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Saneamento na Amazônia expõe falha da pauta ambiental e pode gerar retorno de R$ 330 bi

Política

Saneamento básico continua fora do radar dos formuladores de políticas ambientais, embora afete diretamente mais de 20 milhões de habitantes da Amazônia Legal e represente ganhos econômicos capazes de superar R$ 330 bilhões até 2040.

Déficit estrutural ignora metade da população

Dados reunidos pelo Instituto Trata Brasil (ITB) apontam que, em 2022, 44,5% dos moradores da Amazônia Legal não tinham acesso à água tratada, enquanto a média nacional se manteve em 15,8%. A carência é ainda mais grave quando se trata de esgotamento sanitário: 83,2% da população da região vive sem coleta e tratamento adequados, contra 57,4% no restante do país.

Mesmo com índices tão negativos, o debate público segue concentrado em metas de “desmatamento zero” e na agenda climática patrocinada por ONGs internacionais. Obras de saneamento – muitas vezes invisíveis e politicamente pouco rentáveis – acabam preteridas, apesar do impacto direto na qualidade de vida, na produtividade da força de trabalho e na preservação dos rios amazônicos.

Estudo projeta multiplicador de 5,1 para cada real investido

O levantamento “Benefícios Econômicos e Sociais da Expansão do Saneamento na Amazônia Legal”, produzido pelo ITB em parceria com a EX ANTE Consultoria, calcula que a universalização dos serviços até 2040 geraria retorno bruto de R$ 330,1 bilhões. O valor considera ganhos em saúde pública, geração de emprego, valorização imobiliária e estímulo ao turismo.

Para cada R$ 1,00 investido em obras de água e esgoto, a região pode receber R$ 5,10 em benefícios — multiplicador superior à média nacional estimada em 4:1. Entre as capitais com maior potencial de retorno per capita estão Rio Branco (AC), Porto Velho (RO) e Macapá (AP).

Ao todo, os profissionais identificaram benefícios diretos de R$ 273,7 bilhões, entre renda gerada pelas obras e tributos incidentes sobre consumo e produção. Outro bloco, de R$ 242,9 bilhões, refere-se à redução de gastos ligados a doenças e à melhoria de indicadores sociais. Descontados os custos previstos para o período (R$ 186,5 bilhões), o saldo positivo ultrapassa R$ 330 bilhões.

Produtividade e renda em jogo

Segundo a presidente-executiva do ITB, Luana Pretto, parte expressiva do retorno financeiro viria da elevação da produtividade, estimada em R$ 192,9 bilhões. “Crianças sem acesso a saneamento tendem a registrar renda 46% menor na vida adulta. Romper esse ciclo é decisivo para o desenvolvimento regional”, argumenta.

A falta de água tratada e de coleta de esgoto resulta em maior incidência de diarreia, hepatite A e outras doenças de veiculação hídrica, que afastam trabalhadores das atividades produtivas e sobrecarregam o sistema de saúde. O estudo projeta que a universalização pode reduzir internações e proporcionar economia substancial ao erário.

Investimento público travado por prioridades ideológicas

Apesar do robusto retorno financeiro, o investimento médio em saneamento na região Norte foi de apenas R$ 66,52 por habitante/ano, pouco mais de um quarto dos R$ 223 considerados necessários. Governadores e prefeitos alegam restrições orçamentárias, enquanto o governo federal direciona esforços a compromissos climáticos internacionais.

Especialistas apontam o “complexo de obra enterrada” como entrave adicional: redes de água e esgoto não rendem visibilidade política imediata, ao contrário de parques ou projetos de energia renovável amplamente promovidos em campanhas publicitárias. O resultado é um quadro em que a Amazônia permanece refém de um modelo de “desenvolvimento sustentável” que ignora necessidades básicas da população.

Agenda ambiental precisa incluir infraestrutura essencial

A ausência de saneamento contamina rios, agrava a poluição hídrica e compromete a biodiversidade — justamente os ativos que ambientalistas dizem proteger. Sem redes de coleta, o despejo direto de esgoto em igarapés e afluentes do rio Amazonas dificulta a recuperação de ecossistemas e afeta atividades pesqueiras e turísticas.

Para analistas da área, a solução passa por parcerias entre setor público e iniciativa privada, uso de concessões regionais e flexibilização de regras que travam o licenciamento de obras. Com juros elevados drenando recursos da União, atrair capital privado torna-se fundamental para cumprir a meta de universalização.

Enquanto o debate seguir preso a narrativas de desmatamento, a maior urgência ambiental da Amazônia permanecerá sem voz. Incorporar saneamento às políticas de preservação pode, simultaneamente, proteger rios, elevar a renda e reduzir desigualdades.

Para acompanhar outras análises e dados sobre infraestrutura e políticas públicas, acesse nossa seção de política.

Em síntese, levar água tratada e esgoto à Amazônia Legal não é apenas questão de saúde, mas de desenvolvimento e proteção ambiental real — e cada real aplicado promete retorno cinco vezes maior. Exigir que governantes coloquem o saneamento no centro da agenda é passo decisivo para transformar indicadores sociais e preservar de fato a floresta. Continue informado e participe do debate exigindo prioridade para investimentos que geram resultados concretos.

Para informações oficiais e atualizadas sobre política brasileira, consulte também:

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