Uma conversa telefônica entre o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva foi definida pela Casa Branca com sete dias de antecedência e mantida em absoluto sigilo até a manhã de segunda-feira (data da chamada). Nem mesmo auxiliares próximos do Palácio do Planalto foram informados do cronograma, estratégia que teve como objetivo evitar vazamentos e garantir controle total sobre o conteúdo abordado.
Planejamento restrito e sem vazamentos
Segundo fontes do governo, o aviso da equipe de Trump chegou há uma semana. O círculo informado foi limitado aos ministros diretamente envolvidos na negociação do chamado “tarifaço” com Washington: o chanceler Mauro Vieira, o ministro da Fazenda Fernando Haddad e o vice-presidente Geraldo Alckmin. A instrução partiu do próprio Planalto: somente quem tivesse participação direta nas tratativas comerciais poderia saber da previsão da conversa.
As chancelarias estimaram um tempo de 30 a 40 minutos para o diálogo. Com base nesse intervalo, diplomatas e assessores da Presidência elaboraram um roteiro detalhado para Lula. As discussões se intensificaram na semana anterior e envolveram técnicos do Itamaraty e integrantes do gabinete presidencial.
Comitiva enxuta e fala restrita aos presidentes
Durante a ligação, realizada a partir da Casa Branca e atendida no Palácio da Alvorada, Lula fez questão de ter ao seu lado Haddad, Vieira e Alckmin. Também acompanharam a chamada o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira, e o assessor especial Celso Amorim. Do lado norte-americano, Trump não mencionou eventuais auxiliares na linha.
Apesar da presença dos ministros brasileiros, apenas os dois chefes de Estado falaram. Não houve intervenções de assessores, o que reforçou o caráter reservado do contato. A confidencialidade foi tamanha que, na agenda oficial divulgada pelo Planalto, o horário das 10h constava como compromisso com o chefe do Gabinete Pessoal, Marco Aurélio Marcola.
Pauta: sanções, vistos e encontro presencial
Lula abriu a conversa recordando um trecho do discurso de Trump na Assembleia Geral da ONU, no qual o republicano citou “boa química” com o brasileiro. Em seguida, solicitou o fim das sanções impostas pelos EUA a cidadãos brasileiros, incluindo suspensão de vistos e penalidades derivadas da Lei Magnitsky. Segundo assessores, o presidente não citou nomes específicos — nem o ministro do STF Alexandre de Moraes nem o ex-presidente Jair Bolsonaro, ambos alvos de atenções recentes em Washington.
Outro ponto defendido por Lula foi a necessidade de um encontro presencial. Ele apresentou três possibilidades: reunião paralela à cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean) na Malásia, no fim do mês; conversa durante a COP 30, em novembro, em Belém (PA); ou visita oficial aos Estados Unidos. Trump respondeu que colocaria as equipes de ambos os governos para definir o formato mais conveniente.
Fim de semana de preparação discreta
O brief final foi concluído no sábado, em Brasília. Lula, porém, passou o fim de semana em São Paulo: no sábado almoçou com amigos e assistiu ao show de Maria Bethânia ao lado da primeira-dama Janja; no domingo esteve com familiares e retornou à capital federal acompanhado de Fernando Haddad e da ministra da Cultura, Margareth Menezes. Pessoas que conversaram com o presidente relataram que ele se manteve sereno, classificando a ligação como diálogo entre “dois homens maduros à frente das maiores democracias do mundo”.


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Imagem: Internet
Contexto comercial e diplomático
A conversa ocorre em momento de tensão comercial. O Brasil tenta convencer Washington a rever sobretaxas a produtos nacionais, enquanto os EUA pressionam por garantias em temas ambientais e jurídicos. Ao condicionar a pauta ao fim de sanções contra cidadãos brasileiros, o Planalto busca abrir caminho para negociações mais amplas, inclusive sobre o tarifaço.
Para Trump, o diálogo fornece vitrine internacional em ano de fortes movimentações políticas nos Estados Unidos. Já para Lula, a ligação foi encarada como oportunidade de retomar canais diretos com a liderança republicana e demonstrar disposição em proteger interesses internos, inclusive de setores impactados por barreiras comerciais.
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Em síntese, a fala reservada entre Trump e Lula foi cuidadosamente programada, manteve-se longe dos holofotes até o último instante e girou em torno de sanções, comércio e um possível encontro presencial. Fique atento às próximas movimentações e não perca nossos próximos artigos com desdobramentos desse e de outros temas políticos.
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