Brasília, 5 de setembro de 2025 – O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) deixou claro nesta sexta-feira que qualquer proposta de anistia relacionada aos eventos de 8 de janeiro só terá apoio da direita caso contemple o ex-presidente Jair Bolsonaro. A declaração foi publicada na rede X após a divulgação de informações sobre uma ala do Partido Liberal favorável a excluir o ex-chefe do Executivo do texto para, supostamente, facilitar a tramitação.
Deputado impõe condição explícita ao partido
De acordo com Eduardo, a anistia precisa ser “ampla e irrestrita” para receber chancela dos parlamentares conservadores. “Qualquer anistia que não seja ampla e irrestrita não será aceita. Já irei conversar com a base do PL sobre isso”, escreveu o deputado.
O recado direciona-se, principalmente, a dirigentes que cogitam deixar Bolsonaro fora do alcance da medida. A manobra, segundo aliados, seria uma forma de reduzir resistências no Congresso e evitar embates com ministros do Supremo Tribunal Federal. Para Eduardo, entretanto, a estratégia equivale a “chantagear” o ex-presidente em troca de apoio a alianças eleitorais em 2026.
“Eu sei que vocês querem tirar meu pai da anistia para poder chantageá-lo e forçá-lo a escolher o candidato que vocês querem emplacar”, afirmou. Ele ainda advertiu que políticos que defenderem a exclusão passarão a ser vistos como “colaboradores dos violadores de direitos humanos”.
Reações no Congresso e posicionamento de líderes
O debate sobre anistia ganhou fôlego nas últimas semanas após manifestações de governadores, senadores e deputados. No Senado, o líder da oposição, Carlos Portinho (PL-RJ), classificou a proposta como “gesto de pacificação nacional”. Segundo Portinho, há pessoas “presas com penas exageradas, em processos discutíveis”, e o país tem tradição de conceder anistias em períodos de tensão política.
Já o senador Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro da Casa Civil e presidente do Progressistas, declarou que o momento político deve guiar o calendário da votação. Em entrevista, Nogueira afirmou que a matéria precisa ser votada primeiro na Câmara e, em seguida, no Senado. O parlamentar observou ainda que os filhos de Jair Bolsonaro seguirão a liderança paterna em 2026, afastando especulações sobre eventual descompasso interno.
No lado governista, o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do governo na Câmara, disse considerar o projeto inconstitucional e inoportuno. Ele argumentou que a discussão ocorre em pleno julgamento, no Supremo Tribunal Federal, de acusados pelo que chama de “supostas tramas golpistas”. Para Lindbergh, qualquer anistia agora significaria interferência política em decisões judiciais em curso.
Ala do PL avalia riscos e benefícios
Dentro do PL, dirigentes contrários à inclusão de Jair Bolsonaro avaliam que o ex-presidente seria o principal foco de objeção de partidos de esquerda e de parte do Judiciário. Um dos argumentos é que mantê-lo fora do texto poderia acelerar a aprovação para militares de baixa patente e manifestantes já condenados. Entretanto, a base bolsonarista considera essa possibilidade um “ataque indireto” ao ex-mandatário.
Parlamentares alinhados a Eduardo lembram que as acusações contra Jair Bolsonaro ainda estão em fase de investigação e manutenção dele como réu potencial abriria precedentes de perseguição. Eles sustentam que uma anistia parcial violaria o princípio da isonomia, já que os atos investigados tiveram motivação política semelhante.


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Imagem: Lula Marques
Impacto eleitoral de 2026
O pano de fundo do impasse é a disputa presidencial de 2026. Integrantes de siglas de centro veem espaço para apoiar uma candidatura de direita, mas temem se alinhar ao ex-presidente caso ele permaneça acuado judicialmente. Ao cobrar a inclusão de Jair Bolsonaro, Eduardo busca preservar o capital político da família e evitar condicionamentos de partidos que desejem impor nomes ou plataformas alheias ao conservadorismo.
Para analistas parlamentares, a pressão exercida pelo deputado paulista cria um dilema: ou o Congresso aprova um texto robusto, correndo o risco de conflito aberto com parte do Judiciário, ou engaveta o projeto, mantendo militantes e militares presos. Nos bastidores, líderes admitirem que as tratativas devem ganhar ritmo após o STF concluir julgamentos previstos para o segundo semestre.
Próximos passos
No curto prazo, Eduardo Bolsonaro deve reunir a bancada do PL na Câmara para articular uma posição unificada. O partido, maior sigla da oposição, detém 99 deputados e 12 senadores. Sem a adesão da legenda, aliados avaliam que será difícil alcançar maioria absoluta nas duas Casas. Paralelamente, governadores simpáticos à anistia negociam apoio em blocos regionais, tentando atrair partidos de centro.
Enquanto isso, ministros do Supremo têm sinalizado nos bastidores que não se opõem à anistia de manifestantes sem histórico de violência, mas rejeitam qualquer medida que beneficie investigados por “autor intelectual”. Esse ponto coloca Jair Bolsonaro no centro da disputa, reforçando a estratégia de Eduardo de transformar a anistia em termômetro da coesão da direita.
Para seguir acompanhando os desdobramentos da pauta no Congresso, confira também a cobertura completa em Política.
Em resumo, o recado de Eduardo Bolsonaro define o rumo das negociações sobre anistia: sem contemplar o ex-presidente, a direita promete bloquear qualquer iniciativa. Acompanhe nossas atualizações e participe do debate compartilhando este artigo nas redes.
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