São Paulo – Viviane Barci de Moraes, sócia-gerente do escritório Barci de Moraes e esposa do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, mantém uma carteira de clientes de grande porte apesar de apresentar formação acadêmica limitada a um bacharelado em Direito pela Universidade Paulista (Unip). A advogada tirou a carteira da OAB em 1999 e não registra cursos de pós-graduação ou especializações, realidade bem distinta dos demais membros da banca, a maioria composta de mestres e doutores oriundos de instituições tradicionais como USP, PUC e Mackenzie.
Formação discreta, clientes de peso
Mesmo com currículo enxuto, Viviane Barci figura em 25 processos que tramitam no STF desde 2016, ano em que o marido assumiu vaga na Corte. Entre os contratantes estão a operadora de planos de saúde Hapvida, avaliada em R$ 20,3 bilhões, e a administradora de benefícios Qualicorp, que recentemente negociou a venda de participação na Gama Saúde por R$ 163,9 milhões. A banca também representa a Associação Fundo de Auxílio Mútuo dos Militares do Estado de São Paulo, a empresária Kátia Rabello, condenada no escândalo do mensalão, e o ex-prefeito José Auricchio Júnior, cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral em 2024.
Antes de Alexandre de Moraes ingressar no STF, o escritório exibia o nome completo do ministro na fachada do endereço situado no Itaim Bibi, área nobre paulistana. Após a posse, a placa passou a exibir apenas o sobrenome da família, mas, no meio jurídico, a influência do fundador é apontada como decisiva para a abertura de portas em tribunais e órgãos de controle.
Sanções dos EUA e patrimônio imobiliário
Em 2025, Viviane Barci de Moraes entrou para a lista de sanções da Lei Magnitsky, mecanismo do governo norte-americano destinado a punir estrangeiros acusados de violar direitos humanos. O Departamento do Tesouro estendeu a penalidade ao Instituto de Estudos Jurídicos Lex, criado por Alexandre de Moraes em 2000 e controlado pela família. O deputado federal Eduardo Bolsonaro classificou Viviane como “braço financeiro” do ministro.
O Instituto Lex detém 11 imóveis avaliados em R$ 20 milhões. Em agosto de 2025, a entidade quitou, à vista, R$ 12 milhões por uma mansão no Lago Sul, bairro de alto padrão em Brasília. O casal mora na capital federal desde a posse de Moraes no Supremo, em 2017.
Questionado sobre as sanções, Alexandre de Moraes divulgou nota chamando a medida de “ilegal e lamentável”. O STF informou que o ministro se declara impedido de atuar em qualquer processo que envolva o antigo escritório.
Equipe alinhada a nomes de confiança
A estrutura do Barci de Moraes reúne seis advogados mais jovens, três profissionais experientes e quatro consultores. Entre eles está Mágino Alves Barbosa Filho, ex-secretário de Segurança Pública de São Paulo e antigo braço direito de Alexandre de Moraes em gestões municipais, estaduais e no Ministério da Justiça. Também figura na lista de consultores Rogério Galloro, diretor-geral da Polícia Federal entre 2018 e 2019.
O site da banca destaca “forte atuação nacional junto aos Tribunais Superiores, Ministério Público e Tribunais de Contas” e ressalta a “intensa produção científica” dos sócios – mérito que não se estende à sócia-gerente, cujo currículo acadêmico limita-se ao diploma de graduação.
Viagens oficiais e negócios bancários
Discreta e avessa a entrevistas, Viviane Barci protagonizou duas controvérsias recentes. Em agosto de 2024, embarcou em aeronave da Força Aérea Brasileira ao lado de ministros do governo Lula, evitando as áreas comuns de aeroportos. O episódio gerou questionamentos sobre o uso de voos oficiais por familiares de autoridades.


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Imagem: Ricardo Stuckert
Meses depois, a advogada assumiu a representação do Banco Master em negociação para venda de 58% de seu capital ao Banco de Brasília (BRB). O Banco Central vetou a operação, mas o BRB segue patrocinador da reforma do Museu do STF, cuja contabilidade registrou adiantamento de R$ 50 milhões à Unesco para obras de expansão. Relatório de auditoria identificou inconsistência na classificação da despesa, apontada pela Corte como “ajuste meramente contábil”.
Desde que o marido se tornou ministro, Viviane Barci continua exercendo a advocacia sem restrições legais. Quando processos envolvendo o escritório chegam ao Supremo, Alexandre de Moraes é automaticamente impedido de atuar, conforme previsto no regimento interno.
Embora o currículo da sócia-gerente seja modesto, os resultados financeiros da banca contrastam com a trajetória acadêmica. A associação com nomes influentes, o patrimônio do Instituto Lex e a lista de clientes bilionários mantêm o escritório no centro das atenções.
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Resumo: Viviane Barci de Moraes sustenta uma carteira de clientes robusta, administra imóveis milionários via Instituto Lex e enfrenta sanções internacionais, tudo sem apresentar especializações acadêmicas. Continue acompanhando nossos conteúdos e receba atualizações diretamente no seu feed.
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