça a criança expõe escalada de hostilidade
O autor da postagem integrou a estrutura acadêmica durante os primeiros mandatos de Lula e, segundo registros públicos, manteve interlocução com setores do PT. O caso gerou forte repercussão nas plataformas digitais, onde o governo enfrenta altos índices de rejeição. Perfis simpatizantes justificaram o ataque verbal, enquanto usuários contrários classificaram-no como incitação ao crime.
Não se trata de episódio isolado. Em 2018, um militante então vinculado ao PSOL atacou com faca o candidato Jair Bolsonaro em Juiz de Fora, deixando-o em estado grave. Durante o mesmo ciclo eleitoral, circulou vídeo no qual jovens chutavam uma réplica da cabeça de Bolsonaro. Mais recentemente, perfis alinhados ao Palácio do Planalto têm incentivado o “fuzilamento” de opositores em materiais que circulam em grupos de mensageria.
Retórica oficial mira “super-ricos” e pressiona Congresso
Lula tem apontado a necessidade de tributar aproximadamente 140 mil contribuintes enquadrados na faixa de “super-ricos”, além de regulamentar apostas on-line. A estratégia vem acompanhada de peças publicitárias que defendem “mais justiça tributária”, prometendo isenção de Imposto de Renda para 25 milhões de pessoas com remuneração de até R$ 5 mil mensais.
Ao mesmo tempo, o presidente atribui resistência ao plano ao Congresso Nacional, classificando deputados e senadores como “aliados dos privilegiados”. A confrontação coincide com a articulação de inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF) contra supostos discursos de ódio, majoritariamente direcionados a influenciadores de direita. Até o momento, porém, não há registro de providências da Corte a respeito da ameaça contra a criança ou de ataques semelhantes vindos do espectro político governista.
Histórico de tolerância à violência política
Declarações passadas reforçam a percepção de duplo padrão. Ainda na década de 1990, Lula defendeu publicamente um sindicalista acusado de tentativa de homicídio numa manifestação em São Paulo. Em 2024, o chefe do Executivo manifestou apoio ao regime iraniano em temas econômicos, apesar das execuções de opositores e homossexuais no país persa. Da mesma forma, o presidente já elogiou o “paredón” de Fidel Castro em Cuba.
Críticos apontam que o endosso a regimes autoritários reforça a naturalização da violência como instrumento político. Em ambiente onde o índice nacional de homicídios supera 40 mil casos anuais, qualquer incentivo à polarização amplia o risco de episódios fatais.
Mídia tradicional, redes sociais e impacto eleitoral
Dentro da imprensa alinhada ao governo, a nova campanha contra os “super-ricos” recebeu cobertura favorável. Levantamentos independentes em aproximadamente 100 mil grupos de WhatsApp, entretanto, mostram quadro inverso: 50% das mensagens sobre o aumento do IOF para altas rendas foram negativas, contra 11% positivas, na última medição mensal. O número sugere que a guinada retórica ainda não se traduz em apoio popular consistente.


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Imagem: Fernando Frazão
Analistas de monitoramento digital destacam que a primeira dama, Janja da Silva, foi fotografada no shopping mais caro do Leblon e, em viagem recente, utilizou aeronave da Força Aérea Brasileira com 200 assentos para deslocamento solo à Rússia. As imagens foram amplamente compartilhadas por opositores, que enxergam contradição entre o discurso de combate a privilégios e o padrão de consumo da família presidencial.
STF e discurso de ódio: critérios questionados
Nos últimos anos, o Supremo reforçou inquéritos para punir conteúdos classificados como “antidemocráticos”, chegando a condenar o ex-deputado Daniel Silveira a nove anos de prisão por ofensas verbais a ministros. Nada semelhante ocorreu em relação a militantes que sugeriram guilhotina para crianças ou exibiram vídeos com decapitações simbólicas de adversários. Para juristas críticos, a seletividade mina o princípio da isonomia e incentiva a continuidade de ameaças contra alvos específicos.
Sem recuo na estratégia de polarização, o Planalto aposta que a retórica classista renderá ganhos eleitorais rápidos. Contudo, a violência verbal dirigida a uma menina de cinco anos evidencia que a fronteira entre critica política e incitação ao crime foi cruzada, colocando em xeque a segurança dos cidadãos e a estabilidade institucional.
Se você deseja acompanhar as próximas movimentações no Congresso sobre tributação e segurança pública, confira a cobertura completa em Política.
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