Brasília, 17 set. 2025 — O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), afirmou que a rotina de protestos e ameaças de obstrução da oposição torna “impossível” avançar em matérias de interesse direto da população. Em plenário, o parlamentar relatou que enfrenta, “24 horas por dia”, pressões ligadas à anistia dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 e a pedidos de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, temas que, segundo ele, monopolizam a pauta e travam votações.
Pressão pela anistia domina plenário
O desabafo ocorreu durante sessão desta quarta-feira (17), quando o senador Izalci Lucas (PL-DF) cobrou a análise de uma proposta voltada a reivindicações de trabalhadores terceirizados. “Eu gostaria, presidente, que Vossa Excelência dedicasse 0,001% do seu tempo aos terceirizados”, afirmou Izalci, solicitando prioridade para o texto que tenta solucionar pendências contratuais no serviço público.
Alcolumbre reconheceu a relevância do pleito, mas enfatizou o clima de instabilidade. “Na volta do recesso, encontrei senadores acorrentados à Mesa Diretora, impedindo o funcionamento da Casa”, relatou. O protesto mencionado foi organizado por parlamentares alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que defendem a libertação do ex-chefe do Executivo, atualmente em prisão domiciliar, bem como a aprovação de uma anistia geral para manifestantes do 8 de Janeiro.
O presidente do Senado explicou que a ameaça de obstrução é constante: “Há quem diga que não votará nada enquanto não avançarmos em anistia ou em impeachment de ministro do STF. Com isso, os projetos que tratam de economia, segurança e saúde ficam prejudicados”. Alcolumbre também citou pressões semelhantes na Câmara dos Deputados, onde parlamentares ocuparam a mesa diretora para reforçar a mesma pauta.
Reuniões da Mesa Diretora em impasse
Segundo o senador, a turbulência impede até a convocação de encontros internos. “Não conseguimos reunir a Mesa Diretora. Toda manhã, tarde e noite surge um novo impasse: alguém agride, ofende ou levanta um assunto que não está na lista de prioridades do País”, afirmou. O parlamentar descreveu o momento como “arrastado”, indicando que, desde as eleições de 2022, a Casa é “atropelada” pela mesma discussão.
Em resposta, Izalci Lucas reforçou que o Senado não pode ignorar a pauta trabalhista. Alcolumbre então comprometeu-se a convocar reunião específica para tratar do projeto sobre terceirizados, mas sem estipular data. O presidente voltou a alertar, porém, que a sinalização de parte da oposição de travar votações dificulta qualquer cronograma.
As tensões recentes incluem também atos de senadores que protocolaram requerimentos de impeachment contra ministros do Supremo Tribunal Federal. Esses pedidos, reiterados por parlamentares da base conservadora, ganharam fôlego após decisões judiciais com impacto sobre lideranças de direita. Alcolumbre, contudo, lembra que cabe ao Senado deliberar sobre a admissibilidade, movimento que, na prática, exige amplo acordo político.
Parlamentares divididos sobre prioridades
O embate revela cisão clara entre parlamentares que defendem foco em temas econômicos e sociais — como reforma tributária, saúde e segurança pública — e aqueles que priorizam embates institucionais com o Judiciário. Alcolumbre posiciona-se na primeira trincheira, enfatizando a necessidade de avançar em pautas que considera “urgentes” para o cotidiano dos brasileiros.


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Imagem: Marcos Oliveira
Pela ótica de senadores alinhados a Bolsonaro, a pauta de anistia e de contenção ao Supremo representa defesa de garantias constitucionais e combate ao que classificam como excessos do Judiciário. O grupo argumenta que, sem resolver essas questões, não há ambiente político para outras votações. Do outro lado, lideranças de centro e esquerda acusam a oposição de politizar o processo legislativo e comprometer projetos essenciais.
Próximos passos
Alcolumbre pretende buscar “consenso mínimo” para retomar a agenda nos próximos dias. Não está descartada nova reunião de líderes para negociar prioridades e fixar data para apreciação do projeto sobre terceirizados. Enquanto isso, o cenário segue permeado por incerteza sobre eventual avanço da anistia ou avaliação de impeachment de ministro do STF.
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Em síntese, o presidente do Senado classifica o momento como o mais difícil do período pós-eleitoral, atribuindo à pressão por anistia a paralisação de projetos de impacto direto na vida do cidadão. Resta saber se a Casa conseguirá superar impasses e votar temas que aguardam definição ainda neste semestre.
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