O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou, nesta quarta-feira (20), que vê boas perspectivas para um entendimento com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Após um rápido encontro nos bastidores da Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, Lula disse estar “feliz” com o que chamou de “química” entre os dois e afirmou que trabalha para um diálogo mais amplo nos próximos dias.
Encontro relâmpago na ONU
Lula e Trump conversaram brevemente logo depois do discurso de abertura do brasileiro na ONU, na terça-feira (19). Foi a primeira interação direta desde que divergências públicas marcaram a relação entre os dois chefes de Estado. Segundo Lula, a conversa que parecia “impossível” finalmente ocorreu e sinalizou uma retomada de contato diplomático.
Trump, em sua fala ao plenário, surpreendeu ao mencionar o encontro e ao chamar Lula de “homem agradável”. O norte-americano disse ainda que pretende conversar novamente “na próxima semana”. Para o mandatário brasileiro, o reconhecimento público de Trump abre espaço para reaproximar dois países que abrigam as maiores democracias do continente.
Agenda possível e formato em aberto
Lula confirmou que sua equipe entrará em contato com a Casa Branca assim que ele retornar ao Brasil. O objetivo é acordar data, local e formato para a reunião. Enquanto o chanceler Mauro Vieira considera mais provável uma videoconferência ou telefonema, o presidente brasileiro diz preferir um encontro presencial, desde que as condições diplomáticas sejam adequadas.
Assessores em Brasília recordam situações em que líderes estrangeiros, como o ucraniano Volodymyr Zelenskiy e o sul-africano Cyril Ramaphosa, passaram por constrangimentos no Salão Oval. Esse histórico mantém a diplomacia brasileira cautelosa quanto a uma visita à Casa Branca. Ainda assim, Lula afirma não ver impedimentos para uma reunião pública: “Como não vamos discutir segredo de Estado, pode ser aberto”, declarou.
Pontos de convergência e limites de pauta
Lula destacou setores empresarial, comercial, industrial, tecnológico e digital como áreas onde Brasil e Estados Unidos podem avançar rapidamente. Segundo o presidente, “relações humanas são 80% química e 20% emoção”, argumento usado para defender que a boa impressão mútua pode facilitar acordos concretos.
Questionado sobre temas sensíveis, Lula fez uma ressalva: assuntos de soberania, a exemplo do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, não estarão em debate. O petista alegou que não discutiria processos internos com qualquer governo estrangeiro. Para ele, divergências bilaterais podem ser resolvidas se Trump receber “informações corretas” sobre a realidade brasileira.
Medidas comerciais em jogo
No ano passado, Trump determinou tarifa adicional de 50% a produtos brasileiros exportados aos EUA, justificando combater o que classificou como “caça às bruxas” contra Bolsonaro. A sobretaxa foi uma resposta à condenação do ex-presidente a 27 anos de prisão por tentativa de golpe após perder as eleições de 2022. Lula evita vincular o tema diretamente à agenda com Trump, mas admite que “tudo pode ser colocado na mesa” numa eventual conversa.
Empresários dos dois países acompanham de perto, em especial setores como agronegócio, siderurgia e tecnologia. A diminuição ou revogação das tarifas poderia destravar investimentos e ampliar a corrente de comércio bilateral, que somou cerca de US$ 120 bilhões em 2023, de acordo com dados oficiais.


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Imagem: Internet
Expectativa de curto prazo
Sem data confirmada, o governo brasileiro trabalha com duas possibilidades: videoconferência ainda em setembro ou encontro presencial até o fim do ano. Interlocutores do Planalto lembram que Trump inicia em breve agenda doméstica voltada às eleições norte-americanas de 2024, o que pode reduzir janelas disponíveis para reuniões formais.
No Itamaraty, a avaliação é de que o gesto simbólico de Trump já sinaliza disposição em reabrir canais institucionais, congelados desde o início do atual mandato brasileiro. Se a conversa avançar, diplomatas esperam restaurar a harmonia tradicional entre os países, interrompida por tensões políticas recentes.
A movimentação entre Brasília e Washington tende a ganhar novos capítulos nas próximas semanas. Enquanto a equipe de Lula prepara propostas, o Departamento de Estado aguarda indicações da Casa Branca para definir interlocutores e agenda técnica.
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Em síntese, a breve troca de cumprimentos na ONU abriu caminho para um diálogo mais amplo entre Lula e Trump. A confirmação de data e formato do encontro deve ocorrer em breve, e o resultado poderá influenciar comércio, investimentos e cooperação tecnológica. Continue acompanhando nossos canais para receber atualizações em primeira mão.
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