Brasília, 27 set. – O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, avaliou que o recente encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, representou um primeiro passo decisivo para destravar as negociações comerciais entre as duas maiores economias das Américas. Segundo ele, o governo brasileiro aguarda apenas a definição de data para uma reunião bilateral formal, mas demonstra “otimismo total” quanto aos próximos avanços.
Redução de tarifas é prioridade imediata
Em entrevista ao jornalista Datena, na Rede TV, Alckmin explicou que a sinalização dada pelos dois chefes de Estado em Nova York, à margem da Assembleia-Geral da ONU, foi “positiva e pragmática”. Ele destacou a necessidade de baixar a alíquota de 50% que hoje incide sobre parte das exportações nacionais destinadas ao mercado norte-americano e de retirar mais produtos dessa lista.
“Criou-se uma identidade. Havia preocupação antes do encontro, mas o resultado foi o inverso: prevaleceu a construção de pontes”, declarou o vice-presidente. Na avaliação dele, a interlocução direta entre Lula e Trump pode acelerar a remoção de barreiras tarifárias e ampliar o comércio em setores de alto valor agregado.
Alckmin sublinhou que, há duas semanas, uma ordem executiva assinada por Trump zerou a tarifa do Brasil para celulose, ferro-níquel e herbicidas. Esses três itens correspondem a aproximadamente 4% das exportações brasileiras aos Estados Unidos, movimentando cerca de US$ 1,7 bilhão ao ano. “Trata-se de um sinal concreto de boa-vontade e de visão estratégica”, afirmou.
Minerais estratégicos e data centers na agenda
Além da pauta tarifária, o vice-presidente enxerga “espaço enorme” para avançar em temas não tarifários. Entre eles, citou a cooperação em minerais críticos – insumos essenciais para tecnologia de ponta e transição energética – e a instalação de data centers no Brasil, área em que empresas americanas possuem forte interesse.
“Temos competitividade em lítio, nióbio e grafite. Essa complementaridade pode gerar empregos qualificados e investimento produtivo, algo que o setor privado espera ver concretizado”, apontou Alckmin. Ele também ressaltou que a ampliação da infraestrutura digital elevará a segurança de dados e a capilaridade de serviços baseados em nuvem.
Questionado sobre possíveis interferências jurídicas nas negociações, o vice-presidente foi direto: “Não há relação entre decisões da Suprema Corte e política regulatória. Falar em aumento de imposto de importação nesse contexto não faz sentido”. Para Alckmin, a discussão deve permanecer estritamente econômica e voltada à prosperidade mútua.
Mercosul-União Europeia como “porta de entrada”
Na mesma entrevista, Alckmin lembrou que a retomada do acordo Mercosul-União Europeia também contribui para destravar entendimentos com Washington. Para ele, a conclusão do tratado envia ao mundo a mensagem de que o livre-comércio e o multilateralismo continuam viáveis, mesmo em cenário global marcado por conflitos e tensões geopolíticas.
Segundo o vice-presidente, a diversificação de mercados é prioridade do governo. Ele citou missão oficial recente ao México com foco na abertura de quotas para produtos brasileiros de maior valor agregado. “Passo a passo, consolidamos novos destinos e ampliamos margens de lucro para o setor produtivo nacional”, concluiu.


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Imagem: Internet
Próximos passos aguardados “em poucos dias”
Sobre a data do encontro bilateral, Alckmin garantiu que “falta pouco”. A expectativa é que as chancelarias finalizem detalhes logísticos nos próximos dias, permitindo a Lula e Trump avançar em uma agenda que privilegia redução de tarifas, facilitação aduaneira, investimentos cruzados e segurança energética.
Para o vice-presidente, o estilo negociador de Lula – caracterizado por insistência no diálogo e busca por consensos – será decisivo. “Ele construiu essa reputação no movimento sindical: luta, luta, luta e, no fim, firma o acordo. É essa habilidade que desperta respeito internacional”, resumiu.
No campo político, o governo brasileiro aposta na afinidade de propósitos ao defender mercados abertos, cadeias produtivas integradas e segurança jurídica para investidores. Alckmin destacou ainda que Brasil e Estados Unidos são “as duas maiores democracias do Ocidente”, argumento utilizado para reforçar confiança mútua.
Com a expectativa de novos anúncios tarifários e entendimentos setoriais, o empresariado aguarda definições concretas que estimulem exportações, emprego e renda. A agenda bilateral, embora dependente de cronograma oficial, já movimenta grupos de trabalho em Brasília e Washington.
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Em síntese, a sinalização conjunta de Lula e Trump indica que Brasil e Estados Unidos podem abandonar entraves históricos e partir para uma cooperação comercial mais ampla, com benefícios diretos à competitividade nacional. Continue nos acompanhando e receba em primeira mão as próximas atualizações dessa pauta estratégica.
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