Durante a reunião do G7 em Kananaskis, na província canadense de Alberta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender a criação de um mecanismo de governança global, alegando que o atual sistema multilateral “exclui a maioria dos países”. A fala, feita antes da abertura oficial da cúpula, retoma um posicionamento que o chefe do Executivo brasileiro já havia expressado em outras ocasiões.
O discurso em Kananaskis
Lula participou da Sessão 7 – Segurança Energética ao lado dos líderes das nações do G7, de representantes de economias convidadas e de dirigentes de organismos internacionais. Nos minutos que antecederam o encontro, o presidente defendeu que “o mundo não pode ser governado por poucos” e pediu um novo arranjo decisório com voz para o que chamou de maioria excluída.
Segundo o mandatário, a proposta permitiria maior “inclusão” de países em desenvolvimento na definição de normas econômicas, ambientais e sociais. A pauta é recorrente no Planalto, que costuma citar mudanças climáticas, desigualdade de renda e defesa de minorias como temas que justificariam uma instância supranacional mais robusta.
Críticas apontam ameaça à soberania nacional
O economista e escritor Ubiratan Jorge Iorio, autor de artigo que analisa o tema, classifica a ideia de governança global como “uma estrutura supranacional de controle político, econômico e social”. Ele argumenta que, caso implementada, a fórmula deslocaria decisões antes tomadas por representantes eleitos para burocracias internacionais sem voto popular.
Na visão do articulista, organizações como ONU, OMS, FMI, Banco Mundial, Otan e OEA já funcionariam como antecâmara desse projeto ao sugerir padrões universais em áreas fiscais, sanitárias, ambientais ou digitais. Entre os exemplos citados estão:
- propostas de tratados obrigatórios da OMS na área de saúde;
- a ideia, discutida na ONU, de um eventual imposto global para financiar programas de redistribuição de riqueza;
- restrições ambientais defendidas em conferências do clima que atingem diretamente produtores rurais.
Para críticos, tais medidas representam risco de centralização autoritária, uniformização cultural e enfraquecimento da autonomia dos Estados. Eles afirmam que o distanciamento geográfico e político de um governo mundial dificultaria a fiscalização democrática e ampliaria a influência de grandes corporações, ONGs internacionalistas e bilionários com alcance global.
Raízes históricas e conexão com o socialismo
Iorio recorda que o internacionalismo faz parte da doutrina socialista desde o século XIX, citando a Primeira, a Segunda e a Terceira Internacionais como tentativas de unificar movimentos revolucionários além das fronteiras nacionais. Na interpretação do economista, a atual defesa de uma ordem mundial reflete a mesma lógica: diluir o conceito de soberania para viabilizar agendas ideológicas de alcance planetário.
O autor lembra ainda que governos alinhados a regimes autocráticos – citando Cuba, Venezuela, Rússia, China e Irã – tendem a apoiar fórmulas de governança global por enxergarem nelas a oportunidade de relativizar liberdades individuais em nome de uma gestão supranacional.


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Imagem: Reuters
Pandemia e uniformização de políticas
A resposta internacional à covid-19 aparece como exemplo concreto no texto. De acordo com a análise, a padronização de protocolos de saúde, restrições de deslocamento e modelos de “passaporte sanitário” ilustram como uma autoridade internacional pode impor diretrizes únicas, mesmo diante de realidades locais diversas. Para os opositores da ideia, repetir esse modelo em outras áreas – como economia ou meio ambiente – ampliaria o poder de instâncias sem legitimidade eleitoral.
Ceticismo sobre o “bem comum” global
O artigo conclui que a retórica de solidariedade global, paz e igualdade serve como fachada para transferir poder a um “super Leviatã” distante da população. O autor sustenta que a descentralização, a soberania e o controle democrático local permanecem como barreiras essenciais contra possíveis abusos.
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Em síntese, a intervenção de Lula no G7 reacende uma discussão central: até que ponto a busca por soluções globais justifica abrir mão de prerrogativas nacionais? Acompanhe nossas publicações, compartilhe este conteúdo e participe do debate sobre os rumos da soberania brasileira.
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