O depoimento de Milton Salvador à CPI mista do INSS, nesta quinta-feira (18), detalhou a dimensão financeira das empresas controladas por Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”. Segundo o ex-executivo, o conglomerado movimentou cerca de R$ 140 milhões entre março de 2024 e abril de 2025, período em que ele atuou como responsável pelo fluxo de caixa e pelos pagamentos.
Quem são os envolvidos e como o esquema funcionava
De acordo com Salvador, Antunes comandava um grupo empresarial formado por diferentes CNPJs, entre eles a Prospect, a ACCA, a Brasília Consultoria Empresarial, a ACDS Call Center e a Camilo Comércio e Serviços S/A. Embora contratado oficialmente como consultor da Prospect, o depoente relatou que suas atribuições englobavam todas as companhias, exercendo na prática o papel de diretor financeiro.
O ex-executivo declarou ter sido recrutado depois que seu currículo foi localizado no LinkedIn. Antunes ofereceu remuneração de R$ 60 mil mensais, valor que Salvador aceitou por superar quase o dobro de seus ganhos anteriores no grupo Paulo Octávio, em Brasília.
Segundo o testemunho, cabia a Salvador emitir notas fiscais, organizar boletos e realizar repasses indicados diretamente por Antunes. Os pagamentos envolviam prestações de serviços para associações que descontam valores de aposentadorias e pensões do INSS, entre elas Abrasprev, Cebap e Ambec — entidades já citadas em outras fases da investigação parlamentar.
Detalhes sobre a movimentação de recursos
Salvador afirmou que todo o dinheiro circulava por contas das empresas controladas por Antunes. Ele estimou que o volume total atingiu a marca de R$ 140 milhões em apenas 14 meses. Ainda de acordo com o depoente, a rotação de valores era determinada pelo empresário, sem apresentação prévia de documentos que justificassem as quantias.
Ao ser questionado pelo relator da CPI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), sobre a origem dos recursos, Salvador limitou-se a dizer que os clientes principais eram justamente as entidades responsáveis por descontos em benefícios previdenciários. O ex-executivo negou ter recebido dividendos ou participação societária no conglomerado, alegando que prestava serviços exclusivamente como pessoa jurídica.
Sobre a Camilo Comércio e Serviços S/A, o depoente explicou que a firma estava em fase inicial e aguardava licença para atuar no mercado de produtos à base de canabidiol. Ele não soube informar a projeção de faturamento dessa nova frente de negócios.
Sinais de irregularidade e atuação da Polícia Federal
Salvador relatou que, no início, não desconfiou de atividade ilícita. Mesmo diante de reportagens indicando possíveis fraudes contra aposentados, Antunes assegurava que tudo era regular. A percepção de ilegalidade, segundo o depoente, ocorreu somente após uma operação da Polícia Federal. “Quando a PF apareceu, percebi que estava no meio de uma operação criminosa”, declarou.
O ex-diretor também foi indagado sobre a compra de um imóvel em Brasília por meio de offshore vinculada a Antunes. Ele confirmou a existência da transação, registrada paralelamente em nome da pessoa física do empresário, mas negou ter participado de remessas de dinheiro ao exterior.


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Imagem: Internet
Próximos passos da investigação legislativa
Com base nas revelações, o relator Alfredo Gaspar planeja cruzar dados bancários e fiscais para confirmar o caminho dos R$ 140 milhões e identificar eventuais beneficiários. A CPI pretende ainda ouvir representantes das associações Abrasprev, Cebap e Ambec, bem como intimar Antunes para esclarecer a origem dos valores e o destino dos recursos.
Parlamentares também discutem a necessidade de aprimorar a fiscalização sobre descontos consignados em aposentadorias, área frequentemente usada para aliciar beneficiários e drenar recursos públicos. A expectativa é de que novos depoimentos ocorram nas próximas semanas, enquanto a CPI colhe informações junto à Receita Federal e ao Banco Central.
As declarações de Salvador reforçam a importância da investigação para recuperar valores desviados e assegurar que aposentados não continuem expostos a esquemas de retenção irregular. O avanço das apurações pode resultar em recomendações de mudanças legais e encaminhamento de provas ao Ministério Público.
Para acompanhar outros desdobramentos da CPI e temas relacionados à fiscalização dos gastos públicos, visite a seção de Política do Geral de Notícias.
Em resumo, o testemunho apresentado à CPI do INSS revela a movimentação expressiva de R$ 140 milhões sob comando do “Careca do INSS” e reforça o compromisso do Legislativo com a responsabilização de quem utiliza brechas para explorar aposentados. Continue conosco e receba atualizações em tempo real sobre esta investigação e outras pautas de interesse nacional.
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