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Café volta a encarecer após alívio; safra menor e tarifa dos EUA pressionam mercado

Política

O consumidor brasileiro deve se preparar para pagar mais caro pelo café nos próximos meses. Após registrar queda de 2,17% no IPCA entre julho e agosto, o produto volta a ser pressionado por fatores de oferta e de mercado externo que indicam novos aumentos nas gôndolas dos supermercados.

Quebra de safra e clima adverso reduzem oferta nacional

Geadas ocorridas entre 10 e 11 de agosto no Cerrado Mineiro, principal polo produtor do país, provocaram perdas estimadas de 400 mil a 600 mil sacas. Com 96% da colheita concluída, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta 35,2 milhões de sacas beneficiadas de arábica em 2025, recuo de 11,2% frente à temporada anterior. O Itaú BBA estima 38,7 milhões de sacas, 11,5% abaixo da safra passada.

Antes mesmo das geadas, a falta de chuvas elevou custos de manejo e diminuiu o rendimento dos grãos. Vietnã e Indonésia, fornecedores relevantes do mercado global, também enfrentaram adversidades climáticas, o que limitou a oferta internacional num momento de consumo crescente. Em 2024, o Brasil exportou um recorde de 50,44 milhões de sacas, 28,5% acima de 2023, segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

O impacto já aparece nos preços internos. A saca de 60 kg de arábica, que havia recuado para R$ 1.682,70 em julho, saltou 38% e encerrou agosto a R$ 2.323,06. O robusta subiu 57,3% no mesmo período, de R$ 975,70 para R$ 1.534,41. Duas grandes torrefadoras reajustaram a tabela em setembro: 15% na Melitta e até 10% na 3corações, citando grão verde mais caro, volatilidade cambial e custos climáticos.

Tarifa de 50% dos EUA cria incerteza no comércio global

Desde 6 de agosto, o governo norte-americano aplica tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, sem exceção para o café. A medida, anunciada pelo presidente Donald Trump, interrompeu expectativas de isenção e desencadeou especulação nos contratos futuros. Logo depois da entrada em vigor, o arábica subiu para US$ 386 por cem libras-peso em Nova York, alta de 34,9% em pouco mais de um mês; o robusta avançou 44,2% em Londres, para US$ 4.815 a tonelada.

Os EUA são o principal importador da bebida e supriam 30% da demanda com grão brasileiro. Entre janeiro e julho, as compras americanas caíram 22,4%. Com a tarifa, o custo do arábica do Brasil para o importador sobe a US$ 579, valor considerado proibitivo. Importadores passaram a buscar alternativas na Colômbia (tarifa de 10%) e no Vietnã (20%).

A redução dos embarques não neutraliza o impacto interno: estoques mundiais estão no menor nível em 25 anos, estimados em 21,8 milhões de sacas no início de 2025/26. A Conab calcula consumo global recorde de 169,4 milhões de sacas, alta de 1,7%. Com oferta apertada e incertezas comerciais, analistas veem pouco espaço para quedas significativas de preço.

No mercado futuro, negociações ficaram paralisadas à espera de possível acordo bilateral. Até o momento não há sinal de revisão da tarifa, e o setor privado conduz tratativas em Washington para incluir o café na lista de exceções. Representantes do Cecafé alertam que a Lei de Reciprocidade, cogitada pelo governo brasileiro, pode dificultar o diálogo e trazer novas barreiras.

Inflação acumulada quase dobra em 18 meses

Entre janeiro de 2024 e junho de 2025, o café moído acumulou 99,48% de inflação, segundo o IPCA. O breve alívio de julho (-1,01%) e agosto (-2,17%) deverá ser revertido nas próximas leituras. A combinação de safra menor, demanda internacional firme e tarifa externa cria um quadro de preços ascendentes até a entressafra, período em que a oferta brasileira normalmente se retrai.

Para o consumidor, a alta tende a ser gradual, refletindo repasses das indústrias de torrefação e a competição por grão de qualidade. No Hemisfério Norte, a proximidade do inverno intensifica a procura, o que reforça a pressão sobre o mercado interno.

Para acompanhar como as decisões de Brasília influenciam o agronegócio e o comércio exterior, acesse também a seção de Política do nosso portal.

Em resumo, a oferta restrita, o aumento de custos de produção e as novas tarifas americanas compõem um cenário de preços mais altos para o café no curto e médio prazo. Fique atento às atualizações e compartilhe esta reportagem com quem precisa planejar o orçamento.

Para informações oficiais e atualizadas sobre política brasileira, consulte também:

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