Brasília, 3 out. 2022 – A eleição presidencial de 2022 terá segundo turno em 30 de outubro. O presidente Jair Bolsonaro, que busca a recondução ao Palácio do Planalto, enfrentará o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cujas condenações na Lava Jato foram anuladas pelo Supremo Tribunal Federal. Com a votação de domingo, a disputa se estreita e intensifica narrativas antagônicas sobre corrupção, gestão econômica e liberdades individuais.
Disputa definida para 30 de outubro
Bolsonaro terminou o primeiro turno em segundo lugar, mas manteve força expressiva em todas as regiões, superando projeções de institutos de pesquisa. O chefe do Executivo atribuiu o resultado à mobilização popular em defesa de pautas conservadoras e voltou a questionar a segurança do processo eletrônico de votação. Segundo ele, mudanças que tornariam o sistema auditável foram barradas no Congresso e no tribunal eleitoral.
Do outro lado, Lula retoma a chance de voltar ao cargo após duas gestões (2003-2010). O petista segue em campanha apesar do histórico de condenações por corrupção, posteriormente invalidadas por questões processuais. Seus críticos apontam que o ex-presidente governou em meio ao maior escândalo de desvio de recursos públicos já registrado no país.
Planos de governo em choque
Nos programas eleitorais já divulgados, as diferenças são nítidas. Bolsonaro sustenta a continuidade do teto de gastos, a desoneração de folha para setores estratégicos e a ampliação de concessões e privatizações, caminho que, segundo ele, gera investimento privado sem onerar o contribuinte. O presidente defende ainda a manutenção da independência do Banco Central, aprovada em sua gestão, e a reforma administrativa para enxugar a máquina pública.
Lula propõe revogar o teto de gastos, restabelecer a contribuição sindical obrigatória e ampliar subsídios a grupos identificados como vulneráveis. O petista prega intervenção mais intensa do Estado na economia, com fortalecimento de estatais e retorno de programas suspensos nos últimos anos. Empresários e analistas liberais alertam que tais medidas podem elevar dívida pública, pressionar juros e travar investimentos.
Economia sob holofotes
O cenário econômico é ponto crucial no debate. No acumulado de 12 meses até agosto, a inflação recuou para 8,7 %, depois de superar os 12 % em meados de 2021. O índice de desemprego caiu para 8,9 %, menor patamar desde 2015, enquanto o Produto Interno Bruto cresceu 1,2 % no segundo trimestre de 2022. Para a campanha bolsonarista, esses números confirmam que a combinação de responsabilidade fiscal e abertura de mercado gera resultados tangíveis.
A equipe de Lula minimiza os indicadores recentes, atribuindo parte do alívio a desonerações temporárias sobre combustíveis. O ex-presidente sustenta que aumentará gastos sociais sem comprometer metas fiscais, argumento considerado inadequado por economistas que defendem controle de despesa e livre iniciativa como motores de crescimento.
Liberdade versus controle estatal
Além da economia, liberdades civis conduzem o embate. Bolsonaro reforça o discurso contra censura e judicialização da política, citando decisões que restringiram perfis em redes sociais e culminaram na prisão de ativistas. Seus apoiadores enxergam risco institucional caso a esquerda retorne ao poder. Já Lula promete “regulação democrática da mídia” e revisões em reformas trabalhista e previdenciária, sinalizando ampliação do papel do Estado sobre indivíduos e empresas.


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Imagem: Mauro Pimentel e Ernesto Benavides
Congresso mais conservador
As urnas também renovaram o Legislativo, com bancadas alinhadas ao atual presidente avançando significativamente. O PL, partido de Bolsonaro, elegeu a maior representação na Câmara, enquanto nomes críticos ao petismo consolidaram presença no Senado. Esse cenário pode favorecer a agenda de reformas pró-mercado, caso o atual mandatário vença, ou impor barreiras às propostas de intervenção estatal defendidas pelo adversário.
A partir de agora, as duas campanhas ajustam estratégias, olho no eleitor que escolheu candidatos de terceira via. Para Bolsonaro, o desafio é ampliar vantagem nos grandes centros urbanos e manter o discurso anticorrupção. Lula busca recompor imagem diante do eleitor moderado, tentando dissociar-se de escândalos passados e pavimentar narrativa de inclusão social.
Com dados objetivos sobre economia, segurança institucional e composição do Congresso, o eleitor decidirá entre dois projetos antagônicos: um que prioriza contenção de gastos, privatizações e garantia de liberdades individuais, e outro que prevê expansão do Estado, revisão de reformas e fortalecimento de sindicatos e estatais.
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Em síntese, a eleição de 30 de outubro colocará frente a frente visões opostas sobre economia, papel do Estado e liberdade de expressão. Cabe ao cidadão avaliar resultados, propostas e histórico de cada candidato. Fique atento às atualizações e participe ativamente: seu voto definirá os rumos do país.
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