Brasília, 7 out. 2025 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) minimizou as pressões do PP e do União Brasil contra ministros filiados às legendas e afirmou que não pretende negociar cargos em troca de apoio eleitoral. A declaração foi dada um dia antes de agenda oficial em Imperatriz (MA), reduto onde a direita obteve maioria em 2022.
Ministros sob ameaça de expulsão
André Fufuca, titular do Esporte, e Celso Sabino, responsável pelo Turismo, foram advertidos por seus partidos a deixarem o governo. O ultimato prevê expulsão caso permaneçam nas pastas. Apesar da ameaça, ambos indicam que pretendem seguir no Executivo. Fufuca declarou que estará “com Lula em 2026”, enquanto Sabino pretende permanecer pelo menos até o encerramento da COP 30, em novembro, evento que pretende usar como vitrine para uma eventual candidatura ao Senado pelo Pará.
Sabino chegou a entregar carta de demissão a Lula, mas recuou no dia seguinte. O União Brasil marcou para esta terça-feira (7) a análise do processo disciplinar que pode resultar na expulsão do ministro.
Lula rejeita barganha política
Em entrevista à TV Mirante, afiliada da TV Globo no Pará, Lula adotou tom desafiador. “Não vou implorar para nenhum partido estar comigo. Vai ficar quem quiser”, afirmou. O presidente enfatizou que não comprará apoio parlamentar nem oferecerá contrapartidas para segurar aliados. Segundo ele, qualquer ministro que deseje sair “está livre” para fazê-lo.
O petista acrescentou que, se aliados optarem por trocar de lado, terão de enfrentar as urnas. “Quem quiser ir para o outro lado, que vá e boa sorte, porque a extrema direita não voltará a governar este país”, declarou, em referência às forças políticas lideradas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Críticas ao PP e ao União Brasil
Lula classificou o ultimato como “erro de postura” das cúpulas partidárias. Para o presidente, as duas pastas vêm apresentando resultados e não deveriam ser alvo de disputa interna. “Se as coisas estão dando certo, por que mexer? É raiva? Inveja?”, questionou.
O chefe do Executivo argumentou que o desempenho positivo deveria ser reconhecido pelas siglas. “Um bom trabalho deveria somar em vez de dividir”, completou.
Estrategia para 2026
Apesar de declarar que não pedirá votos, Lula mostrou confiança na disputa presidencial de 2026. “É muito difícil alguém ganhar da gente. O governo vai terminar muito bem, o Brasil vive momento excepcional”, disse. A fala revela otimismo em meio a movimentos de partidos de centro que avaliam se manterão na base.
O cálculo político do Palácio do Planalto considera que Fufuca e Sabino podem atrair frações das respectivas bancadas mesmo sob a ameaça de expulsão. Caso confirmem permanência, a estrutura ministerial seguiria inalterada, reduzindo custos de uma reforma aos 20 meses do próximo pleito.
Contexto regional e recados à oposição
A entrevista antecedeu cerimônia federal em Imperatriz, cidade do sudoeste maranhense ligada ao agronegócio – setor que, em 2022, deu 54,8 % dos votos a Bolsonaro contra 45,2 % de Lula. O local foi escolhido para anúncios de infraestrutura e sinaliza tentativa do governo de ampliar espaço em redutos conservadores.


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Imagem: reprodução
No discurso, Lula reiterou que “não haverá retrocesso” e afirmou que projetos prioritários seguirão mesmo sem consenso com o Congresso. Assessores entendem que as declarações miram parlamentares que, segundo o Planalto, usam cargos para pressionar o Executivo.
Próximos passos dos partidos
O União Brasil decide nesta terça o futuro de Celso Sabino em reunião da Executiva Nacional. Caso seja expulso, o ministro ficaria sem legenda para eventual candidatura em 2026, cenário que pode complicar a permanência no governo. Já o PP ainda avalia se leva adiante processo disciplinar contra André Fufuca, embora a ala mais rígida defenda punição imediata.
Dirigentes desses partidos argumentam que a continuação de filiados em ministérios contraria a linha de independência adotada em convenções internas. Há, porém, parlamentares que enxergam riscos de perder espaço e preferem manter diálogo com o Planalto.
Em síntese, o presidente amplificou o recado: ministérios permanecerão ocupados por quem aceitar o projeto petista, sem negociações consideradas “fisiológicas” por aliados. A reação de PP e União Brasil ao ultimato verbal de Lula definirá o grau de fidelidade das siglas na reta final desta legislatura e pode influenciar a formação de alianças em 2026.
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