O presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve, nesta terça-feira (23), um encontro bilateral com a presidenta do Peru, Dina Boluarte, em Nova York, nos Estados Unidos, à margem da 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas. Foi a primeira reunião formal entre os dois mandatários desde que ambos assumiram seus atuais mandatos.
Convite oficial para a COP30 em Belém
Durante a conversa, Lula convidou a líder peruana a participar da 30ª Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas (COP30), marcada para novembro de 2025, em Belém (PA). Dina Boluarte aceitou o convite e destacou que Brasil e Peru compartilham a maior extensão territorial da floresta amazônica, cenário que, segundo ela, exige ações coordenadas contra desmatamento, insegurança alimentar e crime organizado.
O Palácio do Planalto informou que o objetivo do governo brasileiro é reunir chefes de Estado amazônicos para firmar compromissos práticos em defesa da biodiversidade e do desenvolvimento sustentável. O convite reforça a estratégia de Brasília de projetar a COP30 não apenas como evento climático, mas também como plataforma de integração regional.
Integração física entre Atlântico e Pacífico
Lula aproveitou o encontro para lamentar o distanciamento político entre os dois países nos últimos anos e defendeu a retomada de grandes projetos de infraestrutura. Entre as iniciativas citadas está o programa Rotas da Integração Sul-Americana, que prevê corredores rodoviários e ferroviários ligando o Oceano Atlântico, no Brasil, ao Pacífico, no Peru. O presidente brasileiro argumentou que “não há soluções individuais para o desenvolvimento da América do Sul” e sugeriu a criação de um grupo de trabalho conjunto com ministros e técnicos dos dois governos.
Dina Boluarte concordou com a proposta e mencionou gargalos logísticos em áreas fronteiriças que dificultam o escoamento de produtos agrícolas e minerais. Ficou acordado que uma reunião interministerial ocorrerá até o fim deste ano para detalhar prazos, fontes de financiamento e métricas de acompanhamento.
Segurança alimentar e combate ao crime organizado
Outro ponto da agenda foi a preocupação com a segurança alimentar. De acordo com dados citados pelas delegações, comunidades amazônicas sofrem com a alta nos preços de insumos e a baixa disponibilidade de rotas de escoamento. Os dois presidentes avaliaram que, sem vias de acesso consolidadas, cresce o espaço para atividades ilegais, incluindo narcotráfico e garimpo clandestino.
O governo peruano indicou intenção de ampliar operações conjuntas de policiamento em áreas de fronteira, enquanto o Brasil ofereceu troca de informações por meio da Polícia Federal e do Exército. A equiparação de protocolos sanitários para produtos agrícolas também será tratada no encontro técnico previsto para este ano.
Breve diálogo com Donald Trump
Mais cedo, nos bastidores da Assembleia Geral, Lula manteve rápida conversa com o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Segundo o Planalto, o contato foi proposto pelo norte-americano e aceito de imediato. Trump afirmou, em declaração pública, que pretende realizar novo diálogo com Lula na próxima semana, sem confirmar se o encontro será presencial ou por telefone.
O governo brasileiro classificou o encontro como “amistoso” e ressaltou que a aproximação ocorre em meio ao debate sobre tarifas e temas comerciais sensíveis entre as duas maiores economias do continente. Assessores dos dois lados já iniciaram tratativas para definir formato, data e pauta da conversa.


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Imagem: Internet
Discurso de abertura na ONU
Lula também inaugurou a sessão de debates da 80ª Assembleia Geral da ONU, tradição ocupada pelo Brasil desde 1947. O discurso abordou soberania nacional, crítica a sanções unilaterais e condenação às mortes de civis em Gaza. Embora o pronunciamento tenha sido direcionado à comunidade internacional, o presidente aproveitou para reforçar a candidatura brasileira a vagas de liderança em fóruns multilaterais.
Próximos passos
O compromisso firmado com Dina Boluarte acrescenta nova camada à política externa do governo, que mira a integração da América do Sul como instrumento de crescimento econômico. A expectativa é de que a reunião técnica prevista para este ano defina cronograma para a construção de trechos rodoviários e a padronização de requisitos alfandegários entre Brasil e Peru.
Líderes empresariais dos dois países serão convidados a participar da etapa de detalhamento dos projetos, e a previsão é de que o pacote seja apresentado oficialmente na COP30, em Belém.
No cenário internacional, o eventual diálogo ampliado entre Lula e Donald Trump poderá influenciar negociações comerciais e ambientais envolvendo Washington. Até lá, o Itamaraty trabalha para capitalizar o protagonismo obtido em Nova York e consolidar parcerias nas áreas de infraestrutura, segurança e desenvolvimento sustentável.
Para quem acompanha de perto os desdobramentos da política externa brasileira, é essencial ficar atento às próximas movimentações no Congresso e no Executivo. A seção de Política do nosso site traz atualizações frequentes sobre encontros bilaterais, votações e discursos que impactam a agenda nacional.
Em resumo, o encontro entre Lula e Dina Boluarte reabriu canais diplomáticos, confirmou a participação peruana na COP30 e estabeleceu prazo até dezembro para uma reunião interministerial voltada a projetos de integração física e combate ao crime transnacional. Acompanhe nossos conteúdos e receba alertas para não perder os próximos capítulos dessa articulação regional.
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