O governo dos Estados Unidos retirou a sobretaxa de 10% que incidia sobre as exportações brasileiras de celulose e ferro-níquel. A medida, confirmada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) nesta quinta-feira (11), coloca fim à última barreira tarifária que ainda pesava sobre esses dois produtos, depois de terem sido poupados do tarifaço de 50% anunciado em agosto pelo presidente Donald Trump.
Medida afeta US$ 1,84 bilhão em vendas
Em 2024, as remessas de celulose e ferro-níquel para o mercado norte-americano somaram aproximadamente US$ 1,84 bilhão, o equivalente a 4,6% de tudo o que o Brasil vendeu aos Estados Unidos. O destaque ficou com a celulose, responsável por US$ 1,55 bilhão, impulsionada sobretudo pelas pastas químicas de madeira não conífera e conífera.
Com a retirada da alíquota extra, esses itens passam a entrar nos EUA pagando apenas os gravames de base previstos pela legislação norte-americana, sem cobranças adicionais direcionadas especificamente ao Brasil. Desde abril, quando a sobretaxa de 10% foi imposta, o setor de base florestal reclamava perda de competitividade diante de concorrentes asiáticos e europeus, agora sanada com a decisão da Casa Branca.
Segundo o MDIC, a remoção eleva para 25,1% a fatia das exportações brasileiras aos EUA livre de sobretaxas. Em nota, o vice-presidente e titular da pasta, Geraldo Alckmin, classificou a ordem executiva como “avanço relevante para a celulose” e afirmou que Brasília continuará negociando para reduzir outras barreiras.
Setores ainda sob pressão tarifária
Apesar do alívio, dez produtos que tiveram a sobretaxa de 10% extinta continuam submetidos a um adicional de 40% criado exclusivamente para o Brasil. Entre eles estão minerais brutos, níquel metálico e herbicidas, que renderam cerca de US$ 113 milhões em 2024. Na prática, essas mercadorias permanecem com competitividade limitada, seja pelo custo mais alto ao importador norte-americano, seja pela incerteza regulatória.
Itens agrícolas sensíveis, como café e cacau, também seguem dentro do tarifaço de 50% anunciado em agosto. Para produtores rurais, o cenário mantém desigualdade em relação a fornecedores de outros países, sobretudo da América Central e África, que entram no mercado dos EUA com taxas mais baixas.
Além disso, 76 produtos brasileiros passaram a se enquadrar apenas nas tarifas da Seção 232 da Lei de Comércio dos EUA, sem novos encargos. Por outro lado, sete itens, majoritariamente insumos químicos e plásticos industriais, passaram a arcar com a alíquota de 10% somada ao adicional de 40%, totalizando vendas de cerca de US$ 145 milhões no ano passado.
Contexto político influencia negociações
A revogação da sobretaxa ocorre em meio à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal por suposta tentativa de golpe de Estado. Após o veredicto, Donald Trump criticou publicamente o julgamento, comparando-o aos processos que enfrenta dentro dos Estados Unidos. O secretário de Estado, Marco Rubio, também mencionou a possibilidade de novas sanções, caso considere haver perseguição política no Brasil.


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Imagem: Ivaldo Alexandre
Até o momento, a Casa Branca não detalhou medidas adicionais. No entanto, integrantes do setor privado brasileiro observam que a relação comercial segue suscetível a decisões de caráter político, o que pode impactar futuras tarifas ou preferências de mercado.
Próximos passos nas conversas bilaterais
O MDIC afirma manter diálogo constante com autoridades norte-americanas para eliminar sobretaxas remanescentes e garantir previsibilidade às empresas. A prioridade, segundo a pasta, é blindar segmentos intensivos em mão de obra, como o agroindustrial, de eventuais escaladas tarifárias. Paralelamente, o Itamaraty monitora possíveis pacotes de sanções que possam surgir do Congresso dos EUA.
Empresários do setor de celulose comemoraram a decisão, destacando que o corte na tarifa devolve competitividade às fábricas instaladas no interior do país, onde o custo logístico já é elevado. Representantes da mineração de ferro-níquel fizeram avaliação semelhante, mas alertaram que a permanência de taxas sobre o níquel metálico limita investimentos em novas frentes de lavra.
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Em resumo, a eliminação da sobretaxa de 10% sobre celulose e ferro-níquel abre espaço para ganhos imediatos nas exportações e sinaliza avanço nas negociações bilaterais. A expectativa agora recai sobre a retirada de barreiras que ainda impactam o agro e segmentos industriais. Continue acompanhando nossas publicações e fique por dentro de cada novo movimento que influencie o comércio exterior brasileiro.
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