CONTAGEM (MG), 19 de setembro de 2025 — O ex-governador do Ceará e quatro vezes candidato ao Planalto, Ciro Gomes (PDT), afirmou que não pretende mais disputar a Presidência da República. Durante entrevista à rádio Itatiaia, em visita à cidade de Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte, o político declarou ter dúvidas de que qualquer liderança consiga resolver os problemas que, segundo ele, foram ampliados pela “maluquice” dos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro.
Declaração indica mudança de rota
Ciro Gomes, de 67 anos, acumulou longa trajetória como candidato nacional — 1998, 2002, 2018 e 2022. Agora, ele admite não querer “importunar os eleitores” com uma quinta tentativa. O pedetista sustentou que, nas campanhas anteriores, sentia possuir “capacidade de resolver o problema”. Hoje, contudo, afirmou ter “dúvidas se alguém tem capacidade de resolver o tamanho do abacaxi” deixado pelo cenário atual.
O comentário foi feito na presença de lideranças locais, reforçando a percepção de que Ciro pretende alterar seu foco eleitoral. A fala reforça também a crítica simultânea tanto ao governo petista quanto à gestão de Bolsonaro, apontados por ele como responsáveis pelo “impasse” que, em suas palavras, dificulta a recuperação do país.
Saída do PDT e possível filiação ao PSDB
A insatisfação com a direção nacional do PDT, comandada por Carlos Lupi, aproximou Ciro Gomes de outras legendas. Fontes tucanas no Ceará confirmam conversas avançadas para que o ex-governador se filie ao PSDB. A possibilidade de migrar para o União Brasil também é considerada, mas interlocutores garantem que a sigla tucana largou na frente após articulações regionais.
Dentro desse novo arranjo partidário, o destino político mais provável é a disputa pelo Palácio da Abolição em 2026, cargo que ele ocupou de 1991 a 1994. A candidatura ao governo do Ceará ganha força, especialmente após pesquisas internas apontarem recall elevado de Ciro no estado.
Pesquisa Quaest aponta competitividade contra Lula
Apesar da desistência ao Planalto, o nome de Ciro ainda aparece bem situado em levantamentos nacionais. Levantamento Genial/Quaest divulgado em 18 de setembro mostrou um cenário de segundo turno equilibrado: Lula teria 40% das intenções de voto, enquanto Ciro alcançaria 33%. O resultado reforça a relevância de seu capital eleitoral, mesmo após anunciar que deixará a corrida presidencial.
A pesquisa foi realizada com 2.000 entrevistados em 27 unidades da Federação, margem de erro de dois pontos percentuais e nível de confiança de 95%. O desempenho demonstra que, embora fora do páreo, o ex-ministro mantém influência capaz de impactar alianças regionais e nacionais.
Críticas simultâneas a Lula e Bolsonaro
A referência de Ciro à “maluquice” de Lula e Bolsonaro reflete seu histórico de oposição a ambos. No campo econômico, ele costuma responsabilizar o governo petista pelo aumento da dívida pública e atribui ao bolsonarismo a expansão de gastos sem contrapartida fiscal consistente. Os comentários recentes reiteram a retórica de equidistância em relação aos dois polos, estratégia utilizada desde 2018.
Dentro do PDT, o discurso sempre gerou tensão com setores simpáticos ao PT. Fora do partido, a postura pode atrair segmentos do eleitorado que rejeitam a polarização e buscam alternativa de centro ou centro-direita — ele mesmo, porém, afirma não ver espaço para uma terceira via capaz de vencer o pleito nacional em 2026.


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Imagem: Fernando Bizerra
Próximos passos na arena eleitoral
Com a provável filiação ao PSDB, Ciro se aproximaria de lideranças como Tasso Jereissati, figura influente no Ceará, e entraria em eventual composição com o União Brasil, legenda que controla prefeituras estratégicas no estado. O cenário também mexe com o tabuleiro do PL, que avalia apoiar um nome alinhado ao bolsonarismo para tentar frear o avanço petista no Nordeste.
Nos bastidores, aliados de Ciro trabalham para consolidar uma coalizão robusta que envolva PSDB, União Brasil e segmentos do PDT local. O objetivo é evitar dispersão de votos de centro-direita e garantir palanque competitivo contra o candidato apoiado por Lula.
Em resumo, a desistência de Ciro Gomes à sucessão presidencial reconfigura o mapa eleitoral de 2026. A transferência de seu capital político para o Ceará pode fortalecer a oposição regional ao PT e abrir espaço para novas combinações partidárias no plano nacional.
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