Brasília, 10 de setembro de 2025 – O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino comunicou oficialmente à Polícia Federal que vem recebendo ameaças de morte e violência física desde que proferiu voto no julgamento que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro. O ofício, entregue nesta quarta-feira (10), pede investigação urgente para identificar os autores das mensagens e prevenir possíveis ataques.
Ameaças surgem após voto no STF
De acordo com o documento enviado por Dino, as intimidações começaram logo depois de seu pronunciamento no chamado “núcleo crucial” do processo. As mensagens, recebidas pela internet, repetem um padrão de incitação à violência e mencionam eventos recentes no Nepal, onde protestos contra restrições em redes sociais resultaram em confrontos, prédios incendiados e evacuação de autoridades de helicóptero.
O ministro classificou essas referências como indícios de ação articulada. Segundo ele, os textos apontam não apenas para crimes de ameaça, mas também para possível coação no curso do processo em andamento no STF. A preocupação declarada envolve a integridade física de magistrados, servidores e a segurança patrimonial da Corte.
PF assume investigação e avalia riscos
Flávio Dino solicitou à Polícia Federal a adoção de medidas de rastreamento dos autores, preservação de provas digitais e eventual reforço na segurança pessoal. A PF deverá identificar origens de endereços eletrônicos, cruzar informações em redes sociais e analisar se há grupos organizados por trás das mensagens.
O ofício lembra episódios anteriores em que prédios públicos foram alvos de ataques, inclusive o próprio edifício-sede do STF, que enfrentou tentativa de explosão no passado. Para o magistrado, a escalada de discursos violentos na internet pode desencadear agressões reais contra autoridades e instituições.
Contexto do julgamento
O voto de Dino integra o julgamento que analisa condutas atribuídas ao ex-presidente Jair Bolsonaro em temas sensíveis para o cenário político. Antes dele, o ministro Alexandre de Moraes também havia se posicionado pela condenação. O processo ainda aguarda manifestação dos demais integrantes da Corte e não há data definida para conclusão.
Embora o plenário do STF costume reforçar a independência dos magistrados, a repercussão de votos envolvendo figuras de grande projeção nacional frequentemente gera mobilização de apoiadores e opositores. Nesse ambiente polarizado, ameaças virtuais tornam-se instrumento de tentativa de pressão política.
Referência a protestos no Nepal
A menção repetida ao Nepal nas mensagens recebidas por Dino chama atenção dos investigadores. Recentemente, o país asiático viveu protestos violentos após o governo impor restrições a plataformas digitais. Manifestantes incendiaram prédios públicos, houve confronto com forças de segurança e ministros foram removidos de área de risco por helicóptero. Para o ministro brasileiro, tal associação busca intimidar integrantes do STF insinuando a possibilidade de atos semelhantes no Brasil.


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Imagem: Gustavo Moreno
Crimes em apuração
O Código Penal prevê punições específicas para ameaças, incitação à violência e coação no curso de processo. Caso sejam identificados, os autores podem responder nas esferas cível e criminal. Além disso, o Supremo pode encaminhar elementos às procuradorias regionais caso surjam indícios de organização criminosa ou financiamento irregular de ataques virtuais.
Próximos passos
A Polícia Federal deverá ouvir o ministro, requisitar dados a provedores de internet e solicitar cooperação internacional se as mensagens partirem de fora do país. Em paralelo, a segurança interna do STF avaliará ajustes no protocolo de proteção a magistrados. A expectativa é de que as primeiras diligências ocorram ainda nesta semana, com relatório preliminar encaminhado ao Supremo e ao Ministério da Justiça.
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Em síntese, Flávio Dino busca apoio institucional para conter ameaças que surgiram após seu voto no julgamento de Bolsonaro. A investigação da PF deve esclarecer autoria, avaliar riscos e adotar medidas de proteção. Continue acompanhando nossas publicações para atualizações sobre este caso e demais temas que impactam o cenário político brasileiro.
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