São Paulo, 25 de setembro de 2025 – A Abra, holding que controla a Gol Linhas Aéreas, comunicou ao mercado nesta quinta-feira a desistência definitiva das negociações de fusão com a Azul. A decisão põe fim a um projeto que, se avançasse, criaria a maior companhia aérea do Brasil em número de passageiros transportados.
Entenda o que mudou e por que a união foi cancelada
O processo começou em janeiro de 2025, quando Gol e Azul assinaram um memorando de entendimento que previa a avaliação de uma combinação de negócios. Esse memorando estava condicionado à conclusão da recuperação judicial da Gol nos Estados Unidos, iniciada em 2024 sob o Capítulo 11 da lei norte-americana.
Em paralelo, no fim de maio de 2024, as empresas fecharam um acordo de codeshare para integrar malhas aéreas e oferecer bilhetes compartilhados em trechos domésticos. O objetivo, segundo as companhias, era otimizar rotas e reduzir custos em um período ainda marcado pelos efeitos financeiros da pandemia.
No comunicado divulgado hoje, a Gol informou que “honrará todos os bilhetes comercializados no âmbito da parceria”, mas confirmou a rescisão do codeshare a partir da mesma data. A Azul também encaminhou fato relevante reiterando o encerramento das discussões.
Fusão dependia do fim da recuperação judicial
Fontes do setor explicam que a fusão exigiria a saída da Gol do processo de reestruturação nos Estados Unidos e, posteriormente, o aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Nenhuma das etapas chegou a ser formalizada junto ao órgão antitruste.
Durante audiência na Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados na última terça-feira (23), representantes das duas aéreas já haviam negado a existência de tratativas ativas. Na ocasião, Camilo Coelho, gerente de Relações Institucionais da Azul, afirmou que a hipótese de junção foi analisada “apenas no auge da pandemia” e descartada à medida que a demanda se recuperou.
Na mesma audiência, Alberto Fajerman, assessor da presidência da Gol, confirmou conversas preliminares, mas destacou que o plano não avançou devido às dificuldades financeiras enfrentadas pelas empresas entre 2020 e 2023.
Companhias priorizam equilíbrio financeiro e operação independente
Segundo o comunicado da Abra, “não houve progresso significativo por vários meses” porque a Azul concentrou esforços na própria reestruturação, realizada também sob Capítulo 11. A companhia concluiu esse processo em junho de 2025, enquanto a Gol segue ajustando fluxo de caixa e frota.
Executivos envolvidos nas negociações indicam que manter as operações separadas permite maior flexibilidade para adequar rotas, renegociar contratos de leasing e buscar eficiência sem as complexidades regulatórias de uma fusão. Essa estratégia preserva a competição natural do mercado, princípio frequentemente defendido por analistas liberais como indutor de preços mais justos e melhor serviço ao consumidor.


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Imagem: Albari Rosa
Os funcionários que atuavam na coordenação do codeshare serão realocados em áreas operacionais de cada empresa. Não há, até o momento, anúncio de demissão em massa ou redução adicional de frota.
Próximos passos: impacto para passageiros e mercado
Para clientes com bilhetes emitidos em rotas compartilhadas, a Gol garantiu a manutenção dos voos nas condições originais. A Azul, por sua vez, orientou passageiros a verificar possíveis ajustes de horário diretamente nos canais oficiais.
No curto prazo, especialistas avaliam que a malha doméstica volta a ficar mais fragmentada, o que pode exigir conexões adicionais em algumas rotas. Companhias de menor porte, como Voepass e Latam Brasil, devem identificar oportunidades para preencher lacunas onde o codeshare proporcionava oferta combinada.
A médio prazo, tanto Gol quanto Azul seguirão buscando capitalização, renegociação de dívidas e eficiência operacional. A crescente demanda por viagens de lazer e a retomada gradual do segmento corporativo sustentam expectativa de faturamento maior em 2026, desde que o câmbio e o preço do combustível permaneçam estáveis.
Para acompanhar desdobramentos sobre concorrência e regulação no setor aéreo, acesse também a seção de Política do portal, onde atualizações sobre decisões do Cade e do Congresso são publicadas regularmente.
Em resumo, a Gol encerrou as conversas de fusão com a Azul e desfez o acordo de codeshare, optando por focar na própria reestruturação financeira. Fique atento às próximas movimentações das companhias e confira no site outras notícias que podem impactar seu próximo plano de viagem.
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