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Ex-secretário relâmpago do Rio expõe bastidores do cargo e critica burocracia estatal

Política

RIO DE JANEIRO — Um convite telefônico num sábado abafado mudou radicalmente a rotina de um cidadão comum. Chamado a integrar o primeiro escalão do novo governo fluminense, ele foi informado de que assumiria a Secretaria de Segurança, pasta que, até então, estava destinada à extinção. A experiência, que durou poucos dias, revelou como o poder estatal pode tanto aprisionar quanto servir em situação de emergência.

Convite inesperado e início turbulento

O episódio começou logo após as eleições de 2018, quando o governador eleito prometera eliminar a Secretaria de Segurança e distribuir atribuições entre Polícia Civil e Militar. Apesar do planejamento prévio, a promessa foi suspensa de última hora: “Você vai ser secretário”, avisou um articulador político, “e a má notícia é que será na pasta de Segurança”. Até então, o novo titular dividia as mesmas preocupações de qualquer brasileiro — orçamento apertado, violência nas ruas e descrença no futuro. Em questão de horas, passaria a comandar mais de 500 servidores, dispor de duas salas funcionais, frota de 80 veículos e poder de nomeação.

Empossado, ele convocou um grupo restrito de militares da reserva, amigos antigos e técnicos de confiança. O objetivo imediato era concluir a transição entre a intervenção federal — chefiada por um general — e a gestão estadual recém-eleita. O desafio maior residia em manter a integridade de contratos, evitar fraudes na entrega de equipamentos e garantir a continuidade das operações policiais, tudo sob atento escrutínio da imprensa.

Impacto na vida pessoal e choque com a burocracia

Com o cargo, veio a perda de liberdade. O chefe de segurança pessoal, coronel Dantas, avisou: frequentar a praia estava fora de cogitação; o trajeto diário exigiria carro oficial, motorista e dupla de agentes armados. A estrutura ainda carecia de blindagem, já que o contrato de veículos protegidos havia expirado. Paralelamente, a secretária de cerimonial passava a definir cada saudação, assento e fala em eventos públicos — um ritual que o novo secretário encarou como desperdício de tempo e de recursos.

Se a bajulação de “satélites do poder” incomodava, a burocracia revelava-se ainda mais corrosiva. A primeira reunião estratégica tratou de minúcias de almoxarifado: conferência de coletes, rádios e munição recém-comprados. Qualquer falha, alertaram técnicos, recairia sobre o gabinete. Esse ambiente de insegurança jurídica — típico de um Estado inchado — confirma, segundo a visão conservadora, a urgência de reformas administrativas que simplifiquem processos e estabeleçam responsabilidades claras.

O uso correto da autoridade

A utilidade do poder tornaria-se evidente dias depois. Fernando, amigo e mentor político do secretário, telefonou em pânico: o filho, portador de distúrbio psiquiátrico, desaparecera e a família temia o pior. Horas mais tarde, o corpo do rapaz foi localizado no Instituto Médico Legal (IML). Diante de exigências de documentos e procedimentos lentos, Fernando não conseguia liberar o corpo.

O secretário mobilizou o coronel Dantas, que resolveu a papelada em minutos. O funeral ocorreu no Cemitério do Caju sob forte calor. A dor da família evidenciou, para o secretário, o propósito legítimo da autoridade: socorrer o cidadão comum quando a engrenagem estatal falha. Foi a primeira vez, confessou a colegas, que percebeu “para que serve o poder”.

Extinção da pasta e desfecho trágico

Dez dias depois, o governador cumpriu a promessa de campanha e extinguiu a Secretaria de Segurança. O titular relâmpago devolveu as chaves do gabinete, dispensou a escolta e caminhou anônimo pelo centro do Rio — cena que simbolizou a transitoriedade do poder público. Já o coronel Dantas, fiador de sua segurança e do auxílio prestado a Fernando, faleceu um ano depois, no início da pandemia, vítima de AVC e infarto simultâneos enquanto caminhava na praia de Niterói.

A história expõe a contradição entre o discurso político e a prática administrativa. Promessas de enxugamento estrutural podem ser revertidas pela cultura burocrática, e medidas emergenciais dependem de indivíduos dispostos a agir com firmeza. Para o ex-secretário, o episódio reforça a necessidade de gestores comprometidos com eficiência, transparência e responsabilidade pessoal — valores caros a quem defende um Estado menor, porém eficaz.

Se você se interessa por bastidores da política fluminense e federal, confira outros conteúdos em nosso canal de Política, onde temas de gestão pública são analisados sob uma ótica de eficiência e responsabilidade fiscal.

Resumo: A breve passagem de um civil pela chefia da Segurança do Rio revelou como decisões de gabinete podem afetar vidas comuns e como a burocracia, quando não controlada, mina qualquer tentativa de modernização do Estado. Acompanhe nossos conteúdos e mantenha-se informado sobre as próximas movimentações no cenário político.

Para informações oficiais e atualizadas sobre política brasileira, consulte também:

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