O presidente Luiz Inácio Lula da Silva gravou pronunciamento em rede nacional para ser exibido neste sábado (6), véspera do Dia da Independência. Na fala, o petista enfatiza a “defesa da soberania”, condena supostos “traidores da pátria” e reforça o compromisso com o Pix e com o projeto que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda até R$ 5.000.
Pontos centrais do discurso
Segundo auxiliares do Palácio do Planalto, o pronunciamento menciona:
- Soberania nacional – Lula usa o tema como fio condutor, classificando a independência como inegociável.
- Pix sob ataque – O presidente relata pressões recentes do governo norte-americano de Donald Trump contra o sistema de pagamentos instantâneos brasileiro.
- Isenção do IR até R$ 5.000 – A proposta é destacada como prioridade do Executivo no Congresso.
- “Traidores da pátria” – O petista retoma a expressão para criticar políticos brasileiros que, na visão do governo, apoiam sobretaxas ou sanções contra o país.
Lula grava a mensagem poucos dias depois de Washington anunciar sobretaxa de 50 % a produtos brasileiros e sanções dirigidas a autoridades nacionais. O Planalto avalia o momento como oportunidade para vincular o 7 de Setembro ao lema “Brasil Soberano”, escolhido para as comemorações deste ano.
Ofensiva contra Trump e críticas internas
Em julho, Lula já havia recorrido à cadeia nacional para rebater o tarifaço norte-americano. Na ocasião, sustentou que o Brasil “tem um único dono, o povo brasileiro” e acusou parlamentares simpáticos à sobretaxa de “traição”. O novo pronunciamento repete a estratégia, agora com foco adicional na defesa do Pix, serviço que, segundo o governo, sofreria tentativa de restrição externa.
Entre os alvos do presidente está o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Lula tem citado o parlamentar como exemplo de atuação a favor de medidas norte-americanas que, segundo o Planalto, colocam em risco produtores e autoridades do país. Em entrevista recente, o chefe do Executivo afirmou que Eduardo “vai passar para a história como o maior traidor da história desse país”. A narrativa deverá ser retomada na televisão, reforçando a tese de que existem interesses internos alinhados a sanções estrangeiras.
Isenção do IR e agenda econômica
A ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5.000 é classificada como “uma das principais propostas” do governo no Congresso. O Planalto argumenta que a medida corrige distorções e devolve renda às famílias de menor rendimento formal. O texto tramita em paralelo a outras pautas econômicas e encontra resistência de parlamentares preocupados com a perda de arrecadação.
Nos cálculos da equipe econômica, a renúncia fiscal poderá ser compensada por revisão de deduções e combate a fraudes. O Executivo tenta acelerar a votação para alinhar o tema às comemorações da Independência e reforçar o discurso social sem abrir mão da meta de resultado primário.
7 de Setembro: atos, desfile e manifestações
O mote “Brasil Soberano” guiará o desfile cívico-militar em Brasília. Lula deve acompanhar a solenidade ao lado de ministros e comandantes das Forças Armadas. A esquerda organiza manifestações em capitais, embora a presença do presidente nesses eventos esteja descartada até o momento.
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Imagem: Internet
Aliados veem a data como chance de retomar símbolos patrióticos que, nos últimos anos, estiveram associados ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A estratégia inclui bandeiras, hinos e retórica de defesa da nação, agora ancorados na crítica à ofensiva econômica de Trump e na ideia de união interna contra “inimigos externos e internos”.
Contexto político: julgamento de Bolsonaro e debate sobre anistia
Enquanto o Palácio do Planalto mobiliza a opinião pública em torno da soberania, o Supremo Tribunal Federal julga ações que envolvem Jair Bolsonaro. Paralelamente, centro e oposição articulam projeto de anistia ampla a investigados por suposta tentativa de golpe e pelos atos de 8 de Janeiro. Lula tem citado a proposta como risco de impunidade e convocado sua base para barrar o texto.
Diante desse cenário, a fala do 7 de Setembro servirá para reforçar as linhas de ataque do governo: condenação a sanções estrangeiras, defesa de programas populares como o Pix e contraste com adversários acusados de “traição”.
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Em síntese, o pronunciamento de Lula busca conectar soberania, economia e disputa interna, tentando transferir o debate patriótico para o campo governista. Continue acompanhando nossas atualizações e receba alertas das principais decisões que afetam o país.
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