Brasília, 25 de setembro de 2025 — O depoimento de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, trouxe novos elementos à CPMI que apura o esquema de descontos ilegais nos benefícios de aposentados e pensionistas. Apontado como operador financeiro da fraude, o lobista foi confrontado pelos parlamentares sobre a rede de entidades sindicais e políticas que teriam se beneficiado da operação.
CPMI detalha esquema de descontos indevidos
A investigação parlamentar concentra-se num golpe que teria movimentado valores bilionários ao longo de vários anos. Segundo documentos já analisados, milhares de aposentados e pensionistas tiveram descontos aplicados sem autorização em seus contracheques. Os valores eram direcionados a sindicatos e associações que, em tese, prestariam serviços de assistência aos filiados.
Relatos colhidos pela CPMI indicam que o modelo de fraude envolvia a inserção automática das cobranças nos sistemas do INSS, sem prévia ciência do beneficiário. A manobra garantia receita constante às entidades, enquanto os prejudicados só descobriam o débito após receberem benefícios reduzidos.
O jornalista Luiz Vassallo, do portal Metrópoles, revelou a participação direta de Antunes no esquema. Reportagem publicada anteriormente apontou o lobista como articulador do fluxo financeiro, responsável por intermediar contratos e repassar valores às organizações envolvidas.
Ligações políticas e ganhos milionários
Outro ponto que despertou atenção na CPMI foi a suposta proximidade do investigado com o gabinete do senador Weverton Rocha (PDT-MA). Informações divulgadas pelo repórter Tácio Lorran indicam troca de mensagens e encontros que sugerem influência política para blindar o esquema. O parlamentar nega qualquer envolvimento, mas a comissão convocou auxiliares e ex-assessores para esclarecer a relação.
Além de atuar como lobista, Antunes controlava call centers especializados em captar novos filiados para os sindicatos suspeitos. Conforme contratos anexados aos autos, o “Careca do INSS” recebia 27,5% de comissão sobre cada nova adesão. Essa estrutura comercial foi apontada como fundamental para ampliar o número de descontos indevidos, alimentando a receita das entidades e a comissão do operador.
Entre as instituições favorecidas consta um sindicato presidido por Frei Chico, irmão do presidente da República. A menção gerou embate entre parlamentares da base governista e de oposição. Integrantes da comissão destacaram que o repasse de recursos a organizações historicamente ligadas à esquerda lança suspeita sobre uso político do dinheiro extorquido dos beneficiários.
Indignação seletiva nas ruas
Enquanto a CPMI colheu o depoimento do lobista, movimentos de esquerda organizaram protestos contra a chamada PEC da Blindagem e o PL da Anistia. Nas manifestações, não houve referência ao escândalo do INSS. Parlamentares conservadores criticaram o que chamaram de “indignação seletiva”, por considerar que as cobranças indevidas atingem diretamente a população mais vulnerável.
No depoimento, Antunes admitiu ter intermediado contratos, mas negou ter cometido crimes. Disse que todas as operações obedeceram às cláusulas aprovadas em assembleias das entidades. A versão é contestada por beneficiários, que alegam nunca ter autorizado filiação. O relator da CPMI informou que os trabalhos prosseguirão com quebras de sigilos bancário e fiscal de pessoas e organizações ligadas ao caso.


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Imagem: Wilt Junior
Próximos passos da comissão
A expectativa é que a CPMI produza relatório preliminar nas próximas semanas. O documento deve apontar responsáveis, sugerir indiciamentos e propor mudanças nos mecanismos de autorização de descontos. Parlamentares já discutem a exigência de autorização expressa, com validação biométrica, para qualquer débito em folha de benefícios do INSS.
Entidades de defesa do consumidor cobram ressarcimento imediato aos prejudicados. Estimativas iniciais indicam que o total desviado pode superar a casa dos R$ 2 bilhões. Representantes do Ministério Público acompanham as sessões e avaliam instaurar ações civis e criminais paralelas.
Para o Congresso, o caso reforça a necessidade de vigilância constante sobre sistemas de folha de pagamento. A rede de sindicatos, call centers e operadores financeiros exposta na CPMI mostra como falhas de controle podem favorecer desvios vultosos com alto impacto social.
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Em síntese, o depoimento do “Careca do INSS” colocou luz sobre uma engrenagem complexa que drenou recursos dos aposentados. A comissão pretende avançar no rastreamento do dinheiro e na responsabilização dos envolvidos. Continue acompanhando e compartilhe este conteúdo para que mais pessoas saibam como defender seus direitos.
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