Senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o vice-primeiro-ministro da Itália, Matteo Salvini, têm reunião prevista para este fim de semana, durante congresso do partido Liga, na cidade de Pontida, província de Bérgamo.
Objetivos do encontro
De acordo com interlocutores do parlamentar brasileiro, o principal propósito da conversa é expor a autoridades italianas o quadro político e jurídico do Brasil. Flávio Bolsonaro pretende relatar decisões recentes do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), apontadas por ele como violações de garantias fundamentais.
Entre os temas que o senador deve apresentar a Salvini estão:
- a prisão da deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) em Roma, no fim de julho, cuja extradição é analisada pelo governo italiano;
- a aplicação da Lei Magnitsky pelos Estados Unidos contra Alexandre de Moraes, medida que impede empresas com negócios no mercado norte-americano de manter relações com o magistrado;
- a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, ordenada pelo mesmo ministro, e a recente condenação do ex-chefe do Executivo a 27 anos e três meses de reclusão em ação sobre suposta trama golpista.
Caso Zambelli e repercussão internacional
Carla Zambelli foi condenada pela 1ª Turma do STF a dez anos de prisão por supostamente comandar invasão ao sistema on-line do Conselho Nacional de Justiça. Desde a detenção na capital italiana, o governo brasileiro formalizou pedido de extradição. Flávio Bolsonaro busca sensibilizar integrantes do Executivo italiano para o que chama de “excesso” no processo e para o cenário político em torno do tema.
Matteo Salvini, líder da Liga e figura de destaque da direita europeia, demonstrou interesse em ouvir relatos diretos sobre a atuação de tribunais brasileiros. A reunião acontece à margem do tradicional congresso anual do partido, que reúne dirigentes, parlamentares e aliados internacionais.
Críticas a Alexandre de Moraes
O senador fluminense argumenta que decisões do magistrado vêm restringindo direitos políticos de parlamentares e de lideranças conservadoras. Para sustentar a acusação, Flávio apresentará a Salvini documentos relativos à sanção da Lei Magnitsky, adotada pelos Estados Unidos contra Moraes por suposta violação de direitos humanos.
Segundo assessores, o objetivo é demonstrar que a comunidade internacional já reconhece indícios de abuso de autoridade no Brasil. O senador pretende ainda reforçar que a atuação do STF teria influência direta no processo eleitoral, citando investigações contra seu irmão, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), e inquéritos envolvendo comunicadores próximos ao ex-presidente.
Contexto político do clã Bolsonaro
Flávio Bolsonaro destaca que a escalada de medidas judiciais coincide com a aproximação do calendário eleitoral de 2024. Para o parlamentar, a operação da Polícia Federal que atingiu Carlos Bolsonaro e a condenação de Jair Bolsonaro estariam alinhadas a uma estratégia para retirar adversários do páreo político.
Embora o encontro na Itália não tenha caráter oficial de Estado, a participação de Salvini confere peso político ao diálogo. A expectativa da equipe do senador é que a repercussão internacional pressione instituições brasileiras a rever práticas classificadas como “arbitrárias”.


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Imagem: Andressa Anholete
Programação em Pontida
Além da reunião reservada, Flávio Bolsonaro deve discursar no congresso da Liga, espaço onde temas sobre soberania nacional e liberdade de expressão costumam dominar os debates. O evento ocorre anualmente em Pontida e serve como plataforma para articulação de alianças entre partidos conservadores da Europa e da América Latina.
A presença do senador brasileiro segue a linha de cooperação mantida desde 2019 entre o governo Jair Bolsonaro e lideranças europeias de direita, inclusive com trocas de apoio em fóruns internacionais sobre segurança de fronteiras e combate ao crime organizado.
Perspectivas e próximos passos
Após o encontro, Flávio Bolsonaro planeja entregar um relatório formal ao Ministério das Relações Exteriores da Itália, reunindo informações sobre os processos conduzidos pelo STF e apontando o que considera inconsistências jurídicas. A defesa de Carla Zambelli também deve anexar o documento ao pedido de revogação da prisão preventiva.
No retorno ao Brasil, o senador pretende solicitar audiência na Comissão de Relações Exteriores do Senado para detalhar os resultados da viagem e propor nota oficial de solidariedade a parlamentares investigados.
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Em resumo, Flávio Bolsonaro utiliza a agenda na Itália para internacionalizar críticas ao STF, defender aliados e buscar apoio de Matteo Salvini contra o que aponta como perseguição judicial no Brasil. Continue acompanhando nossas atualizações e compartilhe esta reportagem com quem deseja entender os desdobramentos políticos entre Brasil e Europa.
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