Brasília, 11 set. 2025 — O Ministério das Relações Exteriores reagiu nesta quinta-feira às declarações do secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, que prometeu retaliação contra o Brasil após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Em nota publicada na rede X, o Itamaraty afirmou que “ameaças não intimidarão nossa democracia” e destacou a independência do Judiciário nacional.
Rubio cita sanções e fala em “caça às bruxas”
Mais cedo, Rubio qualificou o julgamento como “caça às bruxas” e anunciou que “os Estados Unidos responderão de forma adequada”. Embora sem detalhar medidas, o secretário mencionou a possibilidade de sanções econômicas e diplomáticas, seguindo orientação adotada em julho, quando Washington aplicou a Lei Magnitsky ao ministro Alexandre de Moraes e elevou tarifas sobre produtos brasileiros.
Nesta quinta-feira (11), a Primeira Turma do STF condenou Bolsonaro por quatro votos a um, fixando pena de 27 anos e três meses de prisão, além de multa. O ex-chefe do Executivo foi considerado culpado por suposta tentativa de golpe de Estado e outros delitos relacionados aos atos de 8 de janeiro de 2023. O ministro Luiz Fux foi o único a votar pela absolvição.
Itamaraty defende soberania das instituições
Na nota oficial, o Ministério afirmou que “o Poder Judiciário brasileiro julgou, com a independência que lhe assegura a Constituição de 1988, os primeiros acusados pela frustrada tentativa de golpe de Estado, que tiveram amplo direito de defesa”. O comunicado concluiu que “o Brasil não aceitará ingerência externa em seus assuntos internos”.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também se manifestou. Questionado por jornalistas na Casa Branca, Trump declarou que o resultado é “muito surpreendente” e comparou o processo brasileiro às ações judiciais que enfrenta em seu país. “Ele foi um bom presidente, conheço-o bem. É parecido com o que tentaram fazer comigo”, afirmou.
O voto decisivo coube à ministra Cármen Lúcia, que acompanhou o relator Alexandre de Moraes e reconheceu Bolsonaro como articulador de um alegado plano de ruptura institucional. Os ministros Cristiano Zanin e Flávio Dino formaram a maioria, enquanto Fux argumentou ausência de provas que ligassem o ex-presidente às depredações em Brasília.
A tensão diplomática entre Brasília e Washington ganhou força em janeiro de 2025, quando a Casa Branca sancionou magistrados brasileiros e sobretaxou commodities nacionais. À época, o governo Lula classificou a iniciativa como “ato hostil”. A nova ameaça de Rubio amplia o atrito e pressiona o Palácio do Planalto a equilibrar a defesa das instituições com a preservação de setores exportadores.


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Imagem: AAR SCHWARTZ
No Congresso, parlamentares aliados a Bolsonaro criticaram o julgamento e defenderam anistia, enquanto integrantes da base governista elogiaram a decisão. A oposição pretende recorrer a organismos internacionais, alegando violação de garantias processuais. Já governistas sustentam que o veredicto fortalece o combate a movimentos considerados antidemocráticos.
Do ponto de vista jurídico, a defesa de Bolsonaro deverá apresentar embargos de declaração ao próprio STF, tentativa que pode adiar o trânsito em julgado. Nos Estados Unidos, legisladores conservadores estudam pressionar pela suspensão de acordos comerciais caso a pena não seja revista. Rubio ainda não divulgou prazo para detalhar as sanções mencionadas.
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Em síntese, o Itamaraty respondeu de forma firme às ameaças norte-americanas após a condenação de Jair Bolsonaro, enquanto Washington sinaliza novas pressões. A evolução desse impasse diplomático permanece no centro da agenda bilateral. Acompanhe nossos próximos relatos e mantenha-se informado.
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