São Paulo, 2025 – O jornalista J. R. Guzzo, falecido recentemente, deixou um conjunto de textos e mensagens internas que reforçam a relevância de sua produção intelectual e a coerência de seu posicionamento conservador. Conversas mantidas no início de julho com colegas de redação mostram como ele avaliava a situação institucional do País, a postura das Forças Armadas e o papel da elite cultural financiada pela Lei Rouanet. As informações ajudam a contextualizar a repercussão de seu último artigo, “Monumento à Cegueira”, publicado na edição mais recente da Revista Oeste.
Homenagens e troca de mensagens
No dia 27 de junho de 2025, Guzzo publicou na edição 275 da Revista Oeste a coluna “A gente somos inútil”. O texto criticava o que classificava como “anacronismo ideológico” do governo Lula na política externa, apontava falta de prioridades nas Forças Armadas e chamava o poder Judiciário de “Estado policial totalitário”.
Poucos dias depois, um colega enviou a ele uma mensagem por aplicativo, elogiando a análise: “Seu artigo é um primor dolorido porque os fatos não pedem licença”. Guzzo respondeu em tom bem-humorado:
“Caríssimo, muito obrigado! Essa eu vou guardar para ler e reler naqueles momentos em que a gente precisa de uma dose de incentivo. Estava mais do que na hora de deixar claro o que pensamos desses artistas sem obra, intelectuais sem inteligência e que têm a Rouanet em vez de público. O Brasil trocou a inteligentsia pela burritsia.”
A cortesia e a disposição para o debate eram traços reconhecidos por colegas e leitores. Mesmo lidando com limitações de saúde, Guzzo participou das reuniões de pauta da Revista Oeste em sua residência, onde antecipou a ideia de um novo artigo sobre o fenômeno que chamou de “Cegueira Artificial” – sátira ao debate global sobre inteligência artificial. O texto, publicado às vésperas de sua morte, sustenta que parte da imprensa ignora “indecências jurídicas” e “abusos dos atuais donos do poder”, segundo suas palavras.
Cobrança às Forças Armadas e defesa da Constituição
Na análise de “A gente somos inútil”, Guzzo argumentou que a tropa brasileira estaria falhando em sua “única função legal remanescente: zelar pelo respeito à Constituição, segundo regras expressamente previstas em lei”. Para ele, a combinação entre decisões do Supremo Tribunal Federal, alinhamento do Executivo e silêncio militar estaria conduzindo o País a um “Estado policial fatalmente corrupto”.
Sem desmerecer a carreira de milhares de militares, o jornalista reforçou que a instituição tem o dever de proteger o texto constitucional de 1988. “Os militares baixam cada vez mais a cabeça”, escreveu. A crítica é vista por aliados como uma cobrança dura, porém fundamentada na missão prevista pelo artigo 142 da Carta Magna.
Contexto internacional e superioridade militar dos EUA
O mesmo texto teceu comentários sobre um hipotético ataque cirúrgico dos Estados Unidos a instalações nucleares do Irã. Guzzo utilizou o exemplo para ilustrar a distância tecnológica entre as Forças Armadas brasileiras e as grandes potências, citando o bombardeiro invisível B-2 como “estado da arte da engenharia aeronáutica militar”. Segundo ele, a ausência de planejamento estratégico no Brasil contrasta com a capacidade norte-americana e expõe vulnerabilidades nacionais.


Camiseta Camisa Bolsonaro Presidente 2026 Pátria Brasil 6 X 10,00 S/JUROS


Imagem: Shutterstock
Legado profissional
Guzzo iniciou a carreira durante o regime militar, período em que enfrentou censura direta. Ao longo de décadas, manteve postura crítica, mas jamais defendeu a exclusão dos militares da vida pública. Em suas colunas recentes, convocava a caserna a cumprir o “dever de honra” diante de ameaças à ordem constitucional.
Nessa trajetória, ganhou reputação de “jornalistão” entre colegas, termo usado internamente na redação para designar profissionais que combinam rigor factual e clareza de linguagem. A reação espontânea de leitores, que compartilhavam seus artigos em redes sociais, confirma o alcance de suas análises.
Último encontro de pauta
Dias antes de falecer, Guzzo recebeu a equipe de Oeste em casa, já impossibilitado de subir ao 17.º andar do Conjunto Nacional, em São Paulo, onde ocorre a reunião editorial. Lá apresentou a ideia central de “Monumento à Cegueira”, que denuncia a recusa deliberada de setores da imprensa em relatar abusos de poder. Para colegas presentes, o texto sintetiza a preocupação permanente do autor com a liberdade de expressão e a vigilância contra arbítrios.
O impacto de suas colunas reforça a importância do jornalismo independente no acompanhamento dos atos do Executivo, do Legislativo e do Judiciário. Outros detalhes sobre a atuação de figuras públicas e decisões políticas podem ser conferidos na seção de Política do nosso portal.
Com sólida produção ao longo de mais de meio século, J. R. Guzzo permanece referência para profissionais que defendem a Constituição, o livre-mercado e valores conservadores. Seu legado estimula o debate sobre o papel das instituições na preservação das liberdades. Continue acompanhando nossas publicações e participe, comentando e compartilhando as notícias que fortalecem o pluralismo de ideias.
Para informações oficiais e atualizadas sobre política brasileira, consulte também:

IMPERDÍVEL! Jair Bolsonaro: O fenômeno ignorado: Eles não entenderam nada



