Brasília — O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) apresentou nova proposta de reajuste de 17,5% para o auxílio-alimentação dos servidores federais. Caso o índice seja confirmado, o valor mensal do benefício subirá de R$ 1.000 para R$ 1.175 a partir de dezembro, elevando o acréscimo acumulado no atual mandato ao patamar de 157%.
Reajuste supera inflação e dobra impacto fiscal
O auxílio-alimentação havia permanecido congelado entre 2017 e 2022. O governo argumenta que o longo período sem correções motivou os aumentos concedidos desde 2023. Ainda assim, a soma dos percentuais já concedidos — 43,7% em 2023, 52% em 2024 e agora 17,5% — supera em muito a inflação acumulada de aproximadamente 55% no mesmo intervalo, resultando em ganho real próximo ao triplo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Segundo o secretário de Relações do Trabalho do MGI, José Lopes Feijóo, a medida integra a política de “valorização” do funcionalismo adotada pela gestão Lula. O custo adicional estimado para 2026 é de R$ 1,1 bilhão, valor que já consta no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) enviado ao Congresso.
Com o novo patamar, as despesas totais com pessoal — salários e benefícios — continuam projetadas em 2,6% do Produto Interno Bruto (PIB) para o próximo ano, índice semelhante ao observado em 2024 e 2025. Na prática, o porcentual é mantido porque o governo prevê elevação da arrecadação e cortes em outras áreas, estratégia que ainda depende de aval do Legislativo.
Orçamento travado e busca por receitas
A ampliação do auxílio ocorre enquanto a equipe econômica tenta fechar as contas de 2026. O Executivo já solicitou duas vezes o adiamento da votação do Orçamento, após a perda de validade da Medida Provisória (MP) 1.303, que tratava de aumento de receitas. Entre as alternativas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pretende reenviar projetos para taxar apostas esportivas (bets), impor limites a créditos tributários e ampliar a cobrança sobre fintechs. As propostas também incluem revisão de benefícios como o Seguro Defeso.
Estimativas da Instituição Fiscal Independente (IFI) apontam que o governo precisará gerar R$ 27,1 bilhões extras ainda em 2025 para cumprir a meta de déficit zero, considerando a margem de tolerância de 0,25% do PIB. O rombo acumulado das estatais, hoje em R$ 8,83 bilhões, e o vácuo deixado pela MP 1.303 agravam o desafio fiscal.
Apesar do discurso de responsabilidade, a ampliação de benefícios a servidores pressiona o caixa. Analistas observam que cada ponto percentual de reajuste no auxílio-alimentação acrescenta cerca de R$ 63 milhões por ano aos gastos federais, tornando a procura por novas fontes de receita inevitável.
Histórico de aumentos no atual governo
Desde a posse em 2023, a gestão Lula efetivou três mudanças relevantes no pacote de benefícios:


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Imagem: Marcello Casal Jr
- Maio de 2023: auxílio-alimentação corrigido de R$ 458 para R$ 658 (+43,7%).
- Maio de 2024: nova elevação para R$ 1.000 (+52%).
- Proposta para dezembro de 2025: avanço a R$ 1.175 (+17,5%).
Também foram reajustados, em graus variados, a assistência pré-escolar e o auxílio-saúde. De acordo com o MGI, a intenção é equalizar benefícios com padrões praticados por tribunais e autarquias que possuem autonomia orçamentária.
Críticos, entretanto, afirmam que tais despesas criam um piso de gastos difícil de ser revertido, especialmente em um cenário de crescimento econômico modesto. O resultado é maior dependência de aumentos de impostos, opção que encarece a atividade produtiva e reduz a competitividade do País.
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Em resumo, o auxílio-alimentação dos servidores federais acumula alta de 157% em menos de três anos, percentual equivalente a três vezes a inflação oficial. Enquanto o funcionalismo garante ganhos reais, a equipe econômica busca novas fontes de receita para equilibrar um Orçamento já fragilizado por déficits e pela ampliação de despesas obrigatórias. Acompanhe as próximas votações e participe do debate: sua opinião é fundamental para garantir transparência na aplicação dos recursos públicos.
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