Brasília, 12 set. 2025 – O alinhamento de siglas do Centrão ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), acrescentou um novo obstáculo à articulação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Congresso. A saída de União Brasil e Progressistas da base governista, somada ao empenho de Tarcísio na defesa da anistia, ampliou o poder de veto da oposição e pode travar pautas consideradas vitais pelo Planalto, como a isenção do Imposto de Renda (IR) para salários de até R$ 5 mil.
Partidos mudam de lado e projetam 2026
A movimentação ganhou força após as executivas de União Brasil e PP exigirem que filiados deixem cargos no governo até o fim de setembro. O gesto foi acompanhado pela votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos precatórios no Senado: parlamentares das duas legendas votaram contra o texto, que passou com o mínimo necessário. O episódio confirmou a perda de sustentação do Planalto e sinalizou que, fora da base, os partidos aumentam o preço de qualquer negociação.
No centro das articulações está Tarcísio de Freitas. O governador tornou-se peça chave ao dialogar com as bancadas favoráveis à anistia e passou a ser tratado por líderes do PT como o adversário principal de Lula em 2026. Nos bastidores, presidentes de PP e União Brasil afirmam contar com o aval do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para lançar Tarcísio ao Planalto. Ainda que o paulista declare foco na reeleição estadual, a condensação de apoios o projeta nacionalmente.
Analistas como Lucas Fernandes, da BMJ Consultores, observam que o Centrão age de forma pragmática: manterá a aliança onde houver maior retorno político. Caso Tarcísio consolide base ampla e baixo custo de coalizão, o bloco tende a permanecer ao seu lado; se o desempenho vacilar, a disputa pela cabeça de chapa à direita pode reabrir.
Isenção do IR vira termômetro de força
Dentro do Planalto, a prioridade é aprovar a isenção do IR ainda este ano para valer em 2026. A proposta figura como trunfo populacional de Lula na tentativa de recuperar apoio antes da corrida eleitoral. Porém, a pauta tem sido represada por sucessivas obstruções da oposição e pelo foco do Congresso na anistia.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), indicou que pretende levar o projeto a plenário, estancando rumores sobre a edição de medida provisória. Ainda assim, governistas temem alterações que desidratem o texto ou postergações que inviabilizem o calendário fiscal. O líder do governo, José Guimarães (PT-CE), reforça que a matéria precisa passar pelas duas Casas neste exercício para surtir efeito no próximo.
Embora União Brasil e PP tenham deixado a base, integrantes desses partidos podem apoiar temas pontuais de forte apelo popular. A leitura é de que o governo precisará ampliar concessões a PSD, MDB e Republicanos, além de fidelizar PSB e PDT, oferecendo relatorias e verbas de emendas em troca de votos.
Anistia mobiliza oposição e eleva pressão sobre o STF
A articulação pela anistia avançou após Tarcísio desembarcar em Brasília na semana passada, no auge do julgamento de Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF). Em reunião com Hugo Motta, o governador assegurou que já existe apoio superior a 300 deputados. PL, Novo, PP, União Brasil, Republicanos e parcelas de PSD e MDB engrossam o coro.
Apesar da ofensiva, Motta afirma não haver definição de relator ou data para votação. Líderes do PT calculam que o custo político de enfrentar o STF em meio a tensões institucionais pode frear o ímpeto do Centrão, mas reconhecem que a correlação de forças se deslocou a favor da oposição.
Gleisi Hoffmann, ministra das Relações Institucionais, reuniu titulares de PSD, MDB, União Brasil, PSB e PCdoB para reforçar a defesa de projetos econômicos do governo e tentar barrar o avanço da anistia. A estratégia é mobilizar ministros para conter dissidências internas em suas bancadas.


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Imagem: Wesley Oliveira Guilherme Grandi
Escalada de críticas entre Lula e Tarcísio
Lula tem intensificado ataques ao governador paulista, classificando-o como “executor da pauta bolsonarista”. Em entrevistas recentes, o presidente declarou esperar enfrentá-lo na eleição nacional. Tarcísio responde rebatendo o que chama de “excesso de gastos” do Executivo federal e acusa o petista de incentivar divisões sociais.
No campo econômico, o governador defende reformas estruturais, como flexibilização orçamentária e revisão de benefícios tributários, alegando que “o Brasil não suporta mais aumento de imposto nem desperdício de recursos”. As falas ocorreram em evento bancário ao lado de aliados como Ronaldo Caiado (GO) e Ratinho Jr. (PR).
Caso receba o apoio formal de Bolsonaro para concorrer ao Planalto, Tarcísio terá de renunciar ao cargo em abril de 2026. Até lá, a exposição nacional tende a crescer, impulsionada tanto pelos elogios da oposição quanto pelos ataques do governo. Especialistas apontam que esse protagonismo precoce eleva o escrutínio sobre sua gestão em São Paulo, mas também solidifica sua imagem como principal contraponto a Lula.
O avanço das negociações evidencia um Congresso mais propenso a pautas de direita e a contrabalançar o Executivo. Enquanto o Centrão costura alianças, o Planalto tenta recompor maioria para aprovar projetos econômicos considerados cruciais. A disputa promete intensificar-se nos próximos meses, com impacto direto sobre a agenda legislativa e o cenário eleitoral de 2026.
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Resumo: a debandada do Centrão fortalece Tarcísio de Freitas, dificulta votações de interesse do governo e antecipa a corrida presidencial. Continue acompanhando para entender como cada votação pode redefinir forças em 2026.
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