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General nega plano contra Lula, mas imprensa divulga “confissão” que não existiu

Política

Brasília, 16 jul 2025 – O general da reserva Mario Fernandes declarou em juízo que jamais planejou assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro Alexandre de Moraes e o vice-presidente Geraldo Alckmin. Apesar da negativa, veículos de comunicação apresentaram o depoimento como uma “confissão” e apontaram o militar como peça-chave de uma suposta conspiração ligada aos atos de 8 de janeiro.

O que foi dito no depoimento

Durante o interrogatório conduzido pela Polícia Federal, Mario Fernandes admitiu ter produzido um arquivo que chamou de “pensamento digitalizado”. Segundo o próprio general, o documento contém divagações pessoais escritas em computador, sem encaminhamento a terceiros nem instruções operacionais. O material foi impresso na Secretaria-Geral da Presidência quando ele ocupava cargo de secretário-executivo, em 2022.

Questionado sobre eventuais ações práticas, Fernandes reiterou que:

  • não discutiu o conteúdo com o então presidente Jair Bolsonaro;
  • não compartilhou o texto com superiores no Exército;
  • não manteve contato com o coronel Mauro Cid, apontado como testemunha-chave pela Procuradoria-Geral da República;
  • não adquiriu armas, venenos ou insumos que pudessem caracterizar preparação de atentado.

Para a defesa, pensar ou escrever hipóteses sem execução não configura crime previsto na legislação penal. O Código Penal tipifica homicídio somente quando há ato concreto ou tentativa efetiva, o que não se verificou no caso.

Divulgação como “prova-bomba”

Reportagens publicadas na última semana afirmaram que o depoimento traria a “confissão” de um plano batizado de “Operação Punhal Verde-Amarelo”. O termo, no entanto, não aparece no interrogatório oficial. As manchetes também imputaram ao militar a intenção de envenenar Lula, enforcar Moraes e eliminar Alckmin. Nenhum desses métodos foi descrito por Fernandes em juízo.

A narrativa midiática ganhou destaque por alguns dias e sumiu das capas tão rapidamente quanto surgiu. Não houve divulgação do vídeo integral do depoimento nem exposição de provas materiais que sustentassem a acusação. Faltaram fotos de armas, e-mails, mensagens ou registros financeiros que ligassem o general a qualquer logística de atentado.

Contradições apontadas pela defesa

Advogados afirmam que a PGR baseia a denúncia em hipóteses, não em evidências objetivas. O inquérito sobre 8 de janeiro já soma dois anos e meio sem apresentar material bélico, esquemas de financiamento ou ordens diretas para subverter o Estado. Segundo a defesa, o episódio envolvendo Mario Fernandes confirma a fragilidade do caso: o único elemento novo virou manchete, mas não resistiu a uma simples leitura dos autos.

Para juristas ouvidos pela reportagem, transformar pensamentos em “ato preparatório” colide com o princípio constitucional da liberdade de expressão. O Supremo Tribunal Federal reconhece crime de incitação quando há chamado explícito à violência, mas não há precedente que equipare anotações pessoais a plano concreto de homicídio.

Contexto político

Desde 2023, o STF mantém sob sigilo parte dos inquéritos que apuram suposto “golpe” atribuído a simpatizantes do ex-presidente Bolsonaro. A imprensa tem reproduzido trechos vazados ou relatórios produzidos pelos investigadores, muitas vezes sem acesso aos documentos completos. Nessa dinâmica, títulos chamativos nem sempre refletem o conteúdo real dos depoimentos.

Para ex-integrantes das Forças Armadas, o episódio reforça a necessidade de transparência. Alegam que a divulgação seletiva prejudica o direito de defesa e alimenta conclusões precipitadas sobre militares que atuaram no último governo.

Próximos passos

O processo segue no Supremo, sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes. O general Mario Fernandes responderá em liberdade, enquanto a PGR avalia se apresenta nova denúncia ou arquiva o trecho relativo ao suposto atentado. A defesa solicitará acesso irrestrito a todos os autos e pretende pedir perícia independente no arquivo digital apreendido.

Procurada, a assessoria do Palácio do Planalto não comentou a declaração de Fernandes. A Advocacia-Geral da União reiterou confiança no trabalho da Polícia Federal e do Ministério Público.

Para acompanhar outros desdobramentos sobre o cenário político, acesse a seção dedicada em Política.

Em resumo, o depoimento que circulou como “confissão” mostrou-se uma negativa formal. O caso expõe a distância entre manchetes e documentos oficiais, tema que seguirá no radar de quem defende investigação baseada em prova, não em narrativa. Se você quer receber análises objetivas dos próximos capítulos, salve nosso site nos favoritos e compartilhe esta matéria.

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