O governo federal decidiu ampliar a investigação sobre a contaminação de bebidas por metanol no país. Em coletiva realizada nesta terça-feira, 30, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou que a rede de distribuição da substância tóxica “transcende os limites de um único Estado”. A Polícia Federal (PF) já instaurou inquérito para rastrear a origem do produto e identificar possíveis rotas interestaduais.
Inquérito federal após mortes na Grande São Paulo
A movimentação em Brasília ocorre depois de duas mortes confirmadas por intoxicação na Região Metropolitana de São Paulo. Desde o início do ano, o Estado contabiliza 14 casos suspeitos; dez deles registrados somente em setembro, segundo a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos. O padrão epidemiológico mudou: antes restrita a pessoas em situação de vulnerabilidade social, a contaminação passou a atingir clientes de bares e restaurantes.
O óbito mais recente é de um homem de 54 anos, morador da Mooca, zona leste paulistana. Ele apresentou sintomas em 9 de setembro e não resistiu em 15 de setembro; a relação com o surto foi confirmada posteriormente. A escalada de notificações acendeu o alerta das autoridades federais, que veem indícios de circulação acelerada do metanol fora dos canais regulares.
Metanol: origem, uso ilícito e riscos imediatos
Fabricado sobretudo para fins industriais, o metanol não é destinado ao consumo humano. Quando ingerido, pode causar cegueira, insuficiência respiratória e morte em poucas horas. Relatórios preliminares indicam que a substância vem sendo adicionada a bebidas alcoólicas para reduzir custos de produção e aumentar margens de lucro de fabricantes clandestinos.
Além do mercado de bebidas, o metanol já foi utilizado na adulteração de combustíveis. A Associação Brasileira de Combate à Falsificação trabalha com a hipótese de que ações policiais recentes contra o Primeiro Comando da Capital (PCC) no setor de combustíveis tenham deslocado o insumo para o mercado clandestino de bebidas. Embora a relação ainda esteja em apuração, a possibilidade reforça a necessidade de uma investigação integrada entre órgãos estaduais e federais.
Estrategia emergencial do governo federal
O inquérito da PF foi formalizado na segunda-feira, 29, por determinação direta de Lewandowski. Na terça, os ministros Ricardo Lewandowski (Justiça) e Alexandre Padilha (Saúde), ao lado do diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, traçaram um plano emergencial que envolve:
- Envio de equipes especializadas da PF a pontos de venda suspeitos em diferentes Estados;
- Compartilhamento de dados toxicológicos entre hospitais públicos e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa);
- Fiscalização conjunta de distribuidoras e transportadoras de álcool industrial;
- Campanhas de alerta à população sobre os riscos de bebidas sem procedência.
Segundo Lewandowski, a “dimensão interestadual” do esquema justifica a atuação da PF, órgão com competência para investigar crimes que ultrapassam fronteiras estaduais. As diligências incluem análise de notas fiscais, rastreamento de cargas e coleta de amostras em fábricas clandestinas.
Impacto no setor de bares e restaurantes
A disseminação do metanol ameaça a cadeia de turismo e lazer. Entidades do setor avaliam que o temor de novas intoxicações pode reduzir o fluxo de clientes, especialmente em estabelecimentos que vendem bebidas artesanais ou de origem desconhecida pelo consumidor. Para minimizar o prejuízo, associações recomendam que proprietários reforcem a checagem de fornecedores e mantenham certificados de procedência à vista.
Já a população é orientada a evitar produtos sem lacre original, preços muito abaixo dos praticados pelo mercado ou comércio irregular. Nas suspeitas de intoxicação, a indicação é procurar atendimento médico imediato, pois o antídoto costuma ser mais eficaz nas primeiras horas após a ingestão.


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Imagem: Lula Marques
Próximos passos da investigação
Com o inquérito em curso, a PF deverá apresentar nas próximas semanas um panorama sobre rotas logísticas, fornecedores e eventuais vínculos com organizações criminosas. Caso fique comprovada a atuação de quadrilhas interestaduais, os envolvidos podem responder por crime contra a saúde pública e falsificação de produtos alimentícios, cujas penas somadas podem ultrapassar vinte anos de reclusão.
O Ministério da Justiça informou que outras unidades federativas já foram notificadas. Governos estaduais foram orientados a repassar à PF qualquer ocorrência de internação ou morte ligada a suspeita de metanol. A expectativa é que essa troca de dados sirva para mapear rapidamente focos de contaminação e evitar novos óbitos.
Casos de contaminação química costumam ter efeito cascata, impactando consumidores, empresários e agentes públicos. O avanço célere do inquérito será decisivo para esclarecer a extensão da rede e restabelecer a confiança no consumo de bebidas legalizadas.
O leitor pode acompanhar atualizações sobre o tema na seção de política em Geral de Notícias, onde novas informações sobre as ações da PF serão publicadas assim que disponíveis.
Em resumo, a investigação ganha contornos nacionais após o ministro Ricardo Lewandowski confirmar indícios de distribuição interestadual de metanol. A PF já está em campo, e a sociedade deve ficar atenta ao consumo responsável de bebidas. Acompanhe os próximos desdobramentos e compartilhe este alerta com familiares e amigos.
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