O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) elevou o tom contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ao classificá-lo como “serviçal” do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A declaração foi feita durante entrevista exibida pela Band na noite de quinta-feira (11), poucas horas depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) ter condenado Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão por envolvimento na trama golpista de 2022.
Lula eleva o tom contra governador paulista
Ao comentar a postura do chefe do Executivo paulista, Lula afirmou que Tarcísio “não tem personalidade própria” e que “faz o que Bolsonaro quiser”. Segundo o petista, encontros pessoais anteriores indicariam um comportamento contraditório. “Eu já tive contato algumas vezes, até convidei ele para almoçar comigo no Palácio da Alvorada. Ele, comigo, fala de forma muito simpática e, por trás, só fala mal”, relatou.
O presidente também mencionou a participação de Tarcísio nos desfiles de 7 de Setembro de 2024, ocasião em que o governador chamou o ministro Alexandre de Moraes de “ditador”. A fala ocorreu quando manifestantes gritavam “fora, Moraes” durante o evento cívico-militar. Para Lula, a declaração foi inadequada para um governador do principal estado do país.
Lula citou ainda uma “bronca” pública do pastor Silas Malafaia dirigida a figuras que, segundo o religioso, falam em nome de Bolsonaro sem autorização. “Mais grave foi o sermão que ele tomou do pastor Malafaia. O governador do estado de São Paulo não poderia falar o que falou de Alexandre de Moraes”, reforçou o presidente.
Contexto do julgamento de Bolsonaro pelo STF
As declarações de Lula vieram em meio à repercussão da decisão do STF que, na quarta (11), formou maioria para condenar Jair Bolsonaro. O processo trata de suposta tentativa de golpe de Estado em 2022 e de um plano que teria como alvos o próprio Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes.
A Corte definiu a pena do ex-presidente em 27 anos e 3 meses de prisão. O único voto pela absolvição foi apresentado pelo ministro Luiz Fux, que levou mais de 12 horas para expor seu entendimento contrário ao da maioria.
Moraes, além de relator de inquéritos sensíveis envolvendo o pleito de 2022, foi apontado como um dos principais alvos do suposto complô. Segundo a denúncia apresentada à Corte, o plano incluía ações para impedir a posse de Lula e neutralizar integrantes do Judiciário.
Repercussões e alinhamentos políticos
A classificação de Tarcísio como “serviçal” destaca a tensão entre o Palácio do Planalto e gestores identificados com o campo conservador. O governador, aliado de primeira hora do ex-presidente, vinha adotando tom crítico ao STF e, em especial, a Moraes. As manifestações no 7 de Setembro consolidaram esse posicionamento, reforçado pela fala de Lula na Band.
Tarcísio, ex-ministro da Infraestrutura de Bolsonaro, mantém base eleitoral alinhada ao ex-chefe do Executivo e costuma evitar embates diretos com o governo federal em temas administrativos. Entretanto, em questões institucionais, ele tem reeditado discursos de crítica à magistratura, sobretudo quando menciona limites impostos pelo Judiciário a pautas de costumes ou de segurança pública.


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Imagem: Internet
A referência ao pastor Silas Malafaia acrescenta outro componente: o peso do segmento evangélico no debate político atual. Malafaia, defensor de Bolsonaro, repreendeu publicamente quem “pede para falar em nome” do ex-presidente, sinalizando disputa interna sobre a condução do discurso oposicionista.
Estratégia de comunicação do governo
Ao abordar a crítica a Tarcísio na mesma entrevista em que comentava a condenação de Bolsonaro, Lula reforçou a estratégia de vincular adversários regionais ao ex-presidente. A oposição, por sua vez, tem reagido ao enquadrar decisões do STF como politizadas. Neste cenário, governadores alinhados à direita tentam equilibrar a defesa de pautas conservadoras com a responsabilidade administrativa em meio à relação federativa.
Até o momento, o governador de São Paulo não se pronunciou oficialmente sobre os novos ataques de Lula. Assessorias de Tarcísio e do ex-presidente Bolsonaro também não responderam a pedidos de comentário enviados pela imprensa logo após a entrevista.
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Em síntese, a entrevista de Lula expôs mais um capítulo da disputa entre o Planalto e aliados de Jair Bolsonaro, com foco na figura de Tarcísio de Freitas e na recente condenação do ex-presidente pelo STF. Continue acompanhando nossas publicações e ative as notificações para não perder os próximos desdobramentos.
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