Quem: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O quê: viagem à Assembleia Geral da ONU em meio a clima diplomático conturbado com os Estados Unidos.
Quando: chegada prevista para 23 de setembro, com participação na Cúpula do Clima no dia 24.
Onde: Nova York, sede das Nações Unidas.
Como: após publicar artigo no New York Times rebatendo críticas de Washington à condenação de Jair Bolsonaro.
Por quê: manter tradição de abrir os debates da ONU e defender a COP30 em Belém.
Agenda oficial prioriza discurso de abertura e COP30
Lula mantém a rotina de representar o Brasil na Assembleia Geral da ONU, compromisso que cumpriu em todos os seus mandatos, com exceção de 2010. Neste ano, o discurso de abertura no dia 23 de setembro deve abordar duas frentes: apresentar a Conferência do Clima de 2025, a COP30, marcada para Belém, e reforçar as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) brasileiras para redução de emissões de gases de efeito estufa.
No dia seguinte, 24 de setembro, a ONU sediará a Cúpula do Clima. O encontro reunirá chefes de Estado para anunciar compromissos de mitigação e adaptação às mudanças climáticas. A equipe do Palácio do Planalto enxerga a data como ponto-chave na preparação da COP30, primeira edição sediada em território amazônico.
Ao contrário de 2023, quando seu cronograma internacional coincidiu com eleições municipais em diferentes países, Lula não enfrenta período eleitoral doméstico que impeça deslocamentos. Assim, a viagem a Nova York figura como prioridade na estratégia externa do governo.
Relação bilateral atravessa pior fase desde 2019
Apesar da relevância do fórum multilateral, Lula desembarcará nos Estados Unidos sob forte desgaste diplomático. O governo norte-americano, comandado por Donald Trump, aplicou tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros em resposta à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado, proferida pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).
Além das barreiras comerciais, Washington cassou vistos de ministros do STF e estendeu a Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, congelando eventuais ativos sob jurisdição norte-americana. As medidas refletem avaliação da Casa Branca de que o julgamento de Bolsonaro constitui “caça às bruxas” contra a oposição.
Em artigo publicado no New York Times, Lula respondeu que o Brasil permanece aberto a negociar “qualquer assunto de interesse mútuo”, mas ressaltou que “democracia e soberania não estão em discussão”. No texto, o presidente declarou “orgulho” da decisão do STF por, segundo ele, “salvaguardar as instituições e o Estado Democrático de Direito”.
Apesar do tom conciliador na economia, o Palácio do Planalto reconhece a inexistência de canais formais de diálogo com Washington sobre comércio ou tarifas. Assessores próximos avaliam que Lula usará a tribuna da ONU para sinalizar disposição a retomar entendimentos, condicionando avanços ao fim das sanções contra autoridades brasileiras.


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Imagem: Internet
Condenação de Bolsonaro amplia pressão interna e externa
A decisão do STF que condenou Jair Bolsonaro e outros sete réus por tentativa de golpe de Estado intensificou a tensão entre Brasília e Washington. Bolsonaristas classificam o julgamento como “politizado”, enquanto a Casa Branca prometeu resposta “adequada” ao que considera perseguição. Por outro lado, o Planalto insiste em tratar o resultado como demonstração de autonomia do Judiciário.
Para Lula, a deslocação a Nova York oferece vitrine para defender a legitimidade dos tribunais brasileiros perante a comunidade internacional. A escolha de publicar artigo no principal jornal dos Estados Unidos, poucos dias antes da Assembleia, foi vista por interlocutores como tentativa de conter críticas republicanas e garantir apoio de setores democratas ao processo judicial ocorrido no Brasil.
Negociações comerciais paralisadas e foco ambiental
Interlocutores do Itamaraty confirmam que, no momento, não há mesas de negociação abertas com os Estados Unidos sobre retirada de tarifas. As conversas concentrarão esforços em temas climáticos, agenda que ganha projeção institucional na ONU. O governo aposta que a liderança brasileira na Amazônia e o compromisso anunciado de desmatamento zero até 2030 possam servir como moeda diplomática para suavizar atritos econômicos.
Contudo, dirigentes do setor privado alertam que as tarifas de até 50% afetam exportadores de aço, alumínio e produtos agroindustriais, aumentando custos e reduzindo competitividade. Sem avanço no diálogo bilateral, empresas devem buscar novos mercados ou pressionar por compensações fiscais internas.
Próximos passos e expectativas
A comitiva presidencial desembarcará em Nova York dois dias antes do discurso para reuniões com a comunidade brasileira, empresários e representantes de organismos multilaterais. A expectativa é que Lula reforce bandeiras ambientais e apresente a COP30 como oportunidade de investimentos sustentáveis na Amazônia. Se haverá espaço para encontro bilateral com Trump, contudo, permanece incerto.
Em Brasília, aliados governistas esperam que a visibilidade do evento ajude a consolidar narrativa de que a condenação de Bolsonaro obedeceu ao devido processo legal. Já parlamentares da oposição planejam usar a mesma repercussão para denunciar, no exterior, supostas irregularidades do julgamento.
Enquanto isso, o setor produtivo aguarda sinais de descompressão com Washington. A continuidade das tarifas e das sanções contra autoridades judiciais brasileiras indica que, mesmo após a Assembleia, o impasse permanecerá.
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Em resumo, Lula retorna à ONU para reafirmar compromissos ambientais e tentar reabrir pontes com os Estados Unidos, mas fará isso sob o impacto da condenação de Bolsonaro, tarifas punitivas e sanções a ministros do STF. Caso queira receber atualizações imediatas sobre esses desdobramentos, ative as notificações do portal e acompanhe nossas próximas publicações.
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