São Paulo – A declaração do governador Tarcísio de Freitas contra o ministro Alexandre de Moraes, feita em ato cívico de 7 de Setembro na Avenida Paulista, desencadeou uma ofensiva coordenada de veículos tradicionais de imprensa e gerou expectativa de resposta dentro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Declaração na Paulista incomoda o “centro” político
Tarcísio participou do evento após ter sido criticado por se ausentar de manifestação semelhante em 3 de agosto. Diante de milhares de apoiadores, afirmou: “Ninguém aguenta mais essa tirania de ministros como Moraes”. A frase foi suficiente para recolocar o governador no centro do debate nacional sobre 2026, quando seu nome é apontado como possível candidato ao Palácio do Planalto.
A postura adotada rompeu com a imagem de moderação que parte do espectro político buscava associar ao ex-ministro da Infraestrutura. Analistas alinhados ao campo progressista passaram a classificar o discurso como “radical” e “autoritário”, sustentando que o movimento poderia afastar eleitores de centro e comprometer alianças futuras.
Jornais elevam tom e alertam para “perigo institucional”
Em editorial, O Globo afirmou que Tarcísio “agride a democracia” e corre risco de perder o eleitor moderado “de que depende para vencer em 2026”. Colunistas do mesmo veículo, como Míriam Leitão e Pedro Doria, classificaram a estratégia do governador como erro de cálculo e sinal de desconhecimento histórico.
O Estadão publicou o editorial “Tarcísio cruzou o Rubicão”, apontando que o paulista “tisnou o verniz de moderação” ao atacar a Corte. A reportagem de apoio avaliou que a escolha pode levar parte da centro-direita a buscar alternativas, citando o governador Ratinho Júnior como beneficiário direto.
Na Folha de S.Paulo, o editorial “Tarcísio toma caminho perigoso ao afrontar Judiciário” caracterizou a fala como “bravata de matriz autoritária”. O colunista Hélio Schwartsman questionou se o governador seria “bolsonarista moderado” e concluiu que, ao “negar legitimidade” ao STF, ele se afasta da institucionalidade necessária à Presidência.
Nomes tradicionais do comentário político, como Merval Pereira, reforçaram a crítica. Para o articulista, Tarcísio “erra na dose” ao tentar agradar ao eleitorado bolsonarista, mas pode estar perdendo apoio antipetista que não aceita confronto direto com o Judiciário.
Supremo aguarda retratação e sinaliza tensão futura
Fontes internas do STF relataram que ministros aguardam retratação pública do governador. Nos bastidores, avalia-se que o episódio coloca em xeque a tentativa recente de aproximação entre Tarcísio e a Corte, iniciada após sua posse no Palácio dos Bandeirantes. Há receio de que o tom adotado em 7 de Setembro dificulte interlocução em temas sensíveis, como repasses federais e projetos de infraestrutura estadual que dependem de validação judicial.
Integrantes do tribunal enxergam a fala como alinhamento explícito com o ex-presidente Jair Bolsonaro, processado em ações que tramitam sob relatoria de Moraes. A reação sugere que, na ausência de recuo, o relacionamento institucional continuará sujeito a atritos frequentes.


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Imagem: Marcelo Camargo
Impacto na estratégia eleitoral para 2026
Consultores políticos destacam que a resposta da imprensa e do STF evidencia uma pressão para que o governador adote postura semelhante à de lideranças tucanas, tradicionalmente críticas ao PT, mas conciliadoras com o Judiciário. A aposta de parte do chamado “sistema” seria moldar Tarcísio como alternativa palatável ao centro, capaz de enfrentar Lula sem repetir o confronto direto de 2018 e 2022.
Por outro lado, dirigentes de partidos à direita avaliam que o governador preenche espaço deixado por Bolsonaro no eleitorado conservador, sobretudo em São Paulo, onde obteve votação expressiva em 2022. A incógnita, afirmam, é se o movimento garante expansão nacional ou limita a campanha a um segmento fiel, porém insuficiente para vencer no segundo turno.
A repercussão da frase de 7 de Setembro confirma que o posicionamento de Tarcísio diante do STF tornou-se fator determinante para sua trajetória. Enquanto a velha imprensa insiste em qualificá-lo como radical, ele reforça laços com a base conservadora e coloca o debate institucional no centro da disputa pela sucessão presidencial.
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Em resumo, a crítica direta ao ministro Moraes transformou a Independência em palco de definições para 2026. Resta saber se o governador manterá o tom ou aceitará o enquadramento pedido por setores da imprensa e do Judiciário. Acompanhe nossos próximos artigos e fique por dentro de cada passo dessa disputa.
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