O deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP) deverá assumir um posto no primeiro escalão do governo Lula assim que o presidente retornar dos Estados Unidos. A movimentação, porém, desencadeou forte reação em uma ala do Partido dos Trabalhadores, que vê na escolha mais um sinal de continuidade de práticas antigas e pouco espaço para renovação interna.
Críticas internas ressaltam falta de ganho político
Parlamentares petistas ouvidos reservadamente apontam que a indicação de Boulos “passa a imagem de governo do mais do mesmo”, principalmente após a recente nomeação de Gleisi Hoffmann para a Secretaria de Relações Institucionais. Segundo um interlocutor, a presença do líder do Psol não agrega capital político significativo ao Executivo nem amplia bases de apoio no Congresso.
“Ele se tornou candidato uma vez, duas, entrou e saiu do mesmo tamanho”, avaliou a fonte, ao destacar que o deputado não consolidou votos suficientes em eleições passadas e, até hoje, não se viabilizou para disputar o Senado. Nos bastidores, corre a percepção de que Boulos não possui perfil para o Parlamento, mas encontra na estrutura federal a oportunidade de manter protagonismo nacional.
Retórica radical na Paulista reacende polêmica
O descontentamento interno ganhou combustível no último domingo (21), quando Boulos participou de um ato na Avenida Paulista contra o perdão aos envolvidos no 8 de Janeiro. Diante de militantes de extrema esquerda, o deputado afirmou que “não existe anistia light” e prometeu trabalhar para “sepultar” qualquer chance de perdão a quem tachou de “golpistas”.
Durante o mesmo discurso, Boulos voltou seus ataques ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). “Se pretende ser candidato à Presidência, precisa saber que a faixa não foi feita para covarde”, disparou. A postura confrontacionista reforçou a leitura, dentro do PT, de que o parlamentar usa a visibilidade oficial para alimentar um projeto pessoal, sem oferecer contrapartida concreta ao governo.
Aliança histórica, mas com interesses distintos
Embora Lula e Boulos mantenham parceria de longa data, as prioridades de cada legenda seguem diferentes. O Psol tenta consolidar seu espaço como força de esquerda independente, enquanto o PT busca recompor alianças ao centro para garantir sustentação no Congresso. Essa divergência levou alguns dirigentes petistas a questionar se vale a pena ceder cargo estratégico a um aliado que, nas palavras de um deputado, “pode representar mais custos que benefícios”.
Outro ponto levantado é a sobreposição de agendas. Com Gleisi na articulação política, parte do PT teme que Boulos também queira disputar protagonismo nas relações institucionais, aumentando a tensão dentro da própria base governista. Assessores palacianos admitiram que será necessário calibrar o escopo de atuação do psolista para evitar atritos e sobrecarga de pautas.


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Imagem: Reprodução
Impacto na base governista e desafios futuros
Especialistas enxergam na decisão de Lula um gesto para manter a esquerda unificada em votações importantes. Ainda assim, a estratégia pode sair cara caso a nomeação provoque reações negativas de legendas do centrão, que cobram mais espaço em pastas com orçamento robusto. Até o momento, o governo não detalhou qual ministério ou secretaria ficará sob comando do deputado.
Analistas lembram que o Planalto já enfrenta dificuldades para aprovar matérias prioritárias, como a regulamentação fiscal e novas regras tributárias. Num Congresso fragmentado, qualquer fissura dentro da base amplia o risco de derrotas. Se a ala descontentes do PT se sentir preterida, poderá impor resistências a projetos do Executivo.
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Em resumo, a iminente entrada de Guilherme Boulos no governo Lula escancara divergências no PT e adiciona pressão sobre a articulação política do Executivo. Resta saber se a aposta em manter a esquerda coesa compensará o desgaste interno e os possíveis custos junto ao centrão. Continue acompanhando nossas atualizações e participe nos comentários.
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