Brasília, 20 de agosto de 2025 — O politólogo norte-americano Steven Levitsky, autor do best-seller “Como as Democracias Morrem”, esteve no Brasil para se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Após o encontro, o pesquisador elogiou o atual sistema político brasileiro e, na mesma declaração, apontou falhas na condução do governo dos Estados Unidos. A agenda do acadêmico provocou questionamentos sobre a coerência de sua obra e trouxe à tona investigações recentes que envolvem figuras de alto escalão de Washington.
Acadêmico exalta Brasília e mira críticas a Washington
Durante a passagem pela capital federal, Levitsky avaliou o cenário nacional como “exemplo de resiliência democrática” e destacou o que descreveu como “capacidade de inclusão social” do modelo brasileiro. Ao mesmo tempo, o politólogo disparou críticas à administração norte-americana, classificando a gestão do momento como “retrocesso institucional”. Ele não mencionou nominalmente o presidente dos Estados Unidos, mas apontou “retórica polarizadora” e “uso político de agências de Estado” como fatores de deterioração democrática.
A fala repercutiu entre congressistas e especialistas. Para parlamentares da oposição, o elogio de Levitsky ao governo brasileiro contrasta com episódios recentes de restrição a perfis em redes sociais e debates sobre moderação de conteúdo. Já analistas alinhados ao Planalto citaram medidas de combate à desinformação para justificar a aprovação do pesquisador.
Na comunidade acadêmica, a visita reacendeu discussões sobre a aplicação seletiva de conceitos de democracia. Críticos afirmam que Levitsky ignorou a proximidade diplomática do governo brasileiro com regimes autoritários vizinhos, em especial a Venezuela. Para esses observadores, o silêncio do cientista político diante de denúncias de violações de direitos naquele país compromete a integridade de seu diagnóstico.
Documentos de Tulsi Gabbard alimentam dúvidas sobre caso Rússia
Enquanto Steven Levitsky se encontrava em Brasília, evoluíam em Washington processos movidos a partir de relatórios entregues pela ex-congressista Tulsi Gabbard ao Departamento de Justiça. Os arquivos, segundo a defesa da ex-militar, indicam interferência de organismos como CIA e NSI na construção da narrativa de que Moscou teria influenciado as eleições de 2016 para favorecer Donald Trump.
Os papéis mencionam reuniões internas, supostamente realizadas entre 2015 e 2017, em que agentes buscariam “elementos de ligação” entre a campanha republicana e o Kremlin. Esses indícios ainda não foram confirmados judicialmente, porém abriram novo flanco de investigação que alcança integrantes do círculo de Barack Obama. Se comprovada a manipulação, o episódio adiciona combustível ao debate sobre o papel de serviços de inteligência na disputa política norte-americana.
Paralelamente, veículos de imprensa que nos últimos anos sustentaram a tese de conluio russo passaram a rever posicionamentos editoriais. Organizações de fiscalização da mídia observam recuo no uso da expressão “prova conclusiva de interferência”, termo recorrente entre 2017 e 2020. O cenário reforça a percepção de que a democracia também pode ser abalada por campanhas de desinformação originadas dentro do próprio aparato estatal.
Celebrações públicas contrastam com escândalos sociais
O capítulo brasileiro da passagem de Levitsky não se restringiu a encontros oficiais. O escritor participou de seminário promovido por uma fundação cultural em São Paulo, ao lado de celebridades que, no passado, endossaram programas sociais que acabaram extintos por falta de resultados concretos — caso do Fome Zero, encerrado sem atingir metas de redução da pobreza extrema. Entre os convidados estava o músico Bono Vox, que em 2004 entregou simbolicamente uma guitarra para apoiar a iniciativa governamental.
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Imagem: Marcelo Camargo
A repetição de figuras do entretenimento em eventos voltados à defesa de políticas públicas gerou críticas sobre “marketing humanitário”. Especialistas em controle de gastos apontam que a participação de artistas internacionais costuma atrair atenção, mas raramente resulta em auditorias efetivas ou métricas de impacto.
Paralelos entre democracia e autoritarismo ganham destaque
Ao comentar a presença de Levitsky, opositores do governo citaram a proposta de regulação de plataformas digitais em discussão no Congresso. Para eles, a criação de um órgão com poder de remover conteúdo configura risco de censura. Defensores da medida argumentam que a indústria tecnológica precisa de parâmetros claros para evitar propaganda ilícita.
Enquanto o debate avança, permanece a pergunta sobre como ditaduras chegam ao fim. Analistas lembram que regimes autoritários frequentemente se sustentam em redes de apoio intelectual e narrativas internacionais. A exposição de contradições, afirmam, pode acelerar o desgaste desses sistemas.
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Este texto reuniu os principais fatos relacionados à visita de Steven Levitsky, às investigações do Caso Rússia e às discussões sobre regulação das redes. Continue acompanhando nosso site para entender como esses temas podem influenciar o futuro do Brasil e de outras democracias.
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